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 Temos pouco estudo sobre as instabilidades tecnológicas. O que acontece quando tecnologias se massificam e, em especial, as tecnologias-mães da espécie: as tecnologias cognitivas.

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Escrevi ano passado um ebook inteiro sobre o que chamei filosofia tecno-cognitiva.

O papel da filosofia nas crises é rever verdades absolutas ou bastante consagradas, diante de novos fatos que não se encaixam.

Diria que o filósofo é o cracker/hacker dos conceitos.

As ciências humanas tem se debruçado sobre instabilidades que modificam a sociedade, com mais ênfase nas áreas econômica, social, política, ecológica.

Temos pouco estudo sobre as instabilidades tecnológicas. O que acontece quando tecnologias se massificam e, em especial, as tecnologias-mães da espécie: as tecnologias cognitivas.

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Este é o grande gap filosófico em um tecno-mundo cada vez mais tecnológico.

Faltam parâmetros para entender o salto de visão que temos que dar, pois os últimos séculos nos tornaram um tanto onipotentes, como se fôssemos uma espécie natural e não artificial, fortemente dependente das tecnologias.

O interessante é que hoje com as ferramentas conceituais atuais não temos condições de analisar o que está acontecendo e vai acontecer.

Há que se ter uma revisão filosófica profunda  dos efeitos das mudanças tecnológica em especial das mudanças nas tecnologias cognitivas.

A Escola de Toronto, a meu ver, a que mais dedicou seu tempo ao estudo da filosofia tecno-cognitiva, sem dar esse nome, é algo que está na periferia do mundo acadêmico.

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Eric Havelock

Sim, não havia forte interesse em instabilidades tecno-cognitivas, pois como elas são raras e tinham efeito de longo prazo não davam Ibope.

Porém, a emergência por algo mais eficaz vai nos levar à essa revisão, que é a base, a meu ver, da grande mudança das ciências sociais nestes século XXI, recolocando o papel da tecnologia que ela nunca teve.

Como um novelo, é preciso recolher toda a lã e começar de novo diante desse novo paradigma, pois a tecnologia, em especial as cognitivas, são um agente importante nas mudanças sociais, mas que recebem hoje um nota zero no cenário futuro.

Sem essa revisão, não conseguiremos entender os grandes desafios que temos pela frente.

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