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Debates sobre o tema extraídos dos vídeos no Canal do Youtube.

http://nepo.com.br/2013/06/04/como-ler-menos-e-saber-mais-curso-on-line-gratuito-sem-acompanhamento/

http://nepo.com.br/2013/07/02/como-ler-e-saber-2a-temporada/

Como ler menos e saber mais? – Primeira temporada

Texto bruto a ser trabalhado!

Fase básica

1. O conhecimento pós-revolução cognitiva

 

2. A passagem de um conhecimento sólido para um líquido

 

3. Estamos “desfiltrados”!

 

4. A qual problema você se dedica?

 

5. A qual problema você se dedica? Exemplo prático

 

6. As quatro camadas para avaliar um dado conhecimento

 

7. Quanto tempo vale se dedicar a um livro?

 

8. Como acelerar a leitura de uma revista?

 

9. Como acelerar a leitura de um livro?

 

Resumo final

 

1. O conhecimento pós-revolução cognitiva

Como ler menos e saber mais? Como trabalhar num mundo em que a informação está cada vez mais dispersa e intensa?

Primeiro, é importante entender que essa situação está relacionada a uma conjuntura cognitiva. Nós estamos entrando numa revolução cognitiva. E o que significa isso? Significa a entrada de uma nova mídia, uma mídia descentralizadora, que é a internet.

Essa mídia descentralizadora barateia o custo da informação e permite que um conjunto maior de pessoas possa trocar informações de maneira mais rápida na sociedade. Antes, os caminhos tradicionais que nós tínhamos eram o rádio, a televisão, os jornais e as revistas, que produziam e filtravam a informação para o mundo. Há hoje um volume muito grande de informação e podemos dizer que nós fomos “desfiltrados”.

Estamos vivendo uma conjuntura específica de um determinado momento, que é uma conjuntura histórica com a chegada de uma nova mídia. Isso aconteceu também em 1450 com o surgimento do papel impresso.

Na época, as organizações tradicionais, como a igreja, filtravam as ideias que chegavam à sociedade. Quando houve essa disseminação das ideias, as pessoas passaram a ter dificuldade para lidar com tanta informação (e com a ansiedade que ela gerou).

De certa forma, isso se repete agora. A escola nos formou para um mundo estável, muito bem organizado e estruturado em termos de fonte de informação. Nosso aprendizado era dividido em assuntos, disciplinas e memorização.

Esse tipo de preparação é extremamente prejudicial e tóxico quando entramos num mundo novo. Nesse mundo da tsunami de informações, o conhecimento deixa de ser sólido (pré-revolução cognitiva) e passa a ser líquido (pós-revolução cognitiva).

Então, temos um problema. E como vamos resolvê-lo?

Vamos analisá-lo de uma maneira consciente. Não é questão de ter dificuldade com esse novo mundo, ele é, de fato, difícil. Existe hoje uma nova forma de produção de conhecimento e precisamos saber lidar com ela.

 

2. A passagem de um conhecimento sólido para um líquido

Estamos saindo de uma ditadura cognitiva. A nossa cabeça foi preparada para trabalhar num mundo estável e de pouco abstração, no qual as informações levavam muito tempo para se modificar em razão do livro impresso, que é a base do conhecimento que desenvolvemos.  Até mesmo as programações do rádio e da televisão eram muito caras para serem produzidas e, por isso, tinham uma determinada sequência e periodicidade.

Agora, precisamos lidar com um outro modelo. Estamos saindo de um conhecimento sólido para um líquido.

A questão é que a nossa cabeça (e a nossa percepção de realidade) foi montada para um mundo estável, não para o mundo instável. Ou seja, nosso modelo mental e toda nossa estrutura cognitiva e emocional estão acostumados a lidar com um mundo em que jornal, rádio e televisão organizavam e filtravam tudo para nós. E, como bebíamos das mesmas fontes, o conhecimento estava controlado e, a sociedade, informada.

Quando a internet chega, há um descontrole das ideias e da produção de conhecimento, semelhante ao que ocorreu com o surgimento do papel impresso.

Muitas pessoas começaram a produzir conhecimento relevante. Além das organizações tradicionais, fontes alternativas também começam a criá-lo. E pelo seu dinamismo e capacidade de inovação, elas podem ser mais interessantes do que as organizações tradicionais.

Isso gera uma avalanche de informação e temos dificuldade de lidar com ela. Por essa razão, precisamos mudar a maneira de trabalhar o conhecimento e a informação, precisamos de uma nova escola. E essa mudança terá que ser feita tanto na cabeça quanto no emocional.

Será necessária uma outra estratégia para trabalharmos nesse mundo instável. E o que é essa nova estratégia? Aumentar nossa capacidade de abstração e de percepção da realidade.

3. Estamos “desfiltrados”!

A chegada de uma revolução cognitiva e a disseminação do conhecimento de uma maneira independente dos canais tradicionais geraram uma dificuldade muito grande de separar o que é (ou não) interessante.

Antes, tínhamos um filtro sobre nós, porque a mídia de massa filtrava o mundo. Hoje, estamos vivendo um processo de “desfiltragem”. Isso é um problema sério, porque passa a ser necessário criar um filtro dentro da gente.

Para lidarmos com essa avalanche de informações, temos que começar a desenvolver uma ferramenta, que é um método chamado de dedutivo pela filosofia. O método dedutivo é o contraponto do método indutivo.

O método indutivo vem de baixo para cima, ou seja, a pessoa reúne e organiza os fatos e dá a eles um sentido. Quando há estabilidade na sociedade e no seu campo de estudo, o indutivo é interessante.

