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Se formos analisar o movimento macro do mundo, estamos fazendo um ajuste sistêmico nas organizações para, só agora, depois de 200 anos, promover uma mudança radical para podermos atender com mais qualidade uma população de 7 bilhões de pessoas. É disso que se trata pensar em organizações 2.0!!! Promover esse ajuste, acelerando o ciclo das mudanças em constante diálogo com o mundo exterior.

Versão 1.0 – 31 de julho de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Muitos procuram apontar as causas das mudanças do mundo atual.

Na verdade,  o mundo sempre mudou, mas a velocidade das mudanças se aceleraram.

O ciclo são mais curtos entre planejar, produzir, atender e planejar de novo.

Nossas organizações foram feitas para ciclos maiores e mudanças mais planejadas.

Criamos paredes mais grossas entre a organização e a sociedade.

Com o tempo, as paredes grossas nos levaram, cada vez mais,  a organizações mais lentas, voltadas para elas mesmos, características de uma fase de uma pré-Revolução Cognitiva.

A cobrança de fora para dentro foi se reduzindo ao longo das últimas décadas, com o controle da comunicação e da informação.

Isso nos levou a uma estagnação das organizações, que criaram gestões menos transparentes, confundiram fins com os meios, deixando o consumidor/cidadão com uma taxa alta de insatisfação.

Na maior parte das vezes alimentando uma latência inconsciente, por falta de opções.

O rígido controle informacional atingiu também a iniciativa empreendedora.

Novos projetos não conseguiam competir com canais de intermediação bem conhecidos.

Assim, estamos saindo de  uma curva descendente civilizacional, que nos levou e nos levará a seguidas crises.

O DNA dessa crise é de fácil diagnóstico: nossas organizações são muito lentas para a demanda de uma população maior e mais conectadas, que acelera cada vez mais o tempo de resposta.

Uma latência por algo novo, que agora passa a ser possível com a chegada da Internet.

E é esse ajuste sistêmico, profundo, amplo que as organizações terão que fazer, mais dia, menos dia, conforme cada setor, região, perfil do consumidor/cidadão.

Diria, assim, que consigo enxergar duas causas principais destas macro-mudanças que estamos passando na sociedade:

  • A primeira: o lento, mais consistente crescimento populacional nos últimos 200 anos, saímos de 1 bilhão em 1800 para 7 bi em 2012.
  • A segunda:  a chegada de um novo ambiente cognitivo, informacional, que criou um descontrole, deu voz a novas fontes e passou a exigir mudanças que o novo tamanho da população exige, criando um espaço novo e fértil para novos empreendedores.

(Diversos outros fatores micros atuam nesse processo, o que altera a maneira como essa mudança é vivida em cada região do globo, país, organização, setor de uma organização, mas se formos ver o cenário geral, são estes dois fatores (população e conexão) as principais  forças que temos que observar e para elas nos alinhar com o futuro.)

Ou seja, uma maior população já poderia ter exigido ajustes mais radicais, porém não foram feitos, pois as organizações conseguiam controlar mudanças de forma muito mais efetiva.

Todas as crises, ou a maior parte delas,  eram dirimidas não com mudanças internas, mas com administração da informação e da comunicação.

Acredito que estamos no início dos estudos, mas vamos descobrir de forma mais clara que há uma relação direta entre o aumento da população e a chegada de Revoluções Cognitivas.

Mais gente exige mais produção, mais inovação, melhores condições de comunicação, o que nos leva para uma crise de representação e de gestão.

Assim, se formos analisar o movimento macro do mundo, estamos fazendo um ajuste sistêmico nas organizações para, só agora, depois de 200 anos, promover uma mudança radical para podermos atender com mais qualidade uma população de 7 bilhões de pessoas. É disso que se trata pensar em organizações 2.0!!! Promover esse ajuste, acelerando o ciclo das mudanças em constante diálogo com o mundo exterior.

Podemos dizer, assim, que as organizações foram criadas e se acostumaram a viver em um mundo com mudanças mais planejadas, com repetição de ações, ou podemos resumir em: um mundo mais controlado.

As macro-mudanças, entretanto, alteram o cenário externo.

O modelo de gestão que criamos nas organizações era para um mundo controlado de 1 bilhão de pessoas. Temos que reajustá-las agora para um mundo mais descontrolado de 7 bilhões.

Toda a discussão sobre inovação, gestão de mudança, redes sociais, empresa focada no cliente, organizações 2.0 giram em torno desse desafio.

Precisamos reinventar as organizações para viver em um mundo mais mutante, mais conectado e com mais gente, ponto.

Não se trata de mudanças tecnológicas, de comunicação, de informação, de inovação, mas tudo isso junto na direção de um mundo mais populoso, que agora tem mais poder e não vai mais aceitar determinadas regras que um mundo controlado determinava.

Não há retorno possível para o modelo passado, pois a população mundial não vai diminuir, pelo contrário, só aumentará. E quem passa a usar as ferramentas do novo ambiente informacional não volta para trás, ao contrário, cada vez se sofistica mais, tendo mais e mais gente aderindo.

Assim, para responder a questão de onde estamos, podemos dizer que:

  • – as organizações criaram modelos de gestão que estão incompatíveis com as novas demandas de uma população maior e mais empoderada pelas tecnologias de comunicação;
  • – será preciso ajustar essa gestão para um mundo mais mutante, gestão vai cada vez mais ser gestão de mudanças, para o diálogo, para promover a inovação constante;
  • – o caminho deve ser compreendido e planejado para que não nos percamos nos detalhes e deixemos de ver o todo.

Um primeiro diagnóstico que faço, depois de dezenas de encontros sobre esse tema, com centenas de alunos, público, cliente e na conversa, via redes sociais digitais, mostra o seguinte:

  • – mudanças desse tamanho são dificilmente digeridas, pois não são compreendidas;
  • – não temos a prática de pensar mudanças de médio e longo prazo, muito menos macro-mudanças desse tamanho;
  • – desenvolvemos nossas mudanças, geralmente incrementais, olhando cases e não cenários;
  • – não temos instrumentos para promover macro-mudanças planejadas nas organizações.

Tudo isso nos dificulta e muito a nossa capacidade de gerir a mudança que temos que fazer.

Porém, muitos colocam essas questões como barreiras intransponíveis e não desafios, que devem ser encarados com persistência.

Simples assim: o que é irremediável nos obriga a mudar. Certo?

É preciso, assim, ter bem claro  para onde vamos para não nos perdermos.

Vários atores desse cenário não conseguem enxergar o todo e sugerem mudanças cosméticas, que levarão às organizações a gastar muito e ter parcos resultados.

O que precisamos é entender que vivemos um momento único e muito raro na história e as organizações tradicionais precisam criar métodos excepcionais, fora da ordem conhecida, para se adaptar, mais uma vez, ao cenário.

O modelo já está por aí, através de empresas nativas, muitas delas já dentro de uma nova cultura de gestão muito mais ágil, em função da conversa constante e da capacidade de mudar, conforme as conversas.

É isso, que dizes?

 

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