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Um caçador de mentiras, na verdade, não tem a verdade, mas é apenas um mentiroso mais sofisticado.

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É importante que o caçador de mentiras saiba que ele não traz a verdade, mas é alguém que percebe que é um mentiroso e está também analisando suas próprias mentiras.

Há no processo de caça de mentiras, duas fases:

  • a de planejar a mentira;
  • e de executar a mentira.

No planejamento da mentira, é importante ir cortando os cabelos para tornar a mentira menos cabeluda.

E aí temos duas etapas ao planejar a mentira:

  • a narrativa do mentiroso;
  • e a interação do mentiroso com outros mentirosos.

A narrativa do mentiroso exige coerência interna.

Não pode dizer que um casaco é vermelho no início e ao final falar que é azul. A mentira fica evidente para os menos ingênuos.

A primeira é uma caçada de contradições internas da narrativa do mentiroso, pois é preciso contar uma mentira coerente.

Depois, é o momento de contar a mentira para outros.

Cada pessoa que ouve a mentira pela sua subjetividade única é capaz de enxergar os buracos. E, por isso, quanto mais o mentiroso contar sua mentira, ouvir os furos e corrigir a narrativa, melhor ela vai ficando.

(Hoje em dia, principalmente no Brasil, a maior parte das pesquisas acadêmicas – ainda mais na área de humanas – são mentiras que ficam nessa primeira parte: narrativa de mentiroso.)

Porém, é preciso depois de aprimorar muito bem a mentira, colocá-la diante do teste principal: a vida.

A vida é a melhor caçadora de mentiras que temos.

O mentