Determinismo – é uma corrente de pensamento que defende a ideia de que as decisões e escolhas humanas não acontecem de acordo com um livre-arbÃtrio, mas sim através de relações de casualidade.
Live arbÃtrio – possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante.
Note que na definição acima temos a de livre arbÃtrio onipotente – aquele que pode tudo; que é todo-poderoso. E de determinismo de uma causa que tira o livre arbÃtrio da onipotência.
Quando falamos em livre arbÃtrio, podemos dizer que há, pelo menos, duas possibilidades de conceituação:
- o livre arbÃtrio onipotente – aquele que tudo pode, independente de qualquer coisa;
- o livre arbÃtrio potente/impotente – aquele que pode alguma coisa, dependendo das circunstâncias.
Quando se procura relação mais plausÃvel das tecnologias na vida do ser humano estamos nos referindo ao livro arbÃtrio potente/impotente e não ao onipotente.
Mesmo com toda a vontade que o ser humano no geral ou no particular tem de voar, só será possÃvel, se houver uma tecnologia aérea que o permita.
Se eu disser que o ser humano só pode (determinante) voar se tiver disponÃvel determinadas tecnologias aéreas, estou estabelecendo uma relação de causa e efeito, que limita o livre arbÃtrio onipotente.
A afirmação seria:
O ser humano é uma espécie não voadora (impotente) e só pode voar, se utilizar tecnologias aéreas (que lhe dá a potência).
Ou ainda.
O ser humano só pode voar se utilizar tecnologias aéreas.
Ou seja, inegavelmente, há um determinismo no livre arbÃtrio de quem quer voar, pois sem tecnologias não se pode fazê-lo.
Assim, as tecnologias aéreas tornam o livre arbÃtrio impotente (aquele que não pode nada diante de determinadas vontades – como a de voar) em potente (aquele que passa a poder voar – se tiver tecnologias).
A relação de causa e efeito determinÃstica é inegável.
As tecnologias, assim, condicionam o livre arbÃtrio no desejo de voar, pois alteram da impotência para a potência – se tiver determinada tecnologia disponÃvel.
Quando se procura recolocar o papel das tecnologias na sociedade, a crÃtica a quem quer debater o assunto de forma mais plausÃvel vem justamente de duas vertentes:
- de quem defende a ideia do livre arbÃtrio onipotente;
- ou de quem defendo outro tipo de determinismo de forma dogmática.
As crÃticas do determinismo tecnológico, a partir do livre-arbÃtrio onipotente defendem um livre arbÃtrio puro, irreal, onipotente, que, para o qual, nada é impeditivo.
Quando se “xinga” os membros da escola passados, presentes e futuros de “deterministas tecnológicos” está, na verdade, se defendendo um humano irreal.
É o livre arbÃtrio dos deuses – que tudo pode.
Por outro lado, podem haver crÃticas daqueles que que consideram que há outros determinismos, só não concordam com os tecnológicos.
Não acreditam na onipotência do livre arbÃtrio, mas preferem outras relações de causa e efeito. Um ser humano determinado por outras coisas.
Que seria:
“O ser humano só pode ser determinado por aquilo que eu considero determinante. Eu prego um outro tipo de determinismo que não é o seu e não gosto do seu. A pessoa não é determinista tecnológica, mas é de outra natureza – como de classe social, por exemplo”.
O que provavelmente pode ser válido, dependendo do contexto e do problema que está se analisando, na relação potência/impotência.
Assim, não se está discutindo determinismo, mas o tipo de determinismo.
Podemos dizer, portanto, que as tecnologias não condicionam o ser humano de forma direta, mas sim o livre arbÃtrio humano, passando, conforme o caso, da impotência para a potência e vice-versa, dependendo da tecnologia disponÃvel ou indisponÃvel.O ser humano tem assim um livre arbÃtrio impotente ou potente para determinados desejos que sofrem a influência da tecnologia disponÃvel.
Há assim uma determinação tecnológica evidente sobre livre arbÃtrio humano da impotência para a potência e vice-versa.
É isso, que dizes?
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