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A luta do século XXI é, assim,  é uma BRIGA PELA DESCENTRALIZAÇÃO DO MERCADO, em que a subjetividade e a diversidade das pessoas possam interferir muito mais na realidade do que hoje em dia.

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Desde que o ser humano é humano, inventou o mercado. Alias, só somos humanos por causa do mercado.

Nenhum ser humano sobrevive sozinho e, por isso, cria um mercado de trocas de bens, serviços, produtos, informação para que possa viver melhor. O mercado é o espaço das trocas, sem mercado não há ser humano.

O que existe é o controle do mercado, impedindo que ele tenha mais ou menos participação das pessoas.

  • – No mundo neopopulista/neocomunista querem acabar com o mercado para transformar no mercado estatal, em que um poder central regula tudo, triando das pessoas a participação.
  • – No mundo neoliberal quem manda são as instituições financeiras que estabelecem a sua lógica em que tudo tem que girar em torno do rabo que balança o cachorro.

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No fundo, o problema que temos não é com o mercado, mas com a capacidade das pessoas poderem ter mais participação NO MERCADO e que ele possa ser menos manipulado por um centro.

Isso é possível?

As trocas humanas são reguladas por tecnologias.

O ser humano não se relaciona diretamente no mercado, mas tem tecnologias que o ajudam a trocar, mesmo que seja uma troca primitiva de palavras, as palavras são tecnologias inventadas para que pudéssemos trocar.

No fundo, o que temos é um tecno-mercado, que é feito dentro de uma conjuntura tecnológica que tem os seus limites. Estamos saindo do mercado analógico para o digital, que abre novas possibilidades gigantescas para aumentar a participação das pessoas no mercado.

Quando questionam a concentração do mercado atual, concordo 100%, pois o que aconteceu é que tivemos, desde 1800 um processo de consolidação e centralização das ideias, em função de tecnologias cognitivas cada vez mais centralizadoras, tal como o rádio e a tevê. Quando há concentração de ideias, por consequência, há concentração no mercado!

Nestes momentos da história, como aconteceu no fim da idade média, o poder do dinheiro passa a falar cada vez mais alto, o mercado passa a ser dominado pelas grandes organizações, principalmente as financeiras, que só pensam no curto prazo e nos seu próprio benefício.

O rabo passa a balançar mais e mais o cachorro!

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Porém, o problema não é o mercado e nem a rede produtiva, mas a concentração que há no mercado, que impede uma participação maior das pessoas, com sua diversidade e subjetividade nele.

A luta do século XXI não é, assim, uma luta CONTRA O MERCADO, pois seria uma luta contra a própria espécie humana, que precisa de um mercado sofisticado para lidar com mais e mais complexidade demográfica.

E nem uma luta contra os atuais donos do mercado por novos donos, que seriam “mais humanos”, pois o que acontece é que eles vão também controlar o mercado a seu bel prazer, mais dia ou menos dia.

A luta do século XXI é, assim,  é uma BRIGA PELA DESCENTRALIZAÇÃO DO MERCADO, em que a subjetividade e a diversidade das pessoas possam interferir muito mais na realidade do que hoje em dia.

Isso, tenho aprendido com meus estudos, não acontece mais com teorias sociais antigas que já foram tentadas no século passado e nem com as novas teorias neopopulistas, neocomunistas ou neoliberais.

Mas na superação das crises, através de um novo tecno-mercado, no qual as ferramentas de mais participação, tal como Plataformas Digitais Colaborativas, com uso intenso de algoritmos que permitem mais poder para as pontas, através de novas instrumentos como a comunicação matemática, o reputacionismo, ou a meritocracia digital.

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O movimento progressista do século XXI é por um mercado mais participativo e menos controlado, que traga, com saídas criativas, propostas de solução dos graves problemas sociais que temos, sem perder a nossa capacidade de entrega, pois já somos 7 bilhões, rumando para 9 bilhões até 2050. 

Ou seja, não é nem neoliberalismo, nem neopopulismo, nem neocomunismo, mas um pós-capitalismo, tal como o colaboracionismo, via república digital.

É algo como um tecno-liberalismo social.

Não podemos pensar, como diz o Gil Giardelli, novos caminhos com velhos mapas.

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