No entanto, se ocorrem mudanças de percepção e filosóficas como as que estamos vivendo agora, passa a ser preciso desenvolver o método dedutivo, que vem de cima para baixo.

Ele é mais sofisticado, porque trabalha com abstração, ou seja, a pessoa faz uma revisão sobre o ser humano e a sociedade, o ser humano e as tecnologias e o ser humano e a área em que se trabalha.

Monta-se um cenário, uma caixa de quebra-cabeças. Com as peças, constrói-se o novo cenário e, em seguida, parte-se para a análise de cada fato isoladamente.

Quando olhamos os fatos isoladamente, percebemos uma porção deles e queremos acompanhar todos. Fica impossível.

Para entendermos quais fatos são realmente relevantes na nossa área de estudo, precisamos de uma melhor qualidade de percepção.

4. A qual problema você se dedica?

A nova conjuntura cognitiva marca uma mudança muito grande na maneira de produzir conhecimento. Como lidávamos com a informação e como teremos que passar a lidar com ela num mundo de descontrole das ideias?

De forma prática, não adianta sairmos consumindo informação sem definir antes qual é o problema que procuramos minimizar na sociedade.

As pessoas geralmente falam “eu gosto de marketing”, “eu gosto de engenharia”, “eu gosto de medicina”. Mas nós somos profissionais de problemas. Você precisa identificar qual é o problema que quer ajudar a minimizar na sociedade. A definição disso será a base de tudo que você vai ler, estudar e discutir.

Então, escolha um caderno e faça dele o seu diário de bordo. Escreva qual é o problema que você procura minimizar na sociedade. Mas não vale dizer algo como “eu resolvo problema de marketing”. Marketing, em si, não é um problema. Pense exatamente qual é o seu problema.

Ao estudar um determinado problema, podemos aferir se estamos, realmente, melhorando a qualidade da solução que estamos dando a ele.

Se pegarmos muita coisa para ler, vamos nos perder.
5. A qual problema você se dedica? Exemplo prático

É fundamental que você decida qual é o problema que você procura minimizar na sociedade. Por exemplo, Carlos Nepomuceno é jornalista, passou a ser consultor, professor e hoje não se considera nem jornalista, nem consultor, nem professor.

Como ele se vê? Como uma pessoa que estuda um determinado problema e ajuda a sociedade e as organizações a lidarem melhor com ele. Alguém que busca compreender o problema e a dificuldade das pessoas em lidar com ele, ajudando-as a ter uma estratégia para isso.

A qual problema ele se dedica? Ao impacto da internet na sociedade. Como pode ajudar as organizações a minimizarem esse impacto, aumentando suas oportunidades e reduzindo seus prejuízos.

Com esse curso, ele parte para um segundo problema, que deriva do primeiro. A partir do momento em que você estabelece o seu problema, é preciso definir quais são as bases dele, em outras palavras, como você pensa esse problema.

Em seguida, é a vez de decupá-lo. Como atuamos nesse problema dentro da sociedade? Para responder a questão, vamos trabalhar em quatro níveis de análise: filosofia, teoria, metodologia e execução da metodologia.

Começando pela filosofia. Os paradigmas filosóficos que um problema tem na sociedade refletem como as pessoas normalmente o pensam. A partir disso, buscam resolvê-lo de uma determinada forma.

Defina autores e discussões que abordam uma questão filosófica do seu problema. Isso é fundamental, porque um livro pode apresentar discussões filosóficas, teóricas, metodológicas ou sobre a execução dessas metodologias.

Às vezes, temos uma metodologia bacana, mas a sua execução não está legal por algum motivo. No caso de um acidente de avião, por exemplo. Quando se faz a análise da caixa preta, a intenção é saber se todos os procedimentos estavam corretos.  Se estavam corretos, ok. Talvez o problema tenha sido que o piloto, por algum motivo, procedeu de forma diferente no momento do acidente, ou seja, um problema na execução.

A seguir, falaremos sobre teoria, metodologia e execução da metodologia.

 

6. As quatro camadas para avaliar um dado conhecimento

Dê uma olhada na separação feita em um diário de bordo sobre os quatro níveis de análise de um dado conhecimento. Temos que separar duas áreas: a estratégica e a operacional.

estratégia

filosofia

teoria

operacional

metodologia

execução da metodologia

Nesse quadro, vemos a discussão estratégica de qualquer problema e de qualquer área. Quando trabalhamos em uma área, estamos lidando, na verdade, com um problema.

Na parte estratégica, existem dois tipos de abordagem: a da filosofia e a da teoria. E, na parte operacional, há metodologia e execução dessa metodologia.

Os autores que discutem questões mais filosóficas ou mais teóricas, que vão balizar questões mais amplas do problema, estão na parte estratégica.

As pessoas costumam achar que metodologia nasce em árvore, mas não é verdade. A metodologia é filha de uma teoria, que é filha de uma filosofia. Se formos comparar, a filosofia é a bisavó, a teoria e a avó, a metodologia é a mãe e a execução é a filha. Quando temos um problema na execução da metodologia, por exemplo, ou é um problema da mãe, ou da avó ou da bisavó, dependendo da escala.

Para lidar melhor com a tsunami da informação, é preciso estabelecer como é que você vai trabalhar o problema escolhido. Já vimos a necessidade de definir o seu problema e sua forma de atuação.

Qual é a sua responsabilidade maior? Você trabalha de uma maneira estratégica ou operacional?

Mas, independente de o seu trabalho ser estratégico ou operacional, identifique os autores e as abordagens relacionados ao seu problema. Elas podem ser mais filosóficas, teóricas, metodológicas ou estarem relacionadas à execução das metodologias.

