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Versão 1.2 – 21/07/21

Link Encurtado: https://bit.ly/artigobimodal210721a

O áudio da primeira versão do artigo.

O áudio da segunda versão do artigo.

Mudou a mídia, mudou a civilização.”Pierre Lévy.

Este texto faz parte dos Artigos Didáticos Bimodais, por isso são mais densos, com forte preocupação conceitual e servem de base para que os Bimodais possam entender, dialogar e aprimorar a Narrativa da Escola. 

O objetivo do artigo é detalhar os Padrões Conjunturais e Estruturais das Revoluções Midiáticas Civilizacionais para que possamos entender, com mais eficácia e profundidade, na sequência, a atual Revolução Midiática Civilizacional Digital.

No atual momento, tal trabalho de análise está sendo definido na Bimodais como Metodologia de Análise Bimodal sobre Revoluções Midiáticas.

Aqui, vai se falar das Revoluções Midiáticas Civilizacionais, no geral e, depois, da Revolução Midiática Civilizacional Digital, especificamente.

Em primeiro lugar, é preciso entender que as Revoluções Midiáticas Civilizacionais são Fenômenos Sociais Recorrentes.

Sim, são raros, espaçados em milênios, séculos, compreendidos dentro da Macro História.

Portanto, não podemos dizer que é a primeira vez que estamos vivendo uma Revolução Midiática Civilizacional.

A espécie já viveu outras Revoluções Midiáticas Civilizacionais e é, justamente, na comparação destes diferentes fenômenos que podemos chegar a determinados padrões, ou regras, ou leis, como preferirem.

A partir dos padrões, poderemos compreender o Digital com mais eficácia, por que veio e para onde poderá nos levar.

Entender a Revolução Midiática Civilizacional Digital como recorrente nos afasta de uma série de interpretações equivocadas, que consideram as mudanças atuais como TOTALMENTE inéditas.

Se classificamos o fenômeno estudado como inédito, a chance de conseguir conhecê-lo com mais profundidade é nula.

São diferentes em muitas coisas, porém se assemelham a várias outras.

É papel do Futurista Profissional procurar leis dos fenômenos para que possa reduzir ao máximo as incertezas.

E aí temos uma primeira diferença entre os Bimodais e o Senso Comum na análise das Revoluções Midiáticas Civilizacionais:

  • Senso Comum – o fenômeno que dá origem ao Mundo Digital é inédito. Nada similar ocorreu no passado e não se deve deve proceder um Comparativo Histórico;
  • Visão Bimodal – o fenômeno que dá origem ao Mundo Digital NÃO é inédito.  É uma Revolução de Mídia, que ocorre, de forma recorrente,  por diversos motivos, ao longo da história humana, como aprendemos com os Conceituadores da Escola de Toronto (Canadá).

Quando analisamos a atual Revolução Midiática Civilizacional Digital como um Fenômeno Social Recorrente passamos a ter uma visão COMPLETAMENTE diferente do passado, do presente e do futuro.

Sem a Comparação Histórica sobre um determinado fenômeno, estamos apenas especulando de forma infantil sobre ele e não o estudando de forma mais madura.

E, justamente por causa da Comparação Histórica, é possível separar os Padrões Estruturais daqueles que são Conjunturais.

Aqui estamos definindo a Essência do Fenômeno.

Vamos detalhar.

Digamos – para efeito de exemplo, sem nenhum tipo de comprovação científica –  que quando temos uma pneumonia sempre haja febre.

A febre, por estar sempre presente, é, assim, um Fator Estrutural no surgimento de uma pneumonia.

Porém, o que varia nos diferentes casos é a temperatura.

Em alguns pacientes, há febre muito elevada e em outros menos.

A graduação da febre é, assim, o Fator Conjuntural do Fenômeno pneumonia. E a febre é o Fator Estrutural do Fenômeno, pois sempre ocorre.

  • Estrutural – pneumonia -> febre
  • Conjuntural – pneumonia -> temperatura da febre

Assim, um médico não pode estranhar que uma pessoa com pneumonia tenha febre, pois ela é Estrutural, sempre haverá febre nesse tipo de doença.

O que se pode analisar é a temperatura daquela pneumonia para compreender de que tipo de pneumonia está se diagnosticando.

Podemos ter uma pneumonia com febre alta e outra com febre baixa, mas a febre sempre estará presente.

Assim, o primeiro passo na análise de qualquer fenômeno é separar o que SEMPRE ocorre (Estrutural), daquilo que SEMPRE varia (Conjuntural).

O segundo passo na análise de qualquer fenômeno é separar o que é causa e o que é consequência.

Não se pode denominar, no exemplo da pneumonia, a febre como o fenômeno, pois a febre é consequência da pneumonia. E a pneumonia pode ter diferentes causas, como, por exemplo, uma exposição demorada ao frio.

  • Causa Primária: exposição ao frio;
  • Consequência Primária: pneumonia;
  • Sintoma da Consequência Primária: Febre.

A confusão entre o que é estrutural e conjuntural e o que é causa e o que é consequência são Erros Conceituais comuns na análise de fenômenos e têm aparecido com ENORME frequência na análise do Digital.

Apliquemos agora este Método nas Revoluções Midiáticas Civilizacionais.

Quando procedemos à Comparação Histórica, para analisar a Essência de Fenômeno (Estrutura e Conjuntura) sempre tivemos nas Revoluções Midiáticas Civilizacionais o aparecimento e massificação de Três Fatores Estruturais:

  • Novo Canal (mãos, boca, papel, equipamentos digitais);
  • Novo tipo de Armazenamento (memória, arquivos e banco de dados);
  • Novo tipo de Linguagem (gestual, oral, escrita e rastros digitais).

(A figura acima foi uma colaboração do Bimodal: Átila Pessoa.)

O que podemos analisar ainda são as características específicas, de cada um destes Três Fatores Estruturais, daquilo que é diferente das outras Recorrências do Mesmo Fenômeno.

Quando tivemos, por exemplo, a chegada e massificação da Revolução Midiática Civilizacional Oral, foi introduzida na sociedade, os seguintes elementos:

  • Novo Canal: boca, antes se gesticulava;
  • Novo tipo de Armazenamento: memória de palavras, antes era de gestos;
  • Novo tipo de Linguagem: linguagem oral, antes era a linguagem dos gestos.

A novidade no passado na Revolução Midiática Civilizacional Oral não foi nem a chegada de um novo Canal, de um novo Armazenamento e nem de uma nova Linguagem.

Isso foi recorrente.

O que se pode analisar é quais foram as consequências para a sociedade da chegada de cada um deles.

Cada elemento novo (Canal, Armazenamento e Linguagem) nos permite perceber consequências distintas, que fazem parte das mudanças mais amplas de uma Revolução Midiática Civilizacional.

Cada um destes Três Elementos Midiáticos abriu para a espécie um novo conjunto de Tecnopossibilidades, que nos permitiu dar um salto disruptivo na Civilização, após a chegada da oralidade.

Tivemos com a chegada da Revolução Midiática Civilizacional Oral a possibilidade de  sofisticar as interações.

Foi a sofisticação das interações após a Revolução Midiática Civilizacional Oral, que permitiu ao Sapiens plantar e domesticar os animais.

A agricultura, por exemplo, nos permitiu deixar o nomadismo e criar as primeiras aldeias, pois passamos a gerar comida sem a necessidade de ir atrás dela.

Com a Revolução Midiática Civilizacional Oral a comida deixou de ser procurada e passou a ser criada!

(Mais sobre estes detalhes da chegada da oralidade nos primeiros capítulos do livro “Sapiens” de Yuval Harari.)

Revoluções Midiáticas Civilizacionais, assim, precisam ser analisadas com as alterações específicas dos Três Fatores Estruturais, que provocam as seguinte novas Tecnopossibilidades:

  • Novo Canal – quebra das barreiras de tempo e lugar;
  • Novo tipo de Armazenamento – novas formas de reter o conhecimento;
  • Novo tipo de Linguagem – novas formas de codificação e decodificação das informações.

Vejamos:

  • Na Pandemia, por exemplo, tivemos o uso intensivo do Novo Canal Digital, com a possibilidade do trabalho a distância.
  • Nos Ubers, utilizamos a nova Linguagem Digital para poder avaliar os motoristas com estrelas.
  • No Netflix, é possível indicar filmes mais próximos do seu gosto, a partir do acúmulo de informações, que vão sendo depositadas lá pelos seus cliques.

O segundo passo na análise de qualquer fenômeno é separar o que é causa e do que é consequência. E vamos aplicar agora às Revoluções Midiáticas Civilizacionais.

  • Causa Primária: aumento populacional;
  • Consequência Primária: crises produtivas objetivas e subjetivas;
  • Sintoma da Consequência Primária: Latência Humana por Mudanças, que não ocorrem por falta de novas mídias.

Vejamos.

O Sapiens, diferente das outras espécies, é uma Tecnoespécie.

Podemos alterar a forma como resolvemos problemas de sobrevivência.

E, por causa dessa característica essencial da espécie, podemos aumentar a população.

Ao aumentamos a população, isso não é uma especulação, mas um fato, basta ver o salto de um para oito bilhões em menos de 250 anos.

O Aumento Demográfico multiplica proporcionalmente a demanda por produtos e serviços do ponto de vista objetivo.

Se uma pessoa consome três refeições por dia, um bilhão em 1800 necessitavam de 3 (três) bilhões de refeições todos os dias e hoje saltamos isso para 24 (vinte e quatro) bilhões.

Produzir mais, num período muito curto de tempo, acaba por forçar a necessidade de Padronização Produtiva.

Do ponto de vista objetivo, a Padronização Produtiva resolve parcialmente o problema do Sapiens.

Há uma demanda por um Ambiente de Sobrevivência que consiga, não só resolver o problema da Produção Objetiva com mais eficácia, mas também que possa solucionar a Personalização em Larga Escala.

O Sapiens tem uma diversidade maior do que as outras espécies. Cada Sapiens tem Demandas Objetivas e Subjetivas específicas, que demandam produções personalizadas.

Assim, a Complexidade Demográfica Progressiva nos obriga a ter também um Ambiente de Sobrevivência Progressivo.

É preciso criar, a partir das Revoluções Midiáticas Civilizacionais, um Ambiente de Sobrevivência mais compatível com o Patamar de Complexidade Demográfico.

Este é o objetivo central das Revoluções Midiáticas Civilizacionais: equilibrar novas demandas com novas possibilidades de ofertas.

O novo Macro Modelo de Sobrevivência e as respectivas aplicações em Ambientes Administrativos conseguirão ter soluções melhores para os problemas demográficos complexos e isso terá um forte poder de atração para cada vez mais Sapiens.

As Ferramentas Operacionais Midiáticas criam, assim, com sua chegada e massificação, um Vácuo Tecnocultural Civilizacional, no qual o Sapiens passa a poder fazer coisas que não podia antes.

O que ocorre com a chegada de novas MídiasFerramentas Operacionais responsáveis pela nossa forma de pensar e agir – é uma expansão exponencial do Vácuo Tecnocultural Civilizacional, que podemos chamar também de Macro Vácuo Tecnocultural.

Novas mídias geram um Macro Vácuo Tecnocultural, pois alteram a forma como conhecemos, nos informamos, pensamos, nos relacionamos, trocamos, interagimos.

Mídias são a “placa-mãe” da espécie, quando mudam se alteram os “sistemas operacionais” e, na sequência, os “aplicativos”.

As novas Tecnopossibilidades Midiáticas permitem que novas formas de resolver problemas passem a ser criadas e um conjunto de novas formas de pensar e agir sobre a sociedade vão sendo produzidas para poder entender o novo, justificá-lo, ao mesmo tempo, que vão se criando novos Ambientes Administrativos.

Aumentos Demográficos –  isso é novidade nos Paradigmas Convencionais das Ciências Sociais – causam um Gap Civilizacional.

(Gap Civilizacional pode ser definido como a Incapacidade Ferramental Operacional e Conceitual da espécie de resolver problemas gerados pelo novo Patamar de Complexidade Demográfica. Os problemas tentam ser resolvidos com o antigo modelo sem sucesso.)  

Podemos dizer que se surge, gradualmente como o aumento populacional, uma Anomalia Civilizacional, até hoje de forma invisível, na qual se tenta usar as Velhas Ferramentas Conceituais e Operacionais para resolver novos problemas.

A Anomalia Civilizacional é filha do Gap Civilizacional que é descendente do Aumento Demográfico e os limites das Ferramentas Conceituais e Operacionais disponíveis.

O ajuste entre o velho e o novo Ambiente de Sobrevivência só é possível, a partir da chegada e massificação dos novos recursos das novas mídias disponíveis, quando se inicia, em paralelo, o processo de reconstrução de Ferramentas, tanto Operacionais, quando Conceituais.

O novo Ambiente de Sobrevivência surge a partir da criatividade dos Inovadores Civilizacionais (tanto os Startupizadores quanto os Conceituadores). Estes passam a criar novo Ferramental Operacional e Conceitual.

O Sapiens, a partir de cada nova Revolução Midiática Civilizacional passa a poder viver dentro do novo Ambiente Midiático.

A nova Civilização, com novo ferramental, visa reduzir o Gap e a Anomalia Civilizacional.

Com a Revolução Midiática Civilizacional, o Sapiens passa a ter mais acesso a novas fontes de informação e interagir, de forma mais horizontal com outros, gerando cada vez mais Maturidade Civilizacional para encarar a nova Era Civilizacional, na qual assumirá mais decisões e responsabilidades.

O Novo Ambiente de Sobrevivência permite descentralizar as decisões, tornando mais fácil lidar com os Problemas Demográficos Mais Complexos, pois eles passam a ser divididos por cada vez mais gente.

O objetivo de uma Revolução Midiática, portanto, é, pura e simplesmente, reduzir o Gap e a Anomalia Civilizacional com a troca gradual de um Macro Modelo de Sobrevivência mais antigo por um mais novo e mais sofisticado.

Novas Mídias criam novos Macro Modelos de Intermediação Midiáticos que são compatíveis com o Patamar de Complexidade Demográfica existente.

Macro Modelos de Intermediação Midiáticos definem os limites humanos:

  • da interação no tempo e lugar;
  • do tipo de contato mais constante entre os Sapiens (um para um, um para muitos e muitos para muitos);
  • da capacidade de armazenar as atividades feitas pelos Sapiens;
  • do tipo de comando e controle mais comum que acaba se estabelecendo.

Revoluções de Mídia quebram, assim, limites, permitindo que uma série de Intermediações Humanas que não eram possíveis passem a ser.

Revoluções de Mídia criam um processo de Reintermediação do antigo Macro Modelo de Intermediação Midiático para o novo.

O Novo Modelo de Sobrevivência criado por uma Revolução de Mídia é mais sofisticado, pois viabiliza uma série de novas Intermediações Humanas, que permitem que o Sapiens passe a fazer coisas que antes eram impossíveis!

A confusão entre o que é estrutural e conjuntural e o que é causa e o que é consequência são Erros Conceituais comuns na análise de fenômenos e têm aparecido com ENORME frequência na análise do Digital.

O Mercado do Futurismo não tem definido bem a essência do que estamos vivendo e, por causa disso, profissionais e organizações estão tão perdidas.

É isso, que dizes?

Colaborou a Bimodal: Fernanda Pompeu e Átila Pessoa.

Vem tomar pílula vermelha todos os dias na Bimodais.  Me manda um Zap: 21-996086422 (Nepô, quero sair de Matrix!)

 

GRIFOS EM NEGRITO: CONCEITOS BIMODAIS

GRIFOS EM NEGRITO E AZUL: NOVOS CONCEITOS BIMODAIS (MARCO A COR SÓ NA PRIMEIRA VEZ QUE APARECE, DEPOIS FICA EM NEGRITO)

PALAVRAS EM CAIXA ALTA E NEGRITO: CHAMANDO A ATENÇÃO DO LEITOR PARA ALGO ESPECÍFICO, DO TIPO OBRIGATORIAMENTE.

Os parágrafos que estão deslocados apenas uma vez à direita foram usados para divulgação do artigo nas Mídias Digitais.

Os parágrafos que estão deslocados duas vezes à direita foram selecionados com as melhores frases do mês ou definições de conceitos, que são enviados regularmente para os Bimodais.

O presente artigo se encaixa nos seguintes tópicos no MAPA MENTAL BIMODAL:

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One Response to “Como entender melhor as Revoluções de Mídia?”

  1. […] no artigo anterior “O que são Revoluções Midiáticas Civilizacionais?” que a Revolução Midiática Civilizacional […]

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