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O equilíbrio demorado tende a coisificar o mundo – Nepô – da safra de frases de 2011;

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, literalmente «amor à sabedoria».


Temos a ilusão constante que podemos olhar para as coisas diretamente, mas sempre criamos um filtro afetivo/cognitivo (nossa subjetividade) que filtra o que vemos e o que narramos, a partir do que vimos.

(Detalhei esse processo do conhecer, no post sobre as bases da Ciência e também no post sobre a ilusão da informação)

Objetivar é tentar minimizar esse subjetividade.

Assim, se informar e informar aos outros é um processo de selecionar, filtrar, subjetivar e tentar, ao máximo, nos aproximar de um dado “fato puro”, mas apenas uma tentativa, pois sempre terá  algo que nos escapa ou ainda não teremos percepções ou instrumentos para medi-lo, que serão criados e desenvolvidos no futuro.

Quando estudamos determinado assunto, como é o caso da Informação, tentamos nos aproximar de um fenômeno, defini-lo para poder atuar sobre ele com mais eficácia e menos sofrimento.

Assim, o estudo de qualquer fenômeno é composto das percepções que temos dele e as medições que foram feitas que comprovam, reforçam ou refutam essas percepções, através de instrumentos de medição que temos disponíveis e as análises feitas sobre e com eles.

Ao longo da história da análise de um fenômeno vão se criando “Escolas de pensamento” de pesquisadores, pensadores, profissionais que vão se identificando com determinado ponto de vista, que formam modelos mentais, ou óculos com os quais olhamos o fenômeno.

A filosofia de qualquer fenômeno seria, assim, o estudo destes modelos mentais.

Admite-se, assim, que é impossível estudar qualquer fenômeno, pois ele é impenetrável, a não ser que criemos versões, baseados na história: até hoje, o máximo que chegamos foi isso, até prova em contrário.

Complementaria uma visão de que, além dos modelos mentais, podemos analisar também o mundo como um processo em movimento de equilíbrios e desequilíbrios, que é também um modelo mental para observá-lo.

(Inspirado em Capra, o Tao da Física)

Assim, quando estamos em um determinado equilíbrio social e este se estende por um longo período (como é o nosso caso agora) temos a tendência a ficarmos mais conservadores, esquecemos de que os conceitos foram escolas mentais criadas por alguém, consolidados na sociedade.

Há interesses sociais e econômicos envolvidos nesse tipo de visão e passamos a ver os fenômenos como verdades, como coisas e menos processos em movimento, incluindo nossa percepção sobre eles.

No equilíbrio continuado os modelos mentais tendem à concordância!

Em torno de todos os modelos mentais se organizam produções e, por sua vez, interesses que se “agarram” aquele conceito e os difundem, consolidando ainda mais de que aquilo “é a verdade” e não algo que pode estar adormecido, sem interesse de questionamento, ou fatos novos que possam questionar esse fato.

Tende-se a fortalecer à Ciência pragmática e a filosofia é, por tendência,. afastada, pois não é hora para se questionar.

Há um pêndulo, digamos até natural, entre:

A necessidade de:

Precisamos resolver os problemas, a partir de uma nova visão, criada por uma ruptura filosófica, deixe-nos trabalhar

E a de:

Precisamos questionar a visão que temos desse processo, chamem de volta à filosofia.

A primeira se mantém em um equilíbrio duradouro e a filosofia é chamada quando ocorrem  desequilíbrios nesse processo.

Desequilíbrio –> Filosofia –> Equilíbrio –> Pragmatismo –> Desequilíbrio…

A filosofia seria chamada por causa de:

Caraca, tem algo errado nessa prática que estamos fazendo, pois existem crises que estão acontecendo que a nossa visão pragmática não consegue resolver, chamem a filosofia para repensarmos nossos modelos mentais!

Assim, há uma relação entre

equilíbrio/pragmatismo x desequilíbrio/filosofia

No mundo atual, com a chegada da Internet, claramente nossos modelos mentais sobre informação se desarmam, pois não tínhamos noção do que uma mudança radical nessa tecnologia podia significar para o mundo.

A Internet é um fenômeno paradigmático (vou desenvolver mais isso aqui no blog)

Vemos uma crise generalizada, pois precisamos agir, mas não sabemos como e estamos gastando tempo, recursos e energia sem os resultados esperados.

Por isso, a Filosofia é chamada nesse momento para rever os modelos mentais que temos sobre informação.

E por isso um campo como o da Filosofia da Informação passa a ser tão  emergente, pois precisamos rever como observamos o fenômeno para que possamos – de forma não pragmática – rever todo nosso modelo mental, que é baseado em parâmetros anteriores ao fenômeno paradigmático da Internet vir ao mundo.

É preciso entrar em um  novo ciclo de atividades, revendo a fundo como víamos a informação no mundo, sua influência no indivíduo, na sociedade e as consequências de uma ruptura do tamanho da que estamos passando.

É um assunto profundo, que inauguramos com esse post e vamos voltar a falar muito dele este ano aqui no blog com a rúbrica Filosofia da Informação.

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