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Antes de se perguntar o que é o conhecimento. E o que é o conhecimento mais verdadeiro, podemos nos perguntar “por que conhecemos?”.

Vejo debates filosóficos infindáveis sem propósito. 

As pessoas, no fundo, sobrevivem, ganham salários, muitas vezes do estado, pagas por nós, para criar falsas questões.

Existe necessariamente um encadeamento entre algumas questões:

Quem somos? (existencial)

Para que vivemos? (Ética)

Por que conhecemos? (Pré-epistemológica)

Como devemos criar verdades? (Epistemológica)

Quando falamos sobre a última, debates sobre a verdade, algum tipo de resposta foi dada às outras.

É talvez a ordem dos fatores que altera o produto: o debate existencial, ético e pré-epistemológico do conhecimento vem, assim, antes do da própria epistemologia.

A epistemologia não pode, assim, ganhar vida própria é uma estação de trem para a qual precisamos NECESSARIAMENTE passar por outras estações.

Qualquer espécie, sapiens incluso, usa o cérebro para sobreviver da melhor forma possível.

Conhecer, assim, é algo que está ligado à vida. Conhecemos para viver, se possível melhor. Precisamos de verdades melhores para decidir de forma mais eficaz.

Conhecer é uma ferramenta importante para sobrevivência e deve estar cercada de preocupações.

Assim, antes do debate “o que é a verdade” vem antes: “para que a verdade?”.

É um divisor de águas entre correntes filosóficas, antes ética do que epistemológica.

Podemos separar, assim, conhecimento de entretenimento intelectual. E na filosofia o debate sobre epistemologia nunca ser feito sem antes dos outros. 

Se conhecemos por conhecer, o critério de aferição de verdade está longe da preocupação de produzir verdades que exigem a melhor lógica e aferição possível.

São conhecimentos não-científicos, pois não permitem aferição. São digressões válidas para um conjunto de demandas não científicas na sociedade.

Que devem ficar restritas a determinadas atividades e não a outras.

Nestes casos, o conhecimento ficará mais próximo das artes, dos passatempos, do lazer, pois são verdades mitológicas, religiosas, dogmáticas.

Não devem guiar metodologias, ações operacionais, ou mesmo ações políticas.

São verdades sem lógica passíveis de aferição.

Há, sem dúvida, espaço para o conhecimento não prático.
Mas são outros campos de expressão e não de definição,  o papel da ciência, sobre o qual a filosofia deve ser preocupar.

Conhecer, sem  objetivo funcional, assim, passa a ser  atividade de entretenimento, forma de se passar o tempo.

Não cabe debate lógico, pois são ocupações não-científicas.

A ciência foi feita, e tem um custo social, pasta ajudar as pessoas a viver melhor.

Ao aliar o conhecer como elemento fundamental à procura da vida de melhor qualidade, condicionamos o conhecer necessariamente a propósito e a algum tipo de aferição.

Conhecemos para viver melhor. E o conhecimento ganha norte ético: conhecer visa atuar sobre a realidade.

Dividimos a procura do conhecimento, por questão de ética, e eliminamos as tentativas de verdade sem objetivo prático, que não tem aferição possível.

É como se disséssemos que existem dois espaços: um para debater a verdade verificável e outro para brincar de pensar.

Brincar de pensar não está dentro do espaço da filosofia, mas de tudo que possamos chamar de lazer, de metafísica, de mitos.

No brincar de pensar não é necessário lógica, coerência e aferições. 

Assim, nem todo mundo tem a sua verdade, mas o seu passatempo intelectual. É apenas brincadeira intelectual. É opção de quem quer usar seu tempo para divagar.

A procura da verdade necessariamente precisa de aferição.

Pensadores, digamos pragmáticos, defendem a verdade com propósito. Por causa disso, tendem a gerar conhecimentos mais relevantes para a sociedade.

E você pode me perguntar: e a ciência pura? Papo para outro artigo.

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