Qual é o suprassumo dentro daquele material? É uma abordagem filosófica? E ela me faz você questionar a maneira como pensa? E se você pensar diferente, o que isso vai significar em termos teóricos, de metodologia e de execução de metodologia?

 

 

7. Quanto tempo vale se dedicar a um livro?

Antes de comprar um livro, que tal dar uma olhada no seu início acessando a internet ou visitando uma livraria? Na loja, podemos sentar e partir logo para a conclusão do texto.

Pegue o livro, identifique o que ele traz de novo e diga em qual das quatro camadas de avaliação o encaixará. Escreva no seu diário de bordo.

Um título é a defesa de uma hipótese. A partir desse momento, o autor define uma determinada abordagem. Ele vai abordar, abordar e abordar e, ao final, fará sua conclusão. Então, em vez de perder tempo se perguntando se precisa ler tal livro, vá direto para a parte da conclusão.

O autor está fazendo uma abordagem filosófica do problema, propondo nova teoria ou metodologia? Ele diz “presta atenção, essa força tem muito mais importância do que a gente está dando” ou “olha, não faz assim não”. Talvez diga “nós temos uma metodologia legal, mas a execução não está boa”.

Aí você será capaz de dizer se vale a pena dedicar dois ou três dias a esse livro ou se basta dar uma olhada e uma anotada. Se a pessoa escreve um livro e “chove no molhado”, passe longe. Temos que identificar o suprassumo do material e avaliar se vale a pena se dedicar a ele e por quanto tempo.

Não se esqueça de anotar no seu diário de bordo o que cada livro agregou para você.

8. Como acelerar a leitura de uma revista?

Sobre perda de tempo, o primeiro erro é pensar que você precisa ler uma revista como um livro, do início ao fim. Isso acaba gerando ansiedade, porque achamos que alguma coisa em tal revista é fundamental e que vamos perder algo. E todo vez que olhamos para a revista, a ansiedade cresce.

Se você tem tempo para ler tudo, ótimo. Se o tempo é curto, olhe o índice da revista e veja quais são os artigos. Em geral, as pessoas passam direto por essa parte.

Um dos artigos interessa a você? Dê um pulo e vá nele. A Harvard Business Review Brasil, por exemplo, já coloca um resumo na própria página do artigo. Então, em vez de ficar ansioso, olhe esse resumo e veja se estão falando alguma coisa nova. Outros jornais e revistas já estão fazendo esse tipo de síntese.

É interessante também dar uma passada de olhos nas figuras para saber como as ideias estão sendo desenvolvidas. E, ao final, vá para o último parágrafo e dê uma lida para ver como o autor concluiu. Ao adotar essa estratégia, você já dominou o que determinada revista pode lhe trazer.

Crie uma escala de quais artigos são fundamentais para você, mais estrelas para os mais relevantes e menos estrelas para os menos relevantes. Quando estiver no ônibus ou esperando alguma coisa, vá lendo.

Adotando essa estratégia, você já deu uma geral na revista. O que conseguir ler depois, conseguiu. E o que não conseguiu, pelo menos já tem uma noção.

Aí se alguém falar sobre determinado assunto, responda “eu acho que a revista tal escreveu um artigo sobre isso, eu ainda não li, mas estou sabendo disso”.

 

9. Como acelerar a leitura de um livro?

Você já tinha mais de uma revista para ler e agora tem mais um livro? Calma.

Primeiro, dê uma olhada na orelha do livro. Muitas pessoas não prestam atenção nessa parte, mas ela é bem interessante, porque há um resumo do tipo de “approach” do autor.

Não leia livro na sequência. Pule para a conclusão. Ao ler o final, você saberá se o autor tem uma abordagem bacana. Se o livro tiver a ver com o seu problema, volte para o índice e escolha os capítulos do seu interesse. Sentindo que você já domina a ideia do autor, sua ansiedade baixa.

Se tiver tempo para ler o livro inteiro e for relevante para seu negócio, leia. Mas se não tiver, marque os capítulos. Assim, você não precisará ler o livro inteiro, apenas determinados capítulos. Sua ansiedade também baixa com isso.

Pegue o suprassumo do livro e entenda o que está sendo dito para depois, na necessidade, poder revisitá-lo. Não é precisa ler a obra inteira para compreender o que o autor quer transmitir.

Se for um livro que tem tudo a ver com a sua área, você se dedica mais. Se não tem, você se dedica menos.
10. Resumo final                            

Nossa proposta foi dar uma visão geral para que você trabalhe o conhecimento e a informação de maneira diferente, com estratégia, mais qualidade e sem ficar ansioso diante dessa tsunami de informação.

Precisamos montar um outro modelo mental para lidar com isso, já que o modelo passado usado nas escolas não é mais coerente com os dias atuais.

Não trabalhe mais com assuntos. Ao definir o problema que você deseja minimizar na sociedade, seja capaz de avaliar as informações e qualificá-las a partir dos resultados obtidos.

Está lendo o capítulo de um livro ou o artigo de uma revista? Ele está ajudando você a melhorar a maneira de resolver seu problema? Sim ou não.  Se não melhorou, reveja e comece a trabalhar de forma diferente. Use seu diário de bordo para anotar isso.

Ao se capacitar para ter uma qualidade melhor de leitura, você lidará com o conhecimento e a informação de forma mais eficiente e eficaz no dia a dia do seu trabalho.

