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Na sala de aula, nem sempre o senso incomum vem do professor –Nepô – da safra 2011;

(O texto abaixo formará um livro, “50 coisas que aprendi sobre o mundo 2.0″. Colaborações são bem vindas e os que ajudarem na revisão, melhoria do texto serão citados nele. Ver também outros posts para o e-book. )

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1- com a revolução da informação em curso o conhecimento passa por necessidade a ser produzido de forma mais dinâmica, o que torna inviável que os  encontros de aprendizagem (presenciais ou a distância) continuem a ser feitos da mesma maneira;

2 – atualmente os encontros se baseiam num modelo fechado de ensino, no qual o professor/coordenador chega com uma verdade pronta e acabada e transmite a mesma para os participantes, o que desperdiça o conhecimento/intuição/necessidades dos participantes. O professor sai como entrou, quase não aprende com a interação, o que vai tirando dele sua motivação e sua capacidade de transmitir para os novos alunos a experiência dos diálogos anteriores;

3- para ganhar agilidade, motivação, colaboração tais encontros devem admitir que o conhecimento é sempre algo em aberto e que todos podem contribuir para avançar o que não sabemos, de forma colaborativa, pois o conhecimento sempre foi líquido, dinâmico, nós é que não nos dávamos conta, pois a ecologia do papel impresso o aprisionava em um tempo e uma mídia demorada e lenta para sua publicação e troca;

4- quando se organiza encontros abertos algumas regras de conduta são importantes, pois todos passam a ser alunos/professores e devem se guiar por um espírito de colaboração, tais como respeito, abertura, colocar os princípios acima das personalidades, argumentar procurando a lógica;

5- é importante que haja, de comum acordo, a escolha ou a aceitação de que o coordenador do encontro é a pessoa do grupo que tem maior tempo de todos no tema escolhido para a discussão e está capacitado, ou se capacitando, para permitir que o debate aconteça, apontando atalhos em momentos em que a discussão chega a pontos, já presenciados. Não é mais o dono da verdade, mas o incentivador das dúvidas;

6- todos devem procurar argumentos lógicos para se posicionar, evitando, portanto, adjetivações do que é apresentado, pois quando se adjetiva, introduz-se questões subjetivas, morais, invalidadoras, depreciativas, o que estimula inseguranças de todos e se traz o ego individual (geralmente cego) de volta para um lugar onde deve prevalecer o coletivo. O grande inimigo deve ser a ignorância;

7 – nos encontros presenciais, deve-se evitar que haja uso de tecnologias (que não seja a fala e a escuta), pois tais equipamentos dispersam os participantes na troca com o grupo, principalmente, quando é possível conexão na Internet com outras pessoas, fatos, informações que estão fora daquele espaço. Admite-se anotações digitais, porém sem conexão externa e, obviamente, computadores quando o tema é o aprendizado do seu próprio uso, o mesmo vale quando o tema é o uso da Internet;

8- é importante, entretanto, que quando o grupo não esteja reunido presencialmente, que todos possam ter todas as tecnologias digitais em rede para dar continuação ao encontro presencial, como listas de discussão, blogs coletivos, páginas em redes sociais;

9- é preciso que cada membro, inclusive o coordenador, fale e dê espaço para os demais falarem e que haja o exercício atento da escuta;

10 – por fim, é importante que os egos sejam recolocados de lugar, pois os conceitos devem ser vistos como ferramentas para vencer as ignorâncias e não como ferramentas de auto-afirmação ou de depreciação dos demais. Cada pessoa é importante para a sua rede de conhecimento, pois levará algo para esta que a fará refletir sobre alguns pontos obscuros, em um movimento em cadeia.

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