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Ninguém vive sem piloto automático.

É ferramenta relevante para economizar esforço.

Temos níveis, entretanto, de pilotagem automática.

Quanto mais fundo formos mergulhando nela, mais vamos chegar ao que chamamos de identidade.

Identidade, então, seria o nível mais profundo do nosso ser, algo inacessível que vamos levar ao caixão.

Mas como podemos distinguir e ficar tranquilos com o que achamos que somos?

Podemos dizer que existem automatismos nocivos para a pessoa e a sociedade. E outros que não são, cabe a pessoa e a sociedade decidir.

Uma pessoa que é alcoolista, por exemplo, pode considerar que a bebida faz parte da sua identidade, mesmo que lhe faça mal.

No passado, alcoolistas eram consideradas pessoas imorais, que vinha de berço, era da identidade, até que se chegou a conclusão que era doença crônica, cuidada principalmente com intenso trabalho de apoio em grupos.

Um alcoolista pode beber à vontade, desde que não crie problema para os demais, tal como dirigir.

Uma pessoa, assim, é alcoolista por uma série de motivos, mas pode conseguir lidar com isso e ficar menos alcoolista se conseguir parar de beber.

É um trabalho claro de luta entre o automatismo e a falsa identidade e a procura por nova identidade, a partir dos problemas causados por ela.

Um time de futebol é outro exemplo de algo inacessível, porém, em geral, não é algo nocivo para a pessoa e a sociedade.

Há exceções como as torcidas organizadas violentas, por exemplo.

Podemos dizer, assim, que podemos separar dois tipos de automatismo/identidade:

  • Nocivo: é aquele em que a pessoa não consegue abandonar determinada maneira de pensar e agir que provoca sofrimento a ela e aos demais;
  • Indolor: é aquele em que a pessoa não consegue abandonar determinada maneira de pensar e agir, mas  que NÃO provoca sofrimento a ela e aos demais.

Temos situações desse tipo nas pessoas, nas organizações e também na política.

É papo para outros textos.

É isso, que dizes?

 

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