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Friederich Hayek (1899-1992) é alguém que não pode ser esquecido na análise do futuro, pós-digital.

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Ele traz alguns insights muito ricos sobre complexidade e informação.

  • É dele a ideia de que um poder central tomará decisões cada vez piores, com o aumento da complexidade.
  • É dele também a ideia de que o socialismo nunca vai funcionar, pois retira os preços dinâmicos do mercado, impedindo as pessoas de tomar melhores decisões;
  • É dele ainda a ideia de que se combate complexidade com descentralização de decisões.

Preços dinâmicos são informações geradas pelas pontas, através de uma ordem espontânea, que permitem que as pessoas possam decidir melhor e – portanto – viver melhor.

Hayek, entretanto, não estudou Thomas Malthus (1766-1834) mais a fundo. Malthus nos deixou o seguinte legado, se formos adaptar seu pensamento a conceitos atuais.

Quando aumentamos a demografia, aumentamos a complexidade e geramos crises produtivas.

Assim, na fórmula da complexidade de Hayek faltou o fator Complexidade Demográfica Progressiva.

Ou seja, não temos uma complexidade estática no mundo.

Quando aumentamos a população, a complexidade aumenta, o que nos faz pensar que o centro, se não se reinventar, vai ficando obsoleto.

É logica pura.

E aí temos um outro fato importante que nos traz Marshall McLuhan (1911-1980) para o debate.

Ele lembra que as mídias mudam no tempo, incluindo nossos cérebros, e, no meu palpite, mudam por causa da Complexidade Demográfica Progressiva.

Mídias, linguagens, modelos de administração, formas de tomada de decisão ficam obsoletas no tempo, pois a complexidade de ontem não é a de hoje.

O ser humano precisa reinventar a sociedade de tempos em tempos, conforme vai aumentando a complexidade.

E aí modelos centralizados vão começando a entrar em decadências, como as cooperativas de táxi e precisam ser substituídas por Ubers.

Ubers permitem que novas formas de informações geradas pelas pontas sejam criadas (tal como os preços), que permitam aperfeiçoemos as tomadas de decisão diante da complexidade.

Os centros, assim, se tornam obsoletos não só pelo socialismo, ou pelo mercantilismo, mas também pelo avanço da Complexidade Demográfica Progressiva.

Tal visão nos faz imaginar que ciclos liberais na história estão fortemente ligados tanto às variações demográficas como a mudanças de mídia, tal como foi o Liberalismo 1.0 (chegada do alfabeto grego na Grécia antiga) como o 2.o (chegada da prensa, pós-idade média).

Hayek não leu Malthus e nem McLuhan, mas você que é um liberal em pleno século XXI, tem que ler.

É isso, que dizes?

 

 

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