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Todo o debate filosófico sobre essência e substância precisa levar em conta nossa tecno-especificidade.

O Sapiens é a única tecno-espécie do planeta.

Uma tecno-espécie tem a capacidade de se reinventar, ao longo da sua trajetória.

Já tivemos época que éramos espécie não voadora, não navegadora. Tivemos fases que não conseguíamos olhar para as estrelas, para os micróbios ou conhecer os átomos e suas partículas. Tudo isso foi se modificando e nos modificando no tempo.

Ninguém pode afirmar, com os avanços da engenharia genética, da capacidade que teremos mais adiante de alterar nosso DNA, de que continuaremos a nos alimentar, reproduzir ou mesmo morrer.

Ninguém pode afirmar que continuaremos a precisar de água e comida para sobreviver no futuro.

Vai depender das tecnologias e como vamos decidir utilizá-las, a cada momento, em função dos problemas que teremos,  já que continuamos a crescer demograficamente.

O que hoje é uma essência básica do Sapiens, pode não ser amanhã.

Assim, se temos, diferente dos outros animais, a capacidade de alterar o que neles é definitivo, não podemos dizer que nossa essência é fixa.

O que podemos dizer sobre o Sapiens é que temos a essência aberta, passível de mutação, a partir da nossa capacidade de alterar a natureza e a nós mesmos.

As opções da substância disponível –  aquilo que podemo ser a cada momento da macro-história – depende das possibilidades que temos no tecno-planeta que reinventamos.

Já disse aqui que o Sapiens não vive NO planeta, como os outros animais, mais num tecno-planeta, que é mutante, conforme as tecnologias disponíveis.

Somos aquilos que as tecnologias nos permitem ser. E tecnologias são sempre passíveis de alterações. Isso é a base da nossa essência.

É isso, que dizes?

 

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