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Muita gente acha que diálogo nasce em árvore.

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É algo natural no ser humano.

Falso.

O ser humano, acredito eu, quer impor aos outros a sua cosmovisão.

  • Não quer ouvir, quer falar.
  • Não quer aprender, mas ensinar.
  • Não quer debater, mas convencer.

Um diálogo precisa ser construído. Ele raramente nasce de forma espontânea. Precisa de condições, de metodologias, pois é contra-intuitivo na espécie, apesar do senso comum achar o contrário.

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Muita gente diz que bate papo é igual a diálogo.

Falso.

Sim, bate papo é algo que trocamos amenidades sobre coisa banais. Um diálogo visa basicamente uma troca de ideias em torno de um dado problema.

Sim, vou fechar dessa maneira.

Só há a possibilidade de haver diálogo se todos que estão presente naquele ambiente quiserem resolver um dado problema.

E mais.

As pessoas devem estar abertas, sinceramente abertas, para as respostas coletivas que vão surgir. Quem entra com a solução para o dado problema não quer debater, mas apenas convencer.

Não ouvirá as pessoas.

Assim, não há diálogo quando:

  • – não há um problema;
  • – alguém ou “alguéns”  não estão dispostos a resolvê-lo;
  • – todos não estão abertos para procurar a melhor solução para o mesmo, a partir do amadurecimento coletivo de uma dada lógica.

Assim, o espaço do diálogo é tarefa de um “especialista de diálogo” que vai promover a criação do espaço e vai tentar procurar que ele ocorra, a partir de uma dada regra.

Sim, pode haver vários especialistas, ser algo descentralizado, mas as pessoas precisam criar este espaço, que considero um espaço “sagrado”.

Há algo de divino, não religioso, mas um espaço que vai ser além de cada um, num propósito maior que cada indivíduo.

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Num espaço de diálogo é preciso esforço para a compreensão da lógica de cada um.

O que se fará é:

  • – sair de uma lógica “a”, que leva a solução do problema “b”;
  • – para amadurecer uma lógica “c”, que leva a solução do problema “d”.

É importante, portanto, ouvir a lógica de cada um e de todos e procurar:

  • – falta de clareza na exposição;
  • – falta de coerência entre as partes;
  • – falta de argumentação.Além disso, é preciso rejeitar fortemente:
  • – qualquer coisa que fuja da análise da mensagem e passe a qualquer mensageiro (tal como o uso de adjetivos: antiquado, reacionário, obtuso, etc);
  • – ou qualquer figura de linguagem que leva na mesma direção, como ironia ou sarcasmo, que é uma fuga do debate lógico do problema.

Muitas vezes, principalmente, no campo político e econômico, há cosmovisões bem demarcadas.

E aí podemos ter diálogos entre cosmovisões similares, que podem aprimorar visões e saídas para problemas.

Conversas com cosmovisões opostas, não são diálogos, caem na linha do debate ou do embate.

Diálogos visam que pessoas atuem na mesma direção, ou mesmo produzam visões distintas e grupos que vão caminha de forma diferente, detalhando possíveis divergências.

Um diálogo, assim, não necessariamente visa o consenso, mas o esclarecimento melhor do que é é dissenso.

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Um debate ou embate não levará as pessoas que agirem conjuntamente, pode servir para amadurecer posições e conhecer a da cosmovisão distinta, mas servirá de espaço para quem assiste amadurecer posições.

Dialogar, portanto, dá trabalho e exige dedicação.

Por isso, que espaços como bar, Facebook, rodas de amigos, etc são para o fundamental e importante bate papo. E espaços de diálogos são construídos, formalmente, para resolver problemas e precisam de metodologias para que ocorram.

É isso, que dizes?

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