Muita gente afirma que ser individualista é se voltar para si mesmo e não se relacionar com os demais.
A pessoa imagina que não é interdependente dos demais. E que pode resolver todos os problemas sozinho. Podemos chamar isso de individualismo individual.
O individualismo, para este blog, é a capacidade que cada um tem de ser individual, desenvolver sua própria identidade de dentro para fora, trazendo diversidade ao mundo.
Tal individualismo só é possível se for coletivo, o que não é uma contradição, pois a percepção que temos de nós e do mundo é sempre limitada pela nossa incapacidade de perceber a nós e o mundo sem os outros.
Precisamos dos outros para ver e enxergar melhor. Não existe, assim, individualidade que não seja balizada pelo coletivo.
Assim, o individualismo coletivo é aquele que pressupõe conjunto de alta taxa de individualidade em relação ora harmoniosa,ora conflituosa com os demais.
O individualismo coletivo é diferente do coletivismo socialista, por exemplo, que pressupõe um conjunto de baixa taxa de individualidade.
Ou do individualismo individual, que imagina que se pode viver isolado.
O liberalismo de raiz pressupõe alta taxa de individualidade coletiva. É um tipo de individualismo social, pois cada um na sua individualidade tem conjunto de liberdade em que os outros precisam ser o limite e a referência.
Há, portanto, duas margens nesse rio:
- o individualismo individual – no qual não há limite, mesmo no outro. É algo típico do mercantilismo, capitalismo concentrado, que tivemos no século passado;
- o coletivismo individual – no qual não há espaço para a individualidade num modelo de superorganismo de todos iguais, com uma ordem planificada condutora.
Nos dois casos acima, temos geração de crise, pois no individualismo individual temos a inovação sem ética, não social.
Ou o coletivismo individual, onde há baixa taxa de individualidade, na qual não se estimula a pensar diferente.
Haverá a mesmice da mesmice, baixa inovação e crises produtivas frequentes.
É isso, que dizes?