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Aprender é matar ideias antigas – Nepô – da coleção;

Há hoje uma reavaliação sobre a cognição humana.

A Internet está nos fazendo rever a ideia de desenvolvimento da inteligência individual e coletiva.

Percebe-se agora de forma mais clara que a inteligência individual se desenvolve mais rápido quando é estimulada.

Isso vale para do bebê que a mãe conversa, ao professor que dá aulas.

(Dizem até que as plantas crescem melhor, quando se bate papo com elas.)

Quanto mais estímulos de qualidade recebemos, mais temos que sair da zona de conforto e mais progredimos.

Assim, quanto mais conseguirmos montar redes interessantes para nos estimular e isso vale para grupos e empresas, mais conseguimos pensar diferente e, por fim, inovar.

(Passamos a chamar isso de Inteligência Coletiva, a palavra da moda, que não nasceu com a Internet, mas desde que o humano é humano, não estaríamos aqui se não fosse ela.)

Portanto, o DNA de projetos 2.0 é desenvolver métodos de trocas de qualidade!

Observo que quando entro em contato com pessoas por aí, vejo claramente quem está na estrada 2.0 e quem ainda está parado na 1.0.

São quase dois tipos de cérebros diferentes.

Um mais limitado e outro ilimitado.

Precisamos levar os dois para um laboratório para medir. 🙂

Um palestrante ou um professor (que vou chamar de “televisivos”), já que chegam e saem com uma mensagem fechada, nada ganham depois de um encontro.

E pouco levam para quem os assiste.

(Falei mais sobre isso aqui.)

Podia-se ver um video deles no Youtube que seria a mesma coisa, já que é algo que se repete, como uma banda de rock que toca sempre a mesma música.

Tã, tã, tã….

Ou seja, desperdiçam o espaço rico para:

  • – coletar o senso comum sobre o que os outros pensam e, a partir disso, calibrar constantemente e melhorar o seu discurso para atingir com menos tempo mais gente, que é o que se espera de encontros cognitivos/afetivos;
  • – de coletar complementações ao que acham, novos exemplos, novas formas de se dizer a mesma coisa, dos que concordam com os argumentos e pontos de vista;
  • – e ainda de quem discorde dos argumentos, trazendo novos “sensos incomuns“, o que acrescentaria novas reflexões, novas defesas e rediscussões sobre teorias e conceitos.

Tudo isso é jogado pela lata do lixo, quando não há troca!

(Isso vale para empresas na conversa com consumidores, fornecedores e colaboradores internos.)

Outro dia tive uma conversa sobre isso com  uma amiga, que me perguntou se esse tipo de visão de mudança cognitiva não seria atrelada a campos de estudos que mudam mais do que outros, menos mutantes, algo como, no caso dela:

Tecnologia (meu caso)  x antropologia (área dela).

Pensei e respondi que não pensava assim.

Depende basicamente da forma que nos relacionamos com a informação.

Quanto mais usarmos canais e metodologias para que haja qualidades da troca, mais o repensar será acelerado e vice-versa.

Um antropólogo 2.0 estará com a cabeça mais dinâmica e mais ágil, do que um tecnólogo 1.0.

A ideia, portanto, de consolidação, de tempo lento, se deve a relações pré-Internet e pré-conceito de troca constante e, principalmente, através da visão que temos da colaboração e aproveitar melhor as ferramentas que temos para exercê-la.

(Como, por exemplo, quando estamos juntos desligarmos todos os aparelhinhos e aparelhões e usar a maravilhosa tecnologia do bate papo. Mais sobre isso aqui)

Quanto mais fizermos uso da Inteligência Coletiva 2.0, digital e no conceito, da troca, cada vez menos teremos a noção da consolidação, o chamado conhecimento beta contínuo, que não se consolida mais.

O Houaiss define assim consolidação:

Consolidação – ato ou efeito de passar (uma substância) do estado líquido para o sólido; solidificação, endurecimento.

Na rede digital com o incentivo das trocas e da possibilidade de mudar o que está registrado, antes impossível ou muito caro, teríamos algo como um conhecimento nunca consolidado, sempre gasoso, passível de ser alterado, com pontos de um gás mais ou menos denso, 1.0, 1.1, 2.0, etc.

Porém, não mais sólido ou líquido, sem se consolidar jamais: um conhecimento gasoso, temporariamente visível em algum lugar, porém, sempre mutante e nunca mais palpável, como já foi antes.

Que dizes?

4 Responses to “O conhecimento gasoso”

  1. Antunes disse:

    Perfeito, Neponucemo!
    Somos como neurônios, quanto mais em rede, maior a troca de energia, maior a produção, maior a diversidade, maior a riqueza.

    Viajando (e fazendo um link para a discussão sobre os livros):
    antes um homem se tornava imortal quando escrevia livros, agora, quando se torna parte atuante de uma rede, pois seus posts irão se perpetuar em retweets, blogs, portais…

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    Antunes, sim, ele está sendo…como disse o Quintana…

    Eu não sou eu, sou o momento: passo – Mário Quintana;

    Estamos passando nas telas…;)

    Nepô
    valeu visita e comentário!

  3. Carlos Nepomuceno disse:

    É válido para o presente argumento a lei de Bob Metcalfe:

    De acordo com a teoria, o valor de uma rede é igual ao número de usuários ao quadrado. Isto é, na nova economia o valor da rede é maior do que a da soma de seus integrantes.

    Ou num time de futebol, não é um somatório de valores, mas a multiplicação dele, válida para pensar sobre Inteligência Coletiva.

  4. […] Bem como, não cabe mais uma transmissão de conhecimento vertical, pois o que se pretende é tornar o laboratório cada vez mais gasoso, como detalhei aqui. […]

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