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Todas as organizações que praticam a gestão estão em crise. A gestão foi o modelo e administração, que conseguiu lidar com um determinado patamar de Complexidade Demográfica.

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A crise que vivemos na sociedade hoje é do modelo de administração, baseada na linguagem oral e escrita, que ficou obsoleto diante do aumento demográfico.

Basicamente, estamos saindo de uma espécie que produzia ruídos, próxima dos mamíferos, que exige líderes-alfas (gestores/palavra oral e escrita) e iniciamos a jornada para espécies de comunicação química (curadoria/cliques).

Isso ocorre em todas as áreas e vai ocorrer também na produção científica.

Existem duas coisas importantes separar neste campo:

O método científico – é estrutural – filosófico. E a
publicação e divulgação é conjuntural – tecnológica.

O método científico, no tempo, exige um problema, uma hipótese para lidar melhor com ele, um teste para validar a hipótese, um comparativo e uma conclusão.

Isso podemos dizer que será algo estruturante de qualquer espécie viva, não só humana, na direção da procura de uma qualidade de vida melhor.

Todos os animais testam melhorias, incluindo os humanos, que fazem isso no geral, e nas questões mais complexas se utilizam de determinadas organizações, que chamamos de academia.

Muita gente confunde método científico que é a eterna busca da certeza provisória, ou da mentira, se quiserem radicalizar com a publicação. Com a publicação.

A publicação, entretanto, não é estruturante, pois dependerá das ferramentais disponíveis a cada período histórico. Como passamos um longo ciclo dentro da Era da Palavra Oral e Escrita criamos a ilusão de que método e publicação é a mesma coisa. Não é!

Antes éramos gestuais, depois passamos às palavras e hoje temos os cliques.

O método científico será praticada na plataforma de publicação disponível e será influenciado por este conjunturalmente.

Hoje, a publicação científica é feita, através da validação das palavras. É o método da gestão, na qual há um gestor, que chamamos de editor ou editores, criam um corpo de pareceristas que avalia o que será publicado.

Filtra-se para publicar.

Segundo o especialista americano de mídias digitais, Clay Shirky, a digitalização do mundo, com suas novas ferramentas, temos o contrário:

Publica-se para filtrar.

A nova linguagem dos cliques permite que pessoas ao lerem determinado artigo, possam, avaliá-lo no processo de leitura. O que podemos chamar de Curadoria Acadêmica.

Tal modelo permite que a Ciência 3.0, possa:

  • ter muito mais interação;
  • ser muito mais líquida;
  • muito mais próxima da sociedade;
  • menos dependente da vontade e interesse dos antigos gestores/editores;
  • mais inovadora;
  • mais descentralizada e distribuída.

A crise da ciência hoje é justamente a mesma de todas as organizações.

Criamos alta taxa de corporativismo tóxico, pois devido à centralização e isolamento da produção científica. A academia ficou cada vez mais voltada parar os próprios interesses do que os da sociedade.

Temos hoje uma ciência conservadora e corporativista, deixando a sociedade sem respostas às questões complexas.

Muitos acadêmicos consideram que qualquer coisa diferente do atual modelo de publicação irá trazer o caos à ciência, pois são reativos às mudanças.

E confundem assim métodos científicos com publicação científica.

A procura da melhor verdade, ou da melhor mentira continuará sempre, o que muda apenas é o método que faremos isso.

Mais gente no mundo, um mundo mais complexo, mais mutante e inovador, exige um novo modelo de produção acadêmico compatível.

O antigo validador oral/escrito dará lugar aos cliques, o uso intenso de inteligência artificial, que permitirá a renascença científica, pois estará muito mais próxima da sociedade do que hoje.

 

´É isso, que dizes?

 

 

 

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