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Quando se define o Núcleo Duro da Escola de Economia Austríaca, se fala em Ordem Espontânea.

Que o mercado seria uma ordem espontânea, regulado de baixo para cima, de forma horizontal, na ideia da “mão invisível” de Adam Smith.

O conceito de Ordem Espontânea, entretanto, é usado pela economia para pensar problemas econômicos, mas não pertence a economia.

É um conceito filosófico de uso geral que vai contra a ideia de Ordem Planejada, que permite aplicação em várias áreas, por exemplo, no direito:

  • Criação de leis planejadas – a partir da vivência e aprendizado com as existentes;
  • Criação de leis a partir do uso – que vão sendo adaptadas, a partir do resultado concreto (este debate é vivo dentro do STF brasileiro).

O conceito de Ordem Espontânea, assim, é filosófico, pois trata das essências humanas, que podem ser aplicado para diferentes tipos de problema.

Por detrás do conceito, temos duas vertentes:

  • Os coletivistas – aqueles que acreditam que a espécie humana, no seu conjunto, ou parte dele, tem uma missão;
  • Os individualistas – aqueles que acreditam que a espécie humana, não tem uma missão, a não ser sobreviver.

Vejamos o desdobramento:

  • Se a espécie humana tem um projeto determinado não se pode pensar em uma Ordem Espontânea, pois seria visto como um desvio da “melhor ordem”. Há aqui um problema de conteúdo, pois a sociedade tem que ir para determinada direção;
  • Se a espécie humana NÃO tem um projeto determinado a Ordem Espontânea é natural, pois não importa o caminho, desde que haja a sobrevivência com qualidade não havendo a “melhor ordem planejada”. Há aqui um problema de forma, pois a sociedade NÃO tem que ir para determinada direção.

Há o que podemos chamar de Bifurcação Filosófica entre duas formas completamente distintas de enxergar a sociedade, que será utilizada em diferentes problemas.

O dilema está no debate metafísico (optando pelo conceito aristotélico/Ayn Rand) espaço em que se define a essência humana.

No caso da nossa Escola Bimodal (com raízes na Teoria da História dos Canadenses, da ordem espontânea das mídias sobre a sociedade) temos a opção pela segunda via, individualista.

Aqui vai aparecer, na mesma linha, o conceito de Pierre Lévy (Inteligência Coletiva) e Cultura da Participação (Clay Shirky)

No caso da Escola Austríaca, o que é espontâneo é o mercado. No nosso caso, a chegada e massificação de nova mídia.

PS – podemos desenvolver o tema em que diante de Crises demográficas-midiáticas civilizacionais, como tivemos no século passado, há forte tendência pela hegemonia da visão coletivista. E depois de revoluções midiáticas da visão individualista. Porém, na macro-história o conceito da ordem espontânea como o modus operandi da espécie me parece mais consistente.

É isso, que dizes?

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