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Hoje, terminei de escutar o episódio do Resumocast: “Superinteligência – Nick Bostrom | T2#015″.  E acredito que temos alguns debates interessantes a fazer.

O primeiro deles é o que vou chamar de Tecnomelancolia. 

Quando falamos de mudanças tecnológicas, seja ela qual for, sempre tem alguém que coloca algo do tipo (isso aparece no programa) “o ser humano é curioso e por causa disso inventa estas coisas”.

Não, a quase totalidade das tecnologias que se massificam não se massificam por curiosidade, mas por necessidade.

Uma das coisas que aprendi nos meus estudos sobre o impacto das tecnologias na sociedade é que não podemos esquecer NUNCA do Demografismo:

Característica humana de ser espécie que tem modelo de evolução aberto, não genético, tecnocultural, e por causa disso consegue aumentar progressivamente a população e, por causa disso, a complexidade.

Assim, novas tecnologias são demandas OBRIGATÓRIAS da espécie para resolver os novos problemas da complexidade.

Quando apresento em palestras o salto demográfico de sete vezes, em 200 anos, e apresento isso como a causa principal das mudanças, percebo que as pessoas têm uma espécie de conforto.

Há um motivo real e concreto para tantas novidades.

Com isso, a pessoa se insere dentro da jornada do sapiens, como algo necessário e fundamental. E consegue sair da Tecnomelancolia, uma sensação de que era melhor no tempo da vovó e do vovô, quando havia muito menos gente no planeta.

As tecnologias antigas eram compatíveis com um mundo menos humanamente complexo.

Assim, quando falamos da Inteligência Artificial temos que entender como ferramenta necessária e fundamental para sair dos impasses que tínhamos no passado.

Diria ainda como pontos para debates futuros sobre Inteligência Artificial:

  • Que não podemos falar de Inteligência Artificial como novidade, pois o computador, desde que surgiu já é um tipo de Inteligência não humana, que vem evoluindo;
  • O que podemos falar hoje é de Inteligência Artificial na Internet, que ganha outra dimensão, se comparada com as versões anteriores;
  • De que a chegada da Internet e da Inteligência Artificial permite um movimento de Descentralismo social, político e econômico e que as projeções futuras têm que levar em conta um sapiens muito mais empoderado do que o atual;
  • Depois, não se pode ignorar que tudo que estamos criando de novo (os Ubers da vida, Google, Netflix, Amazon) só é possível por causa da evolução desta Inteligência não-humana;
  • Diria ainda que a procura de um momento em que a IA vai ser mais inteligente do que o ser humano é uma métrica impossível, pois para vários problemas ela já é, tal como juntar pessoas para compartilhar uma viagem, impossível para uma pessoa de carne e osso;
  • As tarefas que não conseguimos fazer, com cada vez mais dados, que passaram a ser produzidos, por cada vez mais gente conectada e produzindo dados,  estamos passando para as máquinas;
  • O que se pode questionar e pensar, do ponto de vista filosófico, assim,  é sobre a capacidade da IA de virar nova espécie com autonomia e se auto-reproduzir, sob a qual o ser humano perderia o controle. Este seria um ponto de preocupação.

Assim, o que podemos chamar de superinteligência, eu preferia chamar de espécie digital, capaz de tomar decisões próprias e que teria, de alguma forma, a demanda de sobreviver e se reproduzir.

Por aí, o debate me parece mais interessante.

Que dizes?

Esta visão mais adequada do futuro, tenho debatido no Curso Básico de Formação Bimodal , veja o depoimento de um dos meus alunos:

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