 

Como ler menos e saber mais? – Primeira temporada
Fase intermediária

11.  Aprofundando o diário de bordo

  1. Aprofundando ainda mais o diário de bordo
  2. É preciso conhecer muito para ser mais esperto?
  3. Aprofundando a escolha do problema III
  4. O que é a filosofia e como ela pode nos ajudar I
  5. O que é teoria e como ela pode nos ajudar
  6.  Resumo final

13.                       Aprofundando a escolha do problema I

15.                       Aprofundando a escolha do problema II

18.  O que é a filosofia e como ela pode nos ajudar II

 

1. Aprofundando o diário de bordo

 

O ideal seria que o diário de bordo não fosse feito em papel e por você sozinho. Que tal criar um blog no WordPress? Se não gosta de blog, crie um grupo no Facebook. Ao compartilhar suas anotações, você terá a oportunidade de conhecer  ambém a opinião dos outros.

 

O diário não deve funcionar como um fichário antigo. Não trabalhe livro a livro, por exemplo.
Ele é apenas uma nova fonte sobre determinado assunto. O mais importante é escrever o que o autor agregou para você.  Pensava de um jeito e passou a pensar de outro? Então, anote que tal autor falou sobre tal assunto em tal livro e a razão pela qual isso foi relevante.

 

 

2. Aprofundando ainda mais o diário de bordo

A ideia é que as anotações no seu diário de bordo sirvam como registro do seu processo de trabalho. Perceba que sua cabeça não trabalha fora de um processo.

 

Depois de cada informação obtida, é fundamental dar uma respirada. Não emende uma informação na outra e na outra.  Isso acabando virando uma espécie de comida que você come, come e, daqui a pouco, engorda e nem sabe o motivo.

 

Registre suas leituras para poder avaliá-las com calma.
Leu um capítulo de um livro? Respire e anote no seu diário de bordo. Leu uma revista? Respire e anote de novo.

Pergunte-se o que aquilo está lhe trazendo de novo, quais pontos são interessantes e o que é possível compartilhar com outras pessoas.

 

Quando tiver um “insight” a partir de algo que você leu ou palestra a que assistiu, anote. Concorda com tal coisa? Por que concorda? E se não concorda, por que não concorda?

 

Perceba que você está em um processo e acompanhe sua evolução. Ao criar um diário de bordo, assumimos que não somos donos da verdade e passamos a ser caçadores da verdade.

 

Passamos por fases. Pensamos e agimos conforme as provocações que recebemos na vida. Quanto menos provocação recebeu, menos você parou para pensar. Seu diário de bordo é um fôlego, é uma respirada para pensar.

 

Toda vez que você se aproximar de uma novidade, aproxime-se e, depois, afaste-se. Volte para o seu laboratório, anote o que tal pessoa disse e o que isso muda em você. Acompanhe as mudanças processadas internamente por cada tipo de leitura.

3. Aprofundando a escolha do problema I

Temos uma fantasia de trabalhamos com assuntos. Você não é um profissional de assuntos, porque eles são infinitos. Você é um profissional de problemas.

 

Precisamos fazer essa migração.

 

Ao pensarmos em problemas, questionamos a ideia do estudo por assuntos, que é extremamente autoritária. Isso ainda está em voga, porque faz parte do fim de uma ditadura cognitiva.

 

Anote no seu diário de bordo qual é o problema que você ajuda a minimizar na sociedade hoje. Vamos pegar o exemplo de um médico. Uma pessoa com um sintoma que a incomoda vai ao médico. Ele a recebe, analisa os sintomas e prescreve um tratamento, que pode ter um remédio ou não.

 

Qual é o problema que um médico ajuda a minimizar na sociedade? Ele minimiza doenças e sofrimentos, trabalhando com qualidade de saúde.
Em geral, todas as profissões trabalham com a minimização de sofrimento. Sofrimento, na verdade, sempre existirá, porque pessoas nascem e pessoas morrem. O mundo terá sofrimento, o nosso trabalho será minimizá-lo.
4. É preciso conhecer muito para ser mais esperto?

 

Se você trabalha, então está resolvendo um problema. A questão é se você está sendo mais ou menos eficaz nisso.

 

Precisamos saber usar conhecimento e informação para trabalhar melhor nosso problema.

Ao terminar uma leitura, pergunte-se se ela foi mais ou menos eficaz para ajudá-lo a resolver de maneira melhor o seu problema.

 

Desde o seu primeiro dia de trabalho, diga “eu quero resolver tal problema”. Veja o que vai ajudá-lo a pensar sobre ele. Mas, se você não tem prática e não lida com aquilo no seu cotidiano, a situação ficará complicada.

 

É difícil trabalhar num lugar em que percebemos problemas no dia a dia, mas não temos liberdade para fazer melhorias. Nesse caso, comece a procurar um trabalho mais significativo para que, quando sua maneira de pensar evolua, a organização queira evoluir também. Caso contrário, será bater de frente.

 

5. Aprofundando a escolha do problema II

 

Vamos pegar o exemplo do Carlos Nepomuceno. Ele tem uma empresa desde 1995 e começou trabalhando com a construção de páginas para web. Em um determinado momento, percebeu que não gostava de trabalhar com problemas de desenvolvimento de páginas. A subjetividade na escolha de uma cor, por exemplo, não o atraía. Buscando mais objetividade, foi dar aula e passou a trabalhar com a parte de desenvolvimento de softwares.

 

Isso mostra como a definição do seu problema é importante na definição da sua estratégia de formação e conhecimento.
É preciso entender com clareza o que você faz. Uma pessoa não trabalha com marketing, mas com o atendimento aos clientes ou com o marketing interno de uma organização.

 

Temos que saber exatamente o que fazemos para podermos melhorar nossa capacidade de trabalho. Saiba clareza qual é a sua função, quais autores falam sobre o seu problema e qual é o senso comum em relação ao tema hoje.

