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Todo autor tem uma missão ao escrever seu livro.

A do Taleb no seu “Antifrágil” (e no Cisne Negro) me parece que é:

Ajudar pessoas a lidar com os eventos inesperados da vida.

É um livro que aborda, entre outras, duas questões:

  • metodologia antifrágil para que se possa lidar com o inesperado;
  • ética antifrágil para definir como se lidar com o inesperado.

O livro de Taleb faz sucesso, é oportuno, pois estamos no meio da passagem de um momento ordinário para um extraordinário, segundo Thomas Kuhn.

As pessoas estão com dificuldade de passar de uma mentalidade 1.0 para uma 2.0.

Aprendemos a viver com uma baixa taxa de inovação e precisamos lidar com uma taxa muito maior.

Além disso, estamos saindo de alta taxa de centralização das decisões, o que torna pessoas e organizações mais burocráticas e com mais dificuldade de lidar com o inesperado.

Ao se ler o Taleb, entretanto, é preciso entender o seu perfil psicológico, que influencia muito a sua forma de pensar o mundo.

Taleb, conforme podemos inferir, na conclusão, é uma pessoa que tem grande apetite para lidar com a desordem.

Não é à toa que foi durante duas décadas operador de Bolsa de Valores, lidando o tempo todo com o inusitado.

Há, a meu ver, uma radicalização do autor em relação ao como lidar com o inusitado.

Taleb, a meu ver, se mostra um tanto cético sobre o conhecimento formal, ou dá essa impressão, ao não fazer nenhuma ressalva.

Acidentes e Incidentes ocorrem e são objetos de estudo para que possam ser previstos.

De fato, por mais que estudemos, há sempre uma margem de fatores inusitados, que ele chama de Cisne Negro.

O problema que ele denuncia é que nossa mente é feita para lidar com cisnes brancos e não negros.

É se torna uma mente frágil diante do inusitado.

O problema cai um pouco naquela frase famosa do AA, que vou adaptar:

Conceda-me serenidade para saber aquilo que eu posso modificar,
coragem para as que eu possa e sabedoria para saber a diferença.

O grande diferencial aqui é saber quando acionamos o modelo frágil, aquele que temos paradigmas adequados para lidar com ele.

E quando é hora de lidar com o antifrágil.

Aí está um desafio interessante, que podemos aprofundar na leitura.

Assim, do ponto de vista da Escola Bimodal, podemos esperar alguma ajuda para nosso “andar” da Filosofia, tanto na sala da Epistemologia (como conhecemos) e Ética (como devemos nos portar no mundo).

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