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Agora temos uma nova palavra da moda no mercado: Business Transformation ou Business Digital Transformation. Que tem a sigla BDT ou BT.

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O mercado sente problemas e precisa de metodologias salvadoras.

Podemos dizer que Qualidade Total, Gestão do Conhecimento e Big Data são algumas delas.

Ou seja, o mercado quer ouvir e procura profissionais que digam que são especialistas numa determinada metodologia da moda, que os concorrentes estão usando.

Ninguém quer ficar para trás.

Não quer dizer que todo especialista da metodologia da moda não vai gerar valor na organização, pois sempre há o que arrumar e melhorar.

Porém, a metodologia da moda precisa de narrativa para sustentar os conceitos, preparar os slides e fazer a capacitação.

Assim, toda a metodologia da moda precisa ter embaixo dela, uma narrativa que justifique a implantação daquele método diante de determinada crise.

E aí começam os problemas, pois muitas vezes o nome da moda induz à  narrativa equivocada. O mercado que comprar algo que não faz muito sentido.

E aí se precisa arrumar o martelo para bater no prego. Não se tem um bom cenário, apenas um sentimento que precisa de um bom cenário. E se coloca um band-aid, antes de um exame mais detalhado da “doença”.

E o papel dos consultores, que precisam fazer uma “gambiarra” entre o que o mercado quer comprar e o que se pode vender com certa coerência.

Peguemos o caso da Gestão do Conhecimento, que desenvolve a narrativa de que vivemos na sociedade de conhecimento, as empresas precisas ser empresas de conhecimento e, por causa disso, é preciso fazer a gestão de tudo isso.

Tenho dito aos meus alunos que essa narrativa não se sustenta à luz da lógica. A sociedade do conhecimento é um conceito que não condiz com a realidade Macro-Histórica.

Nada me diz que a sociedade grega, os egípcios ou o iluminismo não foram sociedades do conhecimento. A narrativa é tênue e se sustenta dentro da “ilogicidade” do mercado.

Business Digital Transformation é a metodologia da moda, porém, finalmente, tem algumas vantagens sobre as demais do passado:

  1. fala em transformação, o que mostra que algo profundo precisa ser feito;
  2. MAS não diz que tipo de transformação precisa ser feita, é uma metodologia aberta, na qual cada consultor vai colocar a sua narrativa e visão da mudança que se faz necessária.

BT ou BDT não podemos dizer assim que é uma metodologia fechada como a Gestão de Conhecimento, mas é um sentimento que o mercado sente e diz que precisa mudar, mas não sabe para onde.

Não se pode ter um sindicato dos consultores de BT, pois cada um vai apontar para um caminho diferente. Cada um falará de uma Transformation do que considerar que é o Digital e o impacto que terá no Business.

O Administrador diz que quer alguém que o ajude a cruzar  determinada ponte de “A” para “B”. Qual ponte deve ser construída de “A” para “B” não se sabe. Ele quer ouvir do consultor.

Assim, se compararmos BDT com Gestão de Conhecimento podemos dizer que a primeira não induz a uma narrativa apenas aponta a necessidade. É um sentimento à procura de uma lógica.

A segunda induz a uma narrativa, pois diz que é preciso gerir o conhecimento, o que precisa de uma explicação lógica, que unifique consultores. É uma lógica à procura de um sentimento.

Business Digital Transformation, por ser aberta, não precisa inventar uma narrativa para defender o conceito.

É evidente que hoje (vendo-se gradativamente a uberização dos negócios e o empoderamento do consumidor) que é preciso algum tipo de  “Transformation” de que a antiga forma de se fazer “Business” está perdendo valor e que tem que se abraçar de alguma forma o “Digital”.

O mercado apenas sente que é preciso “Transformation”, mas fica esperando saber para onde e quer pagar a alguém para lhe ajudar.

Tudo vai depender do “taco” do consultor.

Como não se pode prever os resultados, pois não há “cases a serem apresentados”, no momento é preciso ver a coerência e lógica na capacidade de cada um de criar um cenário consistente.

E isso permite, finalmente, com a metodologia da moda, que se possa colocar “nessa empada” o que eu e meus alunos temos pesquisado, debatendo e testando nos últimos 20 anos. A nossa BDT se baseia nos seguintes conceitos:

  •  Filosofia da Tecnologia (que implica  revisão de como nos vemos como humanos);
  • Da Antropologia Cognitiva (que aponta o impacto das revoluções cognitivas na macro-história e as alterações que provocam na administração);
  • Laboratórios de Migração ( única saída é criar empresas novas, fora do atual modelo já no modelo da Administração 3.0 que surge).

Em linguagem do mercado isso quer dizer.

Está chegando um novo modelo de administração, baseado na qualificação de massa do consumidor, tipo Uber e Waze, que vai matar a antiga gestão, migrar para a curadora e é preciso se preparar para ela de forma urgente, com laboratórios criados fora dos atuais muros.

Não é uma passagem incremental, mas disruptiva NA ADMINISTRAÇÃO.

Agora, é ver quem tem garrafa velha para vender e gerar resultado.

Ao jogo, senhores.

Texto que fará parte do livro em produção:

Business Digital Transformation:
entenda e aja rápido diante da atual Revolução Administrativa

É isso, que dizes?

 

One Response to “O que é (e o que não é) Business Digital Transformation”

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