 

Ao ouvir algo que está fora do senso comum (diferente até mesmo da maneira como você pensa), é fundamental dar se conta dessa novidade e avaliar as consequências disso na sua maneira de trabalho.

 

Primeiro mudamos a forma de pensar para, depois, alterarmos a maneira de fazer.
6. Aprofundando a escolha do problema III

 

Não é preciso estar num mestrado ou doutorado para definir qual é o problema que você ajudará a resolver.

 

Sobre a academia hoje, podemos dizer que ela vive uma intoxicação. Por estar voltada para quem produz artigos, acaba não valorizando quem resolveu já soube resolver problemas no mercado. Assim, quem acaba dando aula está, muitas vezes, de costas para as questões da sociedade.

 

E pensam em assuntos muito etéreos. Não estamos dizendo teóricos, porque a teoria e muito importante para sua metodologia.  A academia está muito mais voltada para a arte do que para a ciência. Produzimos arte fingindo que é ciência e não uma ciência artística ou uma ciência filosófica.

 

Já as organizações não estão aprendendo com a prática. As definições vêm de cima para baixo. E, quando se vê que não está funcionando, a notícia não chega ao alto.

 

Ao buscar uma melhor qualidade de percepção, podemos esbarrar numa organização tradicional, fechada e hierárquica. E quanto mais intoxicada ela estiver, maior será a dificuldade de praticarmos um tipo de aprendizado e de estratégia de informação e conhecimento mais sofisticado.

 

Se isso ocorre com você, comece a pensar em partir para um lugar mais arejado, no qual você possa praticar sua estratégia.

 

Somos dependentes da sociedade em que vivemos. Em todas as sociedades humanas, somos dependentes do trabalho. E o modelo de trabalho nos faz definir o modelo da nossa estratégia de informação e conhecimento.

 

7. O que é a filosofia e como ela pode nos ajudar I
A filosofia é a tentativa de pensarmos de uma maneira mais abstrata. Quando resolvemos um problema, estamos desenvolvendo uma solução a partir de uma percepção, que começa na filosofia.

Se não nos dermos conta disso, ficaremos dependentes da metodologia e das teorias com as quais trabalhamos. A filosofia nos ajuda a ter uma visão macro de determinadas questões. E essa visão macro nos ajuda a trabalhar com as macrotendências.

A filosofia trabalha com as macropercepções da realidade. Ao começamos a mudar uma macropercepção, acabamos fazendo uma mudança teórica, depois uma metodológica e, por fim, em sua execução.

Como isso nos ajuda diante da avalanche da informação? Quanto mais percebermos que toda discussão engloba debates mais macros e filosóficos, mais saberemos quais são os grandes conflitos filosóficos de uma determinada área.

Até mesmo para saber em que tipo de percepção filosófica você se encaixa mais e qual é a mais eficaz para o seu trabalho.

 

8. O que é a filosofia e como ela pode nos ajudar II

 

Voltando ao exemplo do Carlos Nepomuceno. Ele se propôs a resolver o problema de como analisaremos a chegada da internet no mundo, suas consequências e como atuaremos para potencializar as oportunidades boas e minimizar as ruins.

 

E como a filosofia o ajudou? Ele leu o filósofo Pierre Lévy, que refez uma macrodiscussão sobre a neutralidade das tecnologias na sociedade, principalmente a das tecnologias cognitivas.

 

Até então, não se admitia que determinadas mudanças estivessem ocorrendo apenas pela introdução de uma nova tecnologia ou que, a partir dela, as pessoas tivessem que se adaptar a um novo ambiente.

 

Refazendo essa discussão filosófica, notamos a existência de duas linhas hoje. A daqueles que continuam a achar que a tecnologia é neutra e a de quem passa a pensar que a tecnologia não é neutra.

 

Cada autor trabalhará numa dessas linhas e produzirá teorias e metodologias relacionadas a ela.

 

Precisamos ter clareza dessa divisão para economizarmos tempo com o que se mostra pouco eficaz.

 

9. O que é teoria e como ela pode nos ajudar

As teorias são forças. A partir de uma determinada visão filosófica, você pode reposicioná-las.

 

Vamos pensar na dengue. Quando a doença surgiu na sociedade, as pessoas pararam para pensar o que estava acontecendo e chegaram até o mosquito infectado. Então, foi dito que um mosquito infectado, ao picar uma pessoa, causava dengue. Tivemos uma teoria aí.

 

Antes, podíamos nos perguntar como é que um mosquito tão pequeno seria capaz de uma doença. Nesse caso, estaríamos subavaliando uma força que agia no processo.
Temos que nomear forças e dar pesos a elas, contextualizando-as. Em determinada situação, qual é o peso da força A? Quais delas modificaram o equilíbrio existente até então? Isso pode ser pensando em relação à falta de um produto ou a um momento econômico específico, por exemplo.

 

E como isso pode nos ajudar a economizar tempo diante da tsunami de informação? Ganhamos tempo ao identificar quais forças são pontuadas pelo teórico que estamos lendo e se ele as trabalha bem.

 

Uma teoria sempre terá que ser avaliada na parte da execução da metodologia. Afinal, uma teoria puxa uma metodologia e, por fim, sua execução. A metodologia é a ação em cima das forças para podermos reequilibrá-las.

 

10. Resumo final

Quanto mais maduro você for ao lidar com a informação e conhecimento, mais trabalhará com a filosofia, a teoria e as macrotendências. E mais rapidamente perceberá se uma notícia traz alguma novidade ou não.

O slogan “Em 20 minutos tudo pode mudar” da Band News FM é o lema do ansioso da informação. Ele vai sempre achar que em 20 minutos tudo pode mudar.

