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Versão 1.0 – 02/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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É importante compreender o momento que estamos passando: uma passagem de um longo período, no qual estamos deixando de ter um cérebro impresso-analógico monoteísta para outro digital politeísta.

O cérebro se modifica, conforme a complexidade demográfica que temos a administrar e as tecnologias cognitivas quem temos disponíveis.

E quando se fala cérebro entenda-se não só o tamanho físico, como foi o aumento que tivemos no passado, mas agora modificações na plástica cerebral, de como os neurônios se entendem entre si, através de sinapses.

Uma tribo pequena exige uma determinada plástica cerebral específica, assim como uma cidade grande. Para cada uma destas plásticas temos que desenvolver tecnologias cognitivas que deem suporte a essa complexidade.

Numa cidade pequena admite-se que não se use celular intensamente, mas isso é pouco provável em uma megalópoles.

O aumento da complexidade vai, aos poucos, criando modelos de expansão e contração. Se formos olhar o passado, veremos que também define o modelo das nossas crenças mais profundas, tais como o monoteísmo e o politeísmo.

Há um período de crescimento demográfico, um salto em direção e uma sociedade mais complexa, na qual se inclui o econômico, o social e o político para um processo de consolidação e, por sua vez, de expansão novamente.

Podemos dizer que o monoteísmo cumpriu um papel nos últimos 6 mil anos, que foi fortemente marcado pela chegada da escrita, mas que agora com o digital, chega-se ao final de um longo ciclo.

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As características das tecnologias cognitivas definem a topologia da governança da nossa espécie, como vemos abaixo:

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Quando falamos de monoteísmo – adoração sobre um só Deus, estamos falando da força das autoridades baseadas em uma dada verdade que veio de alguém e precisa ser seguida com baixa taxa de questionamento.

Tal modelo atende à uma dada complexidade humana e com um tamanho demográfico específico.

Note que o monoteísmo surge com força, a partir da chegada da escrita há 6 mil anos, pela ordem, com a Torá, a Bíblia e o Alcorão – filhos diretos do papel/tábuas manuscritas, que definem pela característica da topologia, a mensagem que vem de alguém que não está presente e se estabelece sem que seja possível modificar.

A escrita é a introdução de uma verdade que vem de fora, muitas vezes absoluta, que não permite questionamento por quem está recebendo-a, pois a escrita é um código de transmissão de conhecimento em um canal fechado.

Podemos dizer assim que todo o período dos últimos 6 mil anos foi o de consolidação do modelo piramidal do monoteísmo, que consolidou uma governança específica na sociedade, que foi reforçada pelos canais de comunicação de massa, que também tinha um código fechado.

A chegada da Internet, com a sua possibilidade aberta de construção de conhecimento, que lembra a oralidade, mesmo que em texto, áudio ou vídeo e a fluidez das mudanças em produções coletivas, nos abre uma nova possibilidade de uma governança mais politeísta – na qual cada um é um pouco seu próprio Deus, a seu critério.

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Começamos, assim, uma procura de organizações não mais baseadas em uma autoridade única e, por sua vez, monoteísta – dona de uma verdade externa ao que estão presentes em uma dado tempo e lugar.

O monoteísmo é obsoleto para lidar com a atual complexidade, que pede uma topologia de governança politeísta.

Inaugura-se um novo longo ciclo, que vai influenciar fortemente o modelo das organizações, pois vamos construir uma sociedade menos monoteísta e mais politeísta, na qual deverá se administrar as múltiplas visões, através de plataformas digitais e algoritmos que terão a tarefa de ser uma espécie de “fazedores de bíblias dinâmicas” que conterá nossas verdades líquidas.

É uma primeira abordagem nessa direção, que dizes?

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