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Primeiro, vamos aos conceitos:

  • Centralizar o poder é trazer as decisões/ações para menos atores;
  • E descentralizar ou distribuir o poder é permitir que as decisões/ações sejam tomadas por mais atores.

Isso é matematicamente viável de aferir.

Note que aqui não estamos tratando de qualificar poderes (por critérios abstratos), mas de aplicar uma matemática à quantidade de decisões/autonomia – que precisam ser tomadas/realizadas e quantas pessoas participam dessa decisão em qualquer processo.

Isso é muito importante para nosso debate sobre Transformação Digital, que nada mais é do que a passagem, matematicamente falando, de distribuição cada vez maior do poder das antigas organizações para as novas.

Façamos a análise de um caso bem corriqueiro – um restaurante a quilo versus um restaurante com garçons e a la carte para aplicar nosso Descentralimetrômetro.

Num restaurante com garçons e a la carte, temos:

  • alguém que define o cardápio;
  • um intermediário entre o cliente e o pedido ao cozinheiro;
  • o mesmo intermediário entre o cliente e a comida que é levada à mesa;
  • o mesmo intermediário entre o cliente e o caixa.

Num restaurante a quilo, temos:

  • alguém que define o que vai para a bancada geral;
  • o fim do intermediário entre o cliente e o pedido ao cozinheiro;
  • o fim do intermediário entre o cliente e a comida que é pega na bancada;
  • o fim do intermediário entre o cliente e o caixa.

Podemos dizer que MATEMATICAMENTE um restaurante a quilo é mais descentralizado do que um restaurante a la carte, pois há uma redução de intermediários e o aumento das decisões do cliente (que faz seu próprio prato) e tem mais liberdade para pagar a comida.

O surgimento do restaurante a quilo (e outros self services) se deve ao aumento de complexidade (quantidade das refeições) em grandes centros urbanos (em curto espaço de tempo).

O cenário de gradual aumento da quantidade de demandas versus a redução do tempo das ofertas obrigou aos donos de restaurantes dos centros urbanos a promover a descentralização.

Há uma relação entre quantidade de cliente cada vez maior versus capacidade de atendimento dos restaurantes no curto espaço de tempo do horário do almoço = restaurante a quilo.

O restaurante a quilo surgiu para reduzir o tempo de atendimento, permitindo que no mesmo prazo, muito mais gente pudesse ser atendida.

  • O que podemos chamar de solução descentralizada para resolver um problema de aumento de complexidade (mais quantidade em menos tempo);
  • A solução, além disso, cria a solução descentralizada para resolver um problema de demanda subjetiva (que não era aparente), pois cada cliente pode fazer o seu próprio prato, atendendo a seu gosto pessoal, a cada dia – numa personalização diária do cardápio.

Se formos tirar alguns aprendizados desse fato são os seguintes.

  • Aumento de quantidade e redução do tempo de atendimento vão tornando obsoleto, gradualmente, o antigo modelo de atendimento mais centralizado do restaurante à la carte, pois há um gradual problema de tempo de atendimento x quantidade de clientes;
  • Para solucionar isso, o antigo prestador de comidas na hora do almoço no centro da cidade, antes de virar restaurante a quilo, foi reduzindo as opções do “cardápio” – o que acabou por reduzir a taxa de individualidade.

Houve ali o que podemos chamar de crise de complexidade demográfica, a antiga intermediação não conseguiu mais resolver problemas de objetividade e subjetividade do atendimento com a mesma qualidade de antes – teve que descentralizar o processo!

Como o sapiens é uma espécie que, na sua jornada, vive sob a égide da Complexidade Demográfica Progressiva (a história demonstra isso), podemos extrapolar a mesma lei que rege o restaurante a quilo para toda a espécie.

Tornando-a uma Lei Geral da Espécie, que é o que está por trás da chamada Transformação Digital e a mudança que estamos assistindo neste novo século.

Quando aumentamos a população, criamos um problema de tempo x qualidade para os antigos modelos de administração.

Para resolver o problema de forma sustentável no longo prazo, é obrigatório descentralizar as decisões/ações.

Isso significa melhoria do atendimento.

É preciso atender mais gente no mesmo espaço curto de tempo. – o que impacta no quesito quantidade.

Além disso, há uma melhoria de qualidade na subjetividade – com a liberdade de escolha, com a qual o cliente pode exercitar mais a sua individualidade – uma demanda permanente da espécie.

É esse movimento que chamamos de Descentralização Progressiva Obrigatória, que é como o sapiens responde à Complexidade Demográfica Progressiva.

Podemos tentar resolver o problema de várias maneiras, mas a única forma sustentável no longo prazo para atender demandas objetivas e subjetivas é a descentralização.

Matematicamente, se distribui ações e decisões para cada vez mais gente para que se possa lidar melhor com a complexidade.

Numa primeira fase, tirando o intermediário operacional e na segunda o gerencial, mas isso é papo para depois.

É isso, que dizes?

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Um dos meus alunos me disse  seguinte:


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