Separe curiosidade e necessidade. Temos muita curiosidade e podemos nos perder nisso. Se você tem tempo, guarde uma parte dele para sua curiosidade. E isso é até interessante para que você não fique bitolado.

Mas, atenção, o importante é pensar quais são as fontes que realmente agregam a você. Exclua quem não lhe acrescenta nada.

Para isso, será necessária uma autoavaliação. Observe se a sua maneira de trabalhar melhorou e se você está ficando realmente mais eficaz.

 

 

Como ler menos e saber mais? – Segunda temporada

1. Não existe a ideia de “estar bem informado”

2. As informações relevantes são poucas

3. Seja um solucionador de problemas significativos

4. As informações relevantes são poucas!

5. Prática lendo um artigo bom de uma revista

6. Preste atenção em bons

7. Questão custo x beneficio

8. Identificando as mudanças de paradigmas

9. Ainda a discussão de novos paradigmas

10. A questão das novas forças

11. Dicas finais

 

 

1. Não existe a ideia de “estar bem informado”

 

A nossa trilha é a discussão de como ler menos e saber mais.

 

Olhe no espelho todo dia de manhã e diga “não sou um profissional que precisa estar bem informado, o que preciso é solucionar melhor os problemas do meu dia a dia”. Deu para entender a diferença?

 

A ideia de estar bem informado é um saco sem fundo e vai deixá-lo numa ansiedade generalizada. O que é está bem informado se o seu dia tem 24 horas? Vai ficar se entupindo de informação sem nenhum parâmetro?

 

Você precisa solucionar melhor os problemas que tem diante de si. Para isso, precisará estar ciclicamente bem informado. E para estar bem preparado para solucionar cada vez melhor seus problemas, você tem que pensar no tipo de atualizações que necessita. Esse vai ser o seu parâmetro.

 

O que você está consumindo tem melhorado sua capacidade de resolver problemas? Sim ou não. Se sim, dedique-se àquilo. Se não, joga fora.

 

Estamos saindo da intoxicação de uma ditadura cognitiva. Num mundo estável, as pessoas se dedicavam a assuntos. Esqueça isso. Hoje nos dedicamos à solução de problemas.

 

E qual será o seu parâmetro para estar bem preparado em termos de informação e conhecimento para solucionar melhor seus problemas? Esse é um bom paradigma para balizar todo o processo de melhoria do seu consumo de informação e conhecimento.

 

 

2. As informações relevantes são poucas

 

Você é um solucionador de problemas e, por isso, precisa de informação e conhecimento para melhor solucioná-los. Essa é a nossa primeira discussão.

 

Agora, vamos entrar numa discussão ética, sobre a qualidade do profissional que você é e do ser humano que você é. Isso fará muita diferença na hora de pensar o consumo de informação e conhecimento.

 

Responda, para que você está trabalhando e que tipo de problema resolve? A partir daí, que tipo de informação e conhecimento você precisa?

 

Você trabalha num ambiente que tem como propósito ver as pessoas como se fossem objetos? O seu consumidor é apenas um comprador de produtos ou serviços? Sua organização não está nem um pouco preocupada em melhorar seus produtos ou serviços?

 

Se você está dentro dessa cadeia toda, acabará se fechando. Informação e conhecimento funcionaram como um ponto de fuga.

 

O ser humano sempre procura um reconhecimento, deixar um legado. Se você está em uma organização e não vê um processo de melhora, sua necessidade de informação e conhecimento vai começar a esbarrar nisso. Porque você começará a querer pensar coisas diferentes e o modelo da organização não é para quem pensa diferente.

 

Existe uma questão ética na sua vida. Você tem um tempo de vida, um tempo finito e precisa se perguntar para que você está aqui e qual é o problema que quer ajudar a resolver na sociedade. Essa questão existencial vai definir a qualidade da informação e conhecimento que você quer.

 

E quando você esta nesse processo de aprendizado e melhoria contínua, terá uma trilha de aprendizado pela frente, uma trilha de mudança e conhecimento a partir dessa visão.

 

Mas é preciso que haja um envolvimento afetivo e subjetivo com esse processo. Caso contrário, você buscará informação e conhecimento apenas para fugir de uma realidade que não quer ver.

 

Para darmos o próximo passo, é importante que você responda para que você está aqui e qual o problema quer ajudar a resolver na sociedade.

 

 

3. Seja um solucionador de problemas significativos

 

Nessa trilha de ler menos e saber mais, falamos sobre ética e trabalho significativo.

 

O termo “trabalho significativo” introduzido pelo Nepô se refere a trabalhos em que você escolhe um problema relevante na sociedade e busca minimizar o sofrimento das pessoas. Isso o levará a ser um solucionador de problemas.

 

Ao entrar num modelo de conhecimento líquido, vamos aprendendo a cada passo dado.

 

Você lançará suas hipóteses ao mundo, o mundo retornará determinadas coisas e você procurará encontrar soluções cada vez mais sofisticadas para ajudar as pessoas.

 

Mas esse modelo está contra o modelo geral que temos na sociedade hoje.

 

Não adianta querer melhorar o seu consumo de informação e conhecimento se o seu trabalho é pouco significativo. Curtir aprender acaba sendo a grande diferença de um profissional para o outro.

O Nepô conta que um dia esteve com o seu sogro no hospital para resolver um problema. Quando já estava tudo resolvido, uma das médicas veio perguntar sobre seu sogro. Ele respondeu que já estava tudo resolvido, mas, mesmo assim, ela disse que queria saber a história toda para aprender com o que tinha acontecido.

