Versão 1.0 – 09/09/13
Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
Podemos dizer que o estudo da Antropologia Cognitiva nos leva a um paradoxo cognitivo similar ao que propôs Malthus com uma adaptação:
Um dado ambiente cognitivo se estabelece para lidar com uma dada complexidade que aumenta geometricamente, enquanto a capacidade de gerir aumenta aritmeticamente, levando ao ambiente ou toda a sociedade a uma crise de governança.
Para que a crise seja superada é preciso uma nova tecnologia cognitiva que possa superar a limitação do ambiente cognitivo anterior, criando uma nova governança para lidar com uma complexidade muito maior.
O ambiente cognitivo social vigente, prestes a ser modificado gradualmente, assim, vive três problemas:
- – o tempo de uso – que cria um círculo vicioso, de aprendizado de uso do individual em detrimento do coletivo das autoridades com baixa meritocracia que se estabelecem nas organizações de plantão;
- – a obsolescência – da baixa qualidade de governança diante do aumento constante da complexidade, principalmente diante do aumento demográfico;
- – o surgimento de uma nova tecnologia cognitiva mais dinâmica – que denuncia o ambiente anterior e apresenta alternativas mais dinâmicas, porém completamente incompatíveis com o modelo atual.
O que era sustentável e até eficaz em um dado momento entra em um processo de decadência, pois o tempo de uso do ambiente vai dando tempo para que vá se conhecendo as brechas não meritocráticas do antigo ambiente, tornando-o cada vez mais voltado para ele mesmo em um círculo cada vez mais vicioso.
Podemos ver isso:
- – na Grécia pré-filósofos, pré-alfabeto grego;
- – na Europa pré-Revoluções liberais, pré-papel impresso;
- – no mundo globalizado do século XXI, pré-Internet.
A Revolução Cognitiva vem para restabelecer uma nova governança para lidar com o problema geométrico da complexidade e gerar, entretanto, ainda mais complexidade, nos resolvendo um problema de médio prazo e criando outro de longo em tempos cada vez mais curtos.
Há uma inviabilidade de fazer a governança no antigo modelo, mas, obviamente, uma resistência ao novo, pois as autoridades de plantão, que se estabeleceram no antigo modelo perderão o espaço que conquistaram no novo.
A crise da transição, conforme será administrada pode gerar mais ou menos violência.
Falarei da crise da transição neste post.
Que dizes?
[…] O paradoxo cognitivo […]
Estamos justamente necessitando de uma Meta-Epistème, ou seja, um “modo de conhecer” que não é mais uma epistemologia e nem uma teoria unificadora. Vai além: Depende essencialmente de um processo permanente de auto-educação que leva à contemplação meditativa, na qual todos os fenômenos incluindo imagens, ideias, representações e mesmo conceitos são observados igualmente sem classificações, hierarquias ou esquemas. E assim, lentamente, iniciamos uma descrição dessa observação e compartilhamos com a descrição de outros que fizeram o mesmo processo… Libertamo-nos assim do crescimento geométrico da complexidade, pois este crescimento é integrado nos campos de ordenação estabelecidos pela comunhão consciente das observações. A questão sempre é o limite que nós mesmos nos impomos pela falta de uma contínua auto-educação…