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A única saída para a terceira via é abraçar o mundo 3.0

http://nepo.com.br/2014/09/19/a-narrativa-3-0-da-terceira-via/

Vivemos no Brasil nesta eleição o impasse do século XXI.

a) Um grupo defende o anti-capitalismo;.
b) Um grupo defende o capitalismo.

Marina, intuitivamente, procura uma terceira via, mas é vista pelo grupo “a” como tendo sido vendida para o grupo “b”.

Há no Brasil e na América Latina ainda um forte discurso anti-capitalista que reverbera. E tem suas razões.

Já disse e repito o capitalismo periférico não tem dado bons exemplos.

Uma coisa é um capitalismo onde existe uma certa igualdade, outra é onde existe a desigualdade.

Fica muito difícil defender capitalismo com tamanha disparidade de renda.

O discurso Robin Hood: pobre x rico é muito convincente, cola por mais que não entregue resultados.

Assim, a tendência em todo o continente é algo meio estranho que é um tipo de capitalismo, que visa um socialismo difuso, fisiológico de estado, com variações e problemas.

Precisamos de uma terceira via conceitual, precisamos de uma nova teoria que possa criar um sistema econômico inclusivo, que não descarte o mercado, fundamental para lidar com a complexidade do mundo, nem a desigualdade.

Ou seja, algo que seja mercado com inclusão e inclusão com mercado.

Quem pode ajudar nisso é a tecnologia, somente ela.

Não sabemos, mas havia limites no século passado que nos levavam a um impasse nessa briga capitalismo x anti-capitalismo.

O embate se dava dentro de uma limitação tecnológica, pois tínhamos:

Forte concentração de ideias;
Que nos levava a forte concentração de renda.

Tanto nos países desenvolvidos, mas principalmente nos periféricos.

A democratização dos meios de comunicação, por exemplo, por mais que quisessem ser mais abertos apresentava limitações técnicas evidentes.

Uma televisão é uma televisão, um rádio é um rádio, assim como, uma Internet é uma Internet.

Os primeiros concentram, bem como, a segunda descentraliza.

Não é possível pensar em uma terceira via que não passe por radicalizar o uso das tecnologias para dar poder ao cidadão e criar condições para descentralizar o capital, de forma sustentável.

Imagino que Marina e a Rede, seu futuro partido, devem aprofundar uma visão conceitual do Brasil e do Mundo e abraçar uma proposta que passa por um novo sistema econômico que seria o cooperativismo (um capitalismo mais descentralizado, via Plataformas Digitais Colaborativas) e a República Digital (uma democracia com mais poder para as pontas, via fiscalização e co-criação).

Marina sente isso, muita gente na rede sente isso, mas falta colocar isso do sentimento para a razão, da razão para o programa, do programa para o discurso para a sociedade.

Criar o debate.

Note que, independente o resultado da eleição, todos que estão participando dela continuarão no país, ou no governo ou na oposição.

O novo centro, do qual Marina fundou (e por isso sai vitoriosa do pleito independente resultado) precisa se consolidar enquanto algo que nos tire do beco sem saída do século passado.

Não basta ser algo entre o PT e o PSDB.

Tem que apontar uma saída que possa agregar estes setores com base em uma proposta alternativa econômica e política, para haver uma adesão a uma nova narrativa e não por não querer um ao outro.

Isso dissolve o ódio, nada mais terá a mesma possibilidade.

As tensões só vão acabar quando tivermos uma proposta em que nenhum dos lados se sinta derrotado e ambos atendidos, pois ninguém pode aceitar a desigualdade e nem a possibilidade de se gerar riqueza, via mercado.

Não são coisas incompatíveis.

Eram e muito com uma mídia concentradora, que fazia das organizações – todas elas – algo com muito poder, fazendo com que o rabo balançasse o cachorro.

O cooperativismo com República Digital é uma bandeira que aponta uma saída para o Brasil, para a América Latina e o Terceiro Mundo, inclusão com mercado e mercado com inclusão, via inovação tecnológica.

Ou seja, algo que consiga, via tecnologia, transformar miséria em talento, talento em riqueza e riqueza em distribuição de renda.

Não é fácil, mas não temos outra opção, se não for isso é o caos e a guerra civil.

Que os venezuelanos nos digam.

Bora?

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