 

Fica claro que aquela médica tinha um envolvimento emocional e subjetivo com o seu trabalho. Ela não estava apenas cumprindo mais um plantão, queria aprender para melhorar. Essa ideia da melhoria contínua é que vai definir sua qualidade da informação e do conhecimento.

 

E, ao trabalharmos nesse processo, começamos a nos ver não mais como consumidores de assuntos, mas como solucionadores de problemas. Você tem uma solução 1.0 dentro de um determinado contexto e, quando começa a trabalhar com outros contextos, outras possibilidades de solução do problema surgem.

 

Você precisa ter um trabalho significativo em que aprenda e tenha espaço dentro daquela organização para fazer uma mudança quando algo não estiver legal.

 

Se isso não for possível, você passará a consumir informação e conhecimento de pouca qualidade para não ver o problema. E o problema é que você tem que fazer uma mudança na sua vida, ir procurar outro lugar em que você tenha espaço para fazer mudanças.

 

Uma coisa tem a ver com a outra. A qualidade no seu trabalho o levará a procurar informação e conhecimento com qualidade também.

 

 

4. As informações relevantes são poucas!

 

No diário de bordo do Nepô, está escrita a seguinte frase: “por incrível que pareça, as informações relevantes são poucas”.

 

Toda vez que vamos resolver um problema, temos um paradigma de solução para ele, ou seja, uma determinada maneira de pensá-lo.

 

Essa maneira é a caixa em que estamos inseridos. E, a partir dessa ótica , vamos ter uma metodologia e uma execução de metodologia de solução do problema.

 

O mais importante para melhorarmos a qualidade do nosso consumo de informação e conhecimento é perceber quais são os paradigmas dos autores.

 

Por exemplo, uma pessoa diz que estava resolvendo um problema de uma determinada maneira e agora está resolvendo de uma forma completamente diferente e está sendo muito legal. Obviamente, ela mudou alguma coisa, teve um clique na cabeça e deu um salto de qualidade.

 

O senso comum é o seu senso comum, o que a pessoa pensou diferente é o senso incomum. Você precisa identificar qual é esse senso incomum. Não passe batido por isso. Pare para pensar se ele faz sentido e por que faz sentido?

 

Reveja o seu parâmetro. E se você alterar determinada coisa, o que mudará em consequência disso?

 

Modificar a maneira de pensar tem a ver com filosofia, com a maneira como observamos o problema, ou seja, a nossa percepção.

 

Ao ter contato com um livro ou vídeo, identifique o que a pessoa está trazendo de novo. O diário de bordo é fundamental para isso. Serve para você anotar e perceber claramente “pensava assim e agora passarei a pensar de outra maneira”.

 

Se você não pensar diferente, não executará diferente.

 

Conheceu um paradigma novo? Pare, vá para o seu laboratório e pense nisso. Assim, você se capacita para pensar um problema de outra maneira, trabalhando de uma maneira diferente.

 

 

5. Prática lendo um artigo bom de uma revista

 

É importante pensar em que tipo de revista vamos acompanhar dentro de um espírito de solucionador de problemas. O Nepô gosta muito da Harvard Business Review.

 

Mas lembre-se de não ficar na ansiedade de ter que ler a revista toda. Isso não é produtivo. Vale mais se aprofundar num bom artigo do que ler 10 revistas correndo.

 

O mais produtivo é entendermos como as coisas funcionam, como as lógicas acontecem, como um processo se dá e como as forças interagem nele.

 

Cada problema é resultado de forças que estão em tensão. Se não fossem as pessoas seria fácil resolver um problema? Óbvio, mas não vamos resolver as coisas fora do mundo ou da sociedade. A sociedade faz parte da solução do problema.

 

Existem forças que estão dentro das pessoas e, na maior parte dos problemas que temos que resolver, o problema são as pessoas. Mas elas não querem levar isso em conta, porque o mais difícil, mais complexo é lidar com o outro.

 

Como solucionador de problema, você terá que entrar num ambiente em tensão. Existe um conjunto de interesses e dificuldades pessoais, cognitivas, afetivas que estão em torno dos problemas. Você precisa conhecer essas forças para poder atuar.

 

É muito importante entender que todo problema tem uma ecologia no seu entorno. As pessoas, suas tensões e seus problemas são parte integrante da sua solução.

 

 

6. Preste atenção em bons solucionadores de problema

 

Ao se aprofundar num artigo, todas as outras coisas relevantes que você precisa saber estarão ali.

 

Nava Ashraf é professora associada da Harvard Business School (EUA) e é uma ótima solucionadora de problemas. Vale a pena nos aprofundar em seu artigo “Natureza humana como solução” (http://www.hbrbr.com.br/materia/natureza-humana-como-solucao) para amadurecermos como solucionadores de problema.

 

O básico é aprendermos como funcionam as forças na solução de um problema. Quando percebemos a existência dessas forças e como elas agem, eliminamos a necessidade de ficar lendo um monte de coisa.

 

Como a ecologia humana funciona na solução de cada problema?

 

7. Questão do custo-benefício

 

Nava abre o artigo dizendo: “Na ultima década, governos e instituições mundo afora gastaram, ao todo, cerca de US$ 9 bilhões ao ano no combate a flagelos como HIV/Aids, malária e doenças transmitidas pela água. E, apesar disso, mais de 13 milhões de pessoas morrem a cada ano –a maioria em países em desenvolvimento –, devido a males para os quais já há prevenção ou tratamento eficazes. Qual o motivo?”

 

Ou seja, está se gastando muito e não se tem resultado. Só com esse início, já estamos degustando um artigo de qualidade.

