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Não temos um cérebro, mas tecnocérebro.

Diferente do leão, o Sapiens precisa de mídia (aquilo que está no meio de nós) artificial para viver.

O leão tem mídia genética, nós tecnomídia.

As tecnomídias dão suporte ao cérebro do Sapiens para que possa funcionar.

Assim, o cérebro “veste” as mídias (que mudam no tempo) e se ajusta a elas, promovendo adaptações para operar da melhor forma possível as de plantão.

Assim, nosso cérebro tem mutação incremental ao longo do tempo e radical ou disruptiva quando chegam novas mídias.

Da seguinte forma:

  • No curto prazo (anos e décadas), mídias alteram a plástica cerebral – a camada mais mutante do cérebro.
  • No longo prazo (séculos e milênios) a própria estrutura, tamanho das partes.

A plástica cerebral modifica, a meu ver, e altera as três áreas do cérebro:

  • “As planilhas” – aonde armazenamos dados;
  • “O processador” – que procura os dados e processa pedidos;
  • E a área da reflexão – parte consciente, que chamamos de “eu”.

Novas mídias permitem que dados que precisavam ser memorizados sejam “gravados” do lado de fora nas novas mídias.

(Foi assim na escrita e agora no digital. É um alicerce fundamental para a espécie lidar com mais complexidade demográfica.)

Há, assim, liberação de mais espaço da memória de dados no cérebro – o que nos leva à redução de carga de memorização.

Há, por causa disso, mais espaço cerebral para outras atividades de processamento e reflexão.

Com tudo isso, a área reflexiva é, além de ter mais espaço, fortemente estimulada por novas ideias e informações.

Há, em paralelo, aumento da “musculação” do processador que sai de certa inércia para atividade constante com a chegada das novidades.

Assim, temos, com a chegada de novas mídias, atividade cerebral muito maior, na direção do questionamento dos antigos modelo.

As antigas “planilhas”, aonde os dados estavam armazenados, compatíveis com as mídias hegemônicas passadas, começam a ser descartadas.

Há, portanto, aumento de intensidade das atividades mais criativas e inovadoras com redução de algumas áreas memorizadoras.

Isso explica os surtos de inovação que ocorreram com a chegada de novas mídias (Grécia/alfabeto grego, Europa/escrita impressa e século XXI/digital).

Há estímulo e alterações da plástica cerebral em curto espaço tempo, pelo intenso uso da nova mídia por muita gente ao mesmo tempo.

Assim, quando falarmos no futuro na sequência das mudanças que ocorreram no novo milênio, não podemos esquecer que as mídias começaram é logo o cérebro de cada um que, antes de mudanças sociais, começaram o processo de mudança a seguir.

É isso que dizes?

Ps –

Além disso, se aumenta contatos horizontais, reduzindo antigos intermediadores, autoridades.

Há, assim, alteração do que podemos chamar de hierarquia da plástica cerebral.

O cérebro se acostuma a operar por um tipo de fluxo de informação que se horizontaliza, abrindo espaço para receber novas ideias e informações de fontes laterais.

Mas sobre isso, falo depois.

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