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 A única certeza da vida é que tudo muda, como diz o I Ching. E há, assim, o conflito entre o que está ativo em movimento e o passivo, que não só não quer mudar, mas, quando pode, se organiza para evitar alterações.

Digamos que o ser humano sempre está diante de decisões.

E sempre optamos por mudar ou manter nossos hábitos.

Assim, digamos que:

  • Yang: é o princípio ativo, diurno, luminoso, quente.
  • Yin: é o princípio passivo, noturno, escuro, frio.
  • O Yin seria decidir, conforme o que conhecemos. Se fosse digital, seria 0.
  • O Yang seria decidir, conforme o que não conhecemos. Se fosse digital, seria 1.

Por natureza, nossa tendência é de adotar o Yin, pois é o que envolve menos esforço, seria o passivo, mantendo o que já está operacional.

A humanidade tende, assim, a Yin, pois é o estado que economiza mais energia.

O esforço para sair do Yin requer que paremos para pensar, exige energia extra e, por natureza, optamos por economizar, jogando no que conhecemos.

Só ativamos as forças do Yang, naturalmente, por necessidade.

Quanto mais houver estabilidade externa, mais estaremos embrenhados de Yin e menos de Yang.

Porém, há um risco.

Quanto mais nos embrenhamos no Yin, mais vamos nos distanciando das mudanças do mundo.

Digamos que o mundo é mais Yang, onde estão as coisas, a natureza, a vida.

O ser humano tem dificuldade de mudar e se adaptar, a natureza, não.

Ela muda na hora.

E mais e mais o choque entre o que é de fato e o que achamos que é vai se ampliando.

O Yin vai nos envenenando e começamos a nos iludir que aquele estado é permanente, ficando cada vez mais transitório.

É a crise da intoxicação do Yin, que é a mãe de todas as crises.

A crise, assim, não é algo que acontece do nada, mas vai sendo gestada na intoxicação do Yin.

Há uma quebra, pois o Yin vai nos levando a cada vez mais para Yin.

Numa grave crise do desequilíbrio.

O mundo, um organismo vivo, não é passivo, é ativo, as coisas estão em movimento e tendem a mudar.

A única certeza da vida é que tudo muda, como diz o I Ching. E há, assim, o conflito entre o que está ativo em movimento e o passivo, que não só não quer mudar, mas, quando pode, se organiza para evitar alterações.

Uma pessoa, um grupo, uma organização tem problema se não tiver um certo equilíbrio entre o ativo e o passivo.

Obviamente, que podemos dizer que grande parte da sua força de trabalho opera no Yin.

E tudo vai bem até que algo de fora exija uma mudança pequena, média ou grande.

E aí a tropa do Yin, que está no embalo, se arrebenta.

Pode-se explicar esse desequilíbrio nas grandes perdas que as organizações estão sofrendo hoje.

Deixaram-se levar pelo Yin além do que deveriam.

Pessoas que são mais Yang, são as criativas, fora da curva, que não aceitam o que está estabelecido.

Podemos dizer que esse perfil é uma minoria, que muitas vezes incomoda e tende ser afastado na estabilidade e chamado quando o nó aperta.

Ter muita gente Yang pode criar problema, mas não ter ninguém assim, é problema também.

Muitas organizações estão optando por criar até espaços Yang fora para depois incorporar, tal como incubadoras, centros de pesquisa, de inovação.

Pode ser assim também, tudo que evite a intoxicação do Yin.

 

Podemos ainda dizer que existem momentos no mundo mais ou menos Yin e mais ou menos Yang.

Um dos estudos que tenho feito é sobre os efeitos dos ambientes cognitivos nessa variação.

Tivemos um longo período da mídia impressa e eletrônica (alguns séculos), que as forças do Yin foram vitoriosas e conseguiram controlar as mudanças sociais.

Numa macro-visão, mesmo incluindo as variações das guerras mundiais, a luta entre capitalismo e comunismo, mas se notarmos todo o movimento de controle manteve de certa forma um mesmo modelo, de alguns poucos delimitando o fluxo das ideias da maioria.

Tal fato se deve a mídias muito caras e de fácil dominação.

A fase final da superioridade do Yin, podemos dizer, ocorre com a chegada da Internet, que abre um grande espaço para a novidade, inovação, criatividade, ampliando a força do Yang na sociedade, quebrando com uma longa hegemonia da passividade – Podemos dizer que estamos vivendo uma explosão da força do Yang na sociedade.

E isso significa que as empresas que estavam impregnadas da forma Yin estão com dificuldade de conviver nesse novo ambiente mais quente e mais aberto.

Algumas, então, as que vivem em setores mais mutantes – sofrendo mais.

Uma boa recomendação para esse equilíbrio é adotar cada vez mais práticas de abertura e o envolvimento com forças abertas, Yang, para o reequilíbrio.

Inovar, a palavra da moda, exige a força do Yang muito mais ativa e estimulada do que é hoje.

O mundo pode ter muita complexidade, mas essa sabedoria oriental, que é uma boa base para refletirmos.

Mudamos ou não mudamos?

Isso nos ajuda bastante a ver com mais clareza os diferentes movimentos e procurar o equilíbrio necessário entre estes dois polos, ainda mais em um mundo cada vez mais mutante.

Por aí…

O que dizes?

One Response to “O Yin e Yang da mudança”

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