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Há muito achismo sobre a Revolução Digital e pouca teoria.

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Carecemos de um campo de estudos sobre o problema.

Vivemos hoje como os medievais, que viviam crises econômicas, mas não havia economia para poder auxiliá-los.

Mudanças de mídia na história demoram, mas são recorrentes. E tudo que é recorrente necessita de  teoria para analisar causas, consequências e comparações entre os diferentes fenômenos no tempo.

Podemos dizer, assim, turbinados pela Antropologia Cognitiva, de que a atual Revolução Cognitiva Digital tem duas fases:

  • a mais incremental ou radical, que é a atualização do aparato tecnológico de comunicação e informação, que permite a sofisticação das linguagens existentes – a digitalização do que já existe;
  • e a mais disruptiva:  a partir dessas mudanças, o surgimento de nova linguagem.

As mudanças que estamos vivenciando hoje com mais intensidade é a digitalização das linguagens existentes: gestos, oralidade e escrita para o meio digital.

Todos os olhares se voltam para essa, sem dúvida, pois já está bem avançada. Porém, a grande novidade não é essa, mas a chegada da Quarta Linguagem humana, dos cliques e ícones.

Por quê?

O modelo de qualquer administração de qualquer espécie viva e social é baseada no gerenciamento e controle de processos. Tal modelo tem como objetivo principal manter espécies vivas, evitando que haja escassez.

Todos os animais, bem ou mal, tem modus operandi que estabelece um triângulo entre tamanho do bando, administração do mesmo e modelos de comunicação existentes.

Todo modelo de administração é baseado em  determinada linguagem de comunicação e informação que permite que as trocas sejam feitas entre os membros de qualquer espécie.

No caso do Sapiens, as linguagens de trocas avançam no tempo, se modificam e permitem que alteremos o Modelo de Administração.

Nossas linguagens, diferente dos outros animais, não são genéticas, mas Tecnoculturais.

Para que possamos sofisticar o Modelo de Administração, é preciso que tenhamos  nova linguagem para proceder o gerenciamento e controle de forma a não haver escassez.

Até a chegada da Quarta Linguagem, todo o modelo administrativo necessitava de  gestor que tinha o objetivo de processar as linguagens existentes: gestos, oralidade e escrita e, a partir disso, decidir.

Tal administrador esbarrava nos limites possíveis da quantidade de dados que chegava, no  limite da sua capacidade de receber, pensar e decidir.

Podemos dizer que o aumento demográfico tornou as atuais linguagens humanas obsoletas, pois se aumentamos a quantidade de dados a serem processados, começamos a ver os gestores cada vez menos capazes de decidir.

E por isso tivemos a necessidade de criar uma nova linguagem e, com ela, o novo modelo de administração.

Na Quarta Linguagem muito mais gente pode apontar as suas necessidades, avaliações, desejos e se atendido, sem que isso gere um caos econômico, pois apenas clica.

Quando falamos da segunda fase da Revolução Digital, assim, não falamos mais de digitalização, que foi a primeira, mas de Uberização, quando vamos iniciar, de forma massiva, o processo, para valer, de alteração do modelo administrativo.

Na uberização, uma quantidade muito maior de pessoas pode interferir nos processos, pois podemos dispensar o antigo administrador de carne e osso (gestor).

E colocamos no lugar um curador, que vai passar a controlar e gerenciar processos, via inteligência artificial.

  • Na Digitalização, melhoramos as linguagens que existiam, mas mantivemos a antigo modelo administrativo, com os administradores de carne e osso, no que chamamos de Gestão;
  • Na Uberização, criamos nova linguagem e novo modelo administrativo, com a chegada de inteligência artificial, que podemos chamar de Curadoria.

O novo administrador não é mais alguém que controla processos diretamente. Ele transfere o poder para o cidadão/consumidor, que, munido de aparelhos que permite a prática da nova linguagem, abastece Agentes Artificiais para que tomem decisões melhores.

Os Agentes Artificiais recebem os inputs dos cliques e consegue, de forma dinâmica, compreender, como nunca, o real desejo e interesse do cidadão/consumidor.

A Quarta Linguagem viabiliza, assim o surgimento do Terceiro Modelo de Administração do Sapiens: o pré-oral, o oral e agora o pós-oral.

Pela primeira vez, começamos a sair do modelo dominante das espécies mamíferas, que necessita de líderes-alfas para tomar decisões. E adentramos no mundo da tomada de decisões ao estilo dos insetos, em redes muito mais complexas, com demanda-oferta feita de forma muito mais distribuída e descentralizada.

Nosso grande problema é que tal mudança Macro-Histórica disruptiva tem ocorrido de forma muito veloz e ainda não é compreendida na sua completa dimensão por 99% dos estudiosos dos fenômenos sociais.

As organizações não têm ferramentas para entender e agir, o que está criando verdadeiro fosso entre o Mundo 2.0 e o 3.0.

O resultado da falta de compreensão da Revolução Digital é medo, inação, resistência, cegueira, infantilização e irracionalidade que muitas vezes pode descambar para a violência política, na tentativa de preservar o antigo modelo, mesmo que seja obsoleto.

O exemplo mais gritante da falta de compreensão da Revolução Digital  na política é o movimento radical dos taxistas anti-Uber e similares, o estado islâmico e mesmo o bolivarianismo na América Latina, que sugerem um retorno para um mundo pré-medieval.

As pessoas querem destruir algo que não entendem pela falta completa de capacidade de enxergar a semente do novo mundo que brota.

Na área de negócios, vemos grandes empresas tomando atitude completamente infantis e irracionais diante da Revolução Digital, mesmo com perdas graduais e acentuada de valor de mercado. Querem fingir que se ficarem debaixo da cama, a bruxa 3.0 vai sumir num passe de mágica.

Não, não vai a Bruxa 3.0, com a sua vassoura da quarta linguagem, veio para ficar!

É isso, que dizes?

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