 

Ela começa com a base de qualquer solucionador de problema que é a relação de custo-benefício. Todos os animais fazem uma relação custo-benefício de como gastar menos energia para se alimentar e sobreviver. As espécies que sobrevivem são aqueles que se adaptaram melhor a essa relação.

 

E todo solucionador de problema vai lidar com essa questão. Em qualquer artigo, temos que ver como essa pessoa esta apresentando a questão da relação custo-benefício.

 

A autora questiona qual é o motivo daquele custo-benefício não estar funcionando direito. Ela vai no coração do problema e diz que a relação de custo-benefício não está sendo feita direita, porque o problema precisa ser visto de uma nova maneira.

 

Toda solução de um problema é baseada num paradigma. Quando há uma relação de desequilíbrio, alguma coisa naquele paradigma precisa ser mudada.

 

Ela faz um questionamento filosófico sobre a maneira como o problema está sendo visto.

 

 

8. Identificando as mudanças de paradigmas

 

Nava diz que a relação de custo-benefício não está legal. Temos um problema de paradigma aí. E ela fala que precisamos ver a situação de outro jeito.

 

A autora introduz o paradigma da economia comportamental nessa discussão. E o que a economia comportamental introduz na ecologia do problema? A questão da natureza humana.

 

A economia comportamental é a junção de psicologia e economia. Ela mostra que as pessoas não estão introduzindo relações humanas nos problemas do trato da saúde. Projetos cheios de dinheiro esbarram no dia a dia das pessoas.

 

Existe um paradigma que ignora a natureza humana. Assim, Nava desafia o senso comum e cria um senso incomum. Ela afirma que , para melhorarmos a qualidade da relação de custo-benefício na área de saúde nos países pobres, temos que introduzir o pensamento da economia comportamental, a questão da natureza humana.

 

Nava desenvolve o artigo dizendo como a natureza humana atrapalha a saúde desses países e como ela está resolvendo esse problema. Olha que riqueza!

 

Podemos aprendemos uma série de coisas. Logo de início, ela fala da relação custo-benefício. Já no segundo e terceiro parágrafo, faz uma discussão de qual é o paradigma novo que teremos que ver.

 

O que pode podemos buscar sempre que uma pessoa propõe uma mudança e o seu paradigma novo.

Vale se perguntar: “O que fulano está querendo introduzir de novidade?”

 

 

9. Ainda a discussão de novos paradigmas

 

Ao introduz a teoria da economia comportamental, Nava vai estudar os problemas humanos.

 

Ela sai do paradigma de números e dados de problemas na área da saúde, que é muito forte, e passa a trabalhar com uma outra perspectiva.

 

Nessa visão da economia comportamental, que é muito rica, a saúde é uma cocriação entre quem presta e quem recebe os serviços. Não é o médico que chega e resolve um problema de saúde. Ela não trata o paciente como objeto.

 

Ao propor a cocriação, a autora quebra a maneira de fazer o trabalho hoje, que é de cima para baixo. A cocriação é uma macrotendência que aparece em diferentes lugares, até mesmo numa área como a da saúde.

 

Ela introduz novas ideias no paradigma antigo para melhorar a relação custo-benefício.

 

10. A questão das novas forças

 

Nós somos solucionadores de problemas e, nos artigos, vamos ver como as pessoas estão solucionando seus problemas. Você não vai ler para se informar e sim para resolver melhor seus problemas.

 

Quando Nava foi estudar o ser humano, ela quebrou um paradigma filosófico que nós temos. Ela percebeu que novas forças não estão sendo contabilizadas no problema e estão atrapalhando sua solução.

 

O ser humano não quer sempre o melhor para ele. Às vezes, fuma e não consegue parar, por exemplo. Existem duas forças internas numa pessoa, aquela que quer realmente melhorar e aquela que não quer.

 

A autora faz uma revisão filosófica do ser humano, de como nos vemos. Na equação da saúde , existe uma força que não está sendo vista, que é a do ser humano não aceitar as coisas que são melhores para ele. As teorias são compostas de forças.

O que ela trabalhará para ser mais eficaz? Vai ajudar a superar esse boicotador que existe dentro de cada um para melhorar a saúde das pessoas.

 

 

11. Dicas finais

 

Como saber se estou diante de um bom artigo? Essa percepção é um processo lento, você vai aprender isso.

 

O ser humano não estuda assuntos, somos solucionadores de problema. Ao estudar assuntos, você não tem métrica e nunca sabe qual é a medida certa. Come e come informação sem saber se é o suficiente. Aquilo não tem fim.

 

É preciso que você faça um círculo completo. Consuma um determinado artigo e depois vá para o seu diário de bordo. Avalie se a leitura melhorou a sua capacidade de solução de problema. Sim ou não. Se melhorou, melhorou como? O que esse artigo tem que gerou essa melhora?

 

Perceba e identifique o motivo de aquele instrumento de repasse de informação e conhecimento ter dado a você mais subsídios para resolver um determinado problema.

 

Mas, atenção, você não terá um modelo de consumo de informação e conhecimento melhor se não mudar a sua vida. Não dá para continuar com a mesma vida.

 

Você vai precisar ter um trabalho significativo num lugar em que possa aplicar o que está aprendendo. Se você descobre coisas novas, tenta levar para o seu mundo profissional e não consegue fazer nada, vai começar a rejeitá-las, porque aquilo lhe trará sofrimento. Você sairá para o ponto de fuga, o que é normal no ser humano.

 

É necessário que exista um casamento entre trabalho significativo e consumo de informação e conhecimento. Você não terá um consumo melhor se não tiver um trabalho mais significativo. Uma coisa puxa a outra. Caso contrário, você vai consumir informação e conhecimento mais para fugir da realidade do que para modificá-la.

 

 

 

 

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