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Quando aumentamos o volume da informação: ou desintermediamos, ou entramos em criseNepôda coleção; 

Versão 1.3 – 25/10/2011 – faz parte do meu novo e-book –> GESTÃO DA DESINTERMEDIAÇÃO: metodologia eficaz para fazer o alinhamento das redes sociais às organizações

(Veja o áudio sobre o tema no Papo na Rede sobre o tema ou o Nepô ao Vivo 4.0 dedicado totalmente ao tema.)

Qual é a ação principal que define todos os esforços que precisamos fazer para alinhar nossas organizações/entidades/sociedade para o mundo que está chegando?

>>> Desintermediação<<<<

Desintermediação pode ser entendida como: processo de tirar intermediários desnecessários para ganhar agilidade  para inovar na gestão, visando atender melhor cidadãos e consumidores.

Essa é a meta que deveria servir de guia para os atuais projetos de mudança de gestão das organizações, visando incorporar o novo mundo das redes sociais digitais, que nem sempre estão integrados.

Ao contrário, mal interpretados, isolados a projetos menores, de algum departamento com a mesma mentalidade pré-revolução cognitiva.

Não vai dar boa coisa!

A desintermediação é a força-motriz que rege as mudanças atuais.

É preciso, dentro dessa perspectiva, integrar os esforços que já vêm sendo feitos, tais como  “Implantação de Redes Sociais”, “Gestão de Conhecimento”, “Gestão da Inovação”, “Marketing Digital”, “Comunicação Digital”.

(Ver discussão sobre isso no post sobre Gestão de Conhecimento.)

Diria que conhecimento, inovação, marketing digital, Redes Sociais são consequências de um fator mais amplo e geral: o aumento da população, que exige mais produção, mais inovação, informação descentralizada e, por sua vez, mais desintermediação.

A desintermediação é a resposta para um mundo mais complexo!

Desintermediar significa melhorar os processos, fazendo de nova maneira, incorporando as grandes inovações que os jovens têm feito na Internet para dentro das organizações, porém, isso tem um preço: um novo tipo de controle e uma nova forma de se administrar o poder.

Precisamos, assim, ajustar as organizações a um mundo com mais gente, que começa a procurar nas redes sociais digitais uma saída para resolver seus problemas de gestão, principalmente,  de forma mais dinâmica, revisando mentalidades de um mundo mais controlado e menos preparado para o tamanho do problema que temos hoje.

Não podemos fingir que com 7 bilhões de pessoas podemos controlar os processos do mesmo jeito!

Não avaliamos ainda com calma, mas estamos dobrando a população a cada 50 anos, algo que nunca aconteceu na história da humanidade e isso afeta toda a sociedade, inclusive os negócios de uma maneira radical.

Nossa mentalidade continua a mesma de 50 anos atrás, mas os problemas se multiplicaram, em 1960 éramos 3 bilhões, hoje somos 7, caminhando para 9, em 2050. 

Tudo poderia ficar mais ou menos na mesma latência reprimida, desde que não aparecesse uma tecnologia cognitiva disruptiva/desintermediadora (redes sociais digitais), que permite uma oxigenação geral da sociedade, em termos de ideias, projetos, pessoas, princípios.

A porteira foi aberta e o que aparecia impossível hoje é menos impossível!

Nesse cenário desintermediante, a roda da história passa a girar de forma diferente, abrindo enormes possibilidades para a civilização nesse novo século, que precisa se ajustar a um número maior de habitantes.

Ou seja, precisamos de um diagnóstico mais próximo de qual é a “doença” principal atual da sociedade, a geradora de crises, que as organizações têm que lidar para atacá-la de frente.

Caso contrário, podemos ficar perdidos na fumaça dos gurus de plantão.

Anotem: o fator primordial que precisamos atacar hoje em dia é a adaptação da sociedade para um mundo mais populoso e agora muito mais conectado. E isso exige um grau muito maior de desintermediação, de outra forma de controle mais líquida do que nossos egos analógicos estão acostumados.

Porém, nossas cabeças de semana seguinte, presas à mentalidade passada insistem em não ver o óbvio:

Se estamos com problema de câncer ou de Aids, precisamos fazer o gerenciamento de um ou de outro, pois a febre que aparece depois é consequência da doença e não a causa.

Precisamos, assim,  entender que só se resolve a crise demográfica/produtiva, através de uma gestão da sociedade mais desintermediada, na qual objetiva-se mais dinamismo para mudanças, que um mundo com mais gente, complexo e inesperado nos proporciona.

Para isso, é preciso uma intervenção consciente, a saber:

  • Visão clara do cenário – percepção geral do cenário, com forte lógica histórica para comparar a atual revolução cognitiva com a passada e analisar causas e consequências;
  • Mudança de mentalidade – mudanças necessárias nas mentalidades, regatando princípios humanos perdidos no tempo, em função de um controle rígido das ideias, via mídia de massa;
  • Novos perfis – ajustes no perfil das pessoas (com treinamento e reciclagem) para que possam lidar com um mundo menos controlado, tanto de quem controla como de quem é controlado;
  • Novas metodologias e tecnologias –  que permitam manter uma coerência dentro da desintermediação;
  • Nova forma de medição de resultados – que analise, como se deve sempre, o valor que é gerado com todo o processo de fora para dentro e não análises de dentro para dentro, como muitos dos projetos atuais de gestão disso e daquilo propõem.

Precisamos nesse mundo superpopuloso apelar para câmeras de vídeo para fiscalizar cidades, chips nos bois para melhor gerenciar a boiada, chip na placa dos carros para reduzir engarrafamentos, vender ingresso sem bilheteiros, ir ao banco sem caixa, fazer compras direto pela tela, comprar passagens longe dos balcões das companhias.

Ou seja, tirar intermediários desnecessários e colocando no lugar gerenciadores de comunidades em rede, robôs, geolocalização, sofisticando o trabalho (e não reduzindo como muitos podem supor).

Note que a desintermediação é a retirada de um determinado atravessador obsoleto que faz parte de um tipo de mentalidade mais controladora, que retarda o fluxo e a dinâmica, tornando processos, produtos e serviços cada vez mais caros e menos eficazes.

Isso se sustentava em um mundo mais controlado (na gestão e na informação) e com menos gente, sem concorrentes, com novos modelos de negócios, que estão cada vez mais em redes sociais digitais.

Desintermediamos, assim, porteiros, médicos (em alguns casos), ascensoristas,  bilheteiros, balconistas, corretores, vendedores,  garçons (nos restaurantes a quilo), jornalistas, distribuidores de música, de livros. Precisamos de mais velocidade em um mundo mais complexo, global, conectado e personalizado.

Mas note bem.

Não é uma proposta de criarmos mais um departamento ou gerência : Desintermediation Management com placa na porta! 🙂

É um projeto momentâneo da passagem de uma empresa pré-revolução cognitiva para uma pós-revolução cognitiva.

Ou no popular, organização 1.0 para uma 2.0, ou analógica/hierárquica para digital/rede.

Feita a passagem, fim, acabou, novos perfis, mentalidades, metodologias, tecnologias e medições foram implantadas e estão agora em um novo ciclo.

A passagem não é fácil.

Muitos têm optado por criar uma startup para começar do zero do que tentar uma mudança desse tipo.

Ou seja, sim é um processo difícil de mudança de cultura e mentalidade, mas necessário.

Pode ser feito sem critério ou orientação, ou de formar coordenada.

A diferença é o custo de cada uma das duas opções, a primeira com muitas as crises e um custo maior e a segunda domando o cavalo louco da nova desintermediação, que, repito é apenas mais um jeito de controla e não o descontrole.

Insisto: estamos com o diagnóstico errado de onde estamos e para onde vamos e, por sua vez, com os remédios de gestão inadequados para tratar a mudança que temos que operar!

A gestão necessária é aquela que nos levará a um mundo mais descentralizado, desintermediado.

Enfim: estamos dando xarope para pneumonia e a febre tende a aumentar!

 

Estamos falando da passagem de organizações muito intermediadas para outras menos intermediadas, ou se quiserem, mais desintermediadas. Promover a passagem de um modelo mais vertical para outro mais horizontal, dando continuidade a iniciativas que ocorrem já algum tempo, mas agora de forma mais radical, em função da chegada de redes sociais digitais, que aprofundam a horizontalização em curso.

Sugiro, assim, a criação de projetos, sob um guarda-chuva geral, que podemos denominar Gestão de Desintermediação (que pode se chamar também de gestão de descentralização), que envolve mudanças articuladas e alinhas nas mentalidades e perfil das pessoas, nas metodologias e tecnologias, bem como nos resultados a serem alcançados  de forma a mudar, de forma coordenada e gradualmente, as organizações públicas ou privadas nos próximos anos, ficando mais alinhadas ao mundo mais veloz e mais digital que está chegando sem pedir perdão ou licença aos poderes e as autoridades constituídas.

Acredito que uma postura assim é um atalho para as organizações gastarem menos, terem melhores resultados e estarem alinhadas com o mundo novo que se avizinha.

 

Portanto:

  • Quando falamos em Governo Aberto (ou Governo 2.0)  estamos falando de desintermediação.
  • Quando falamos em Empresas 2.0 estamos falando de desintermediação.
  • Quando falamos de Política 2.0 estamos falando de desintermediação.

Mais: os mais jovens já adotam novos modelos de troca e de relacionamento e, conforme vão crescendo e consumindo terão mais identificação com as organizações mais próximos aos que estão acostumados, tanto para trabalhar, quanto para consumir.

Para que isso ocorra é preciso uma mudança de paradigmas em quatro níveis, ou seja, uma metodologia de passagem entre um ponto a outro, tal como:

Mentalidade/Perfil das Pessoas – há necessidade de uma readequação das pessoas que estão acostumadas com um tipo de controle em alguns aspectos a saber, o que exige uma relação diferenciada com o ego, pois trata-se de uma mudança subjetiva importante que altera em parâmetros subjetivos, da relação de poder, com a informação e de que reconhecimento se espera de cada um:

Menos controlador – da passagem de uma prática de gerenciamento do “eu faço” para o deixar fazer, incentivando iniciativas da comunidade,  isso vale para chefes, gerentes, designers, marketing, comunicação, recursos humanos, finança;

Mais horizontal – deixar que as decisões sejam baseadas no diálogo que passa a ocorrer, não mais com decisões verticais, neste aspecto deve ser baseada a nova forma de remuneração e participação dos resultados da empresa;

Mais participativo – um perfil mais colaborativo, saindo da inteligência individual para a capacidade de trabalho em grupo.

Metodologias  -há necessidade de uma readequação das metodologias que estão estruturadas para um tipo de ambiente mais controlado  em alguns aspectos a saber:

Incentivo para participação das diferentes comunidades do negócio –  para que todos (fornecedores, colaboradores, acionistas, clientes)  se sintam estimulados a participar, garantindo que as mudanças, fruto da interação, de fato, ocorram, isso deve estar alinhada a mudança de mentalidade citada acima. A inovação aberta é uma das metodologias que fazem parte dessa ideia, bem como a criação de redes sociais internas e externas. É preciso, entretanto, unificar estes projetos em um mais amplo de mudança e não segmentado como é hoje;

Critérios de mérito e reconhecimento – incentivos, a partir da visibilidade de cada um dentro do coletivo e o esforço que faz para fortalecer os laços e colaborar com informação para o conjunto. Essa participação será medida, através dos “rastros inteligentes” que devem estar alinhados à plataforma de tecnologia;

Tecnologiashá necessidade de uma readequação das tecnologias que estão estruturadas para um tipo de ambiente mais controlado  em alguns aspectos a saber:

Redes sociais digitais  – muito próximas do Facebook, que substituirão à Intranet e a página da Internet, com participação em vários momentos de fornecedores e clientes, com níveis de restrição, no mesmo ambiente integrado.  Alguns instrumentos novos fazem parte desse aparato: inteligência artificial em rede, algoritmos, geolocalização, uso intensivo de rastros digitais para criar relevância em pessoas e documentos. Não há regra de quando e como usar cada um deles.

Rastros Inteligentes – todos os documentos e as pessoas passam a ser monitoradas por um robô que vai criando, a critério dos administradores, níveis de relevância para saber, dependendo de cada caso, quem e que documento é mais relevante para determinado processo.

 Medições

Como saber que um projeto de desintermediação está cumprindo seus objetivos?

A ver:

  • Menos trabalho burro e repetitivo;
  • Mais capacidade de mudar, conforme críticas recebidas, seja de onde for (colaboradores, fornecedores e clientes/cidadãos);
  • Mais inovador;
  • Mais competitiva;
  • Fazendo mais com menos.
  • Ou seja, tudo que uma melhoria na gestão proporciona!

O objetivo da gestão da desintermediação é, assim, alinhar a visão de cenário/estratégia prática da organização ao mundo que está chegando com força e velocidade, alterando mentalidades, perfis,  metologias, tecnologias, medições.

Que dizes?

 

 

 

4 Responses to “Gestão da Desintermediação”

  1. […] Ele falou ainda que há como implantar as redes sociais sem ser com esse foco exclusivamente de marketing e comunicação, uma maneira de as empresas fazerem a gestão de maneira integrada (Leia sobre isso: Gestão da desintermediação). […]

  2. […] mudanças ligadas à implantação de redes sociais internas e externas, no que estou chamando de gestão de desintermediação, um projeto de passagem de um mundo analógico vertical para outro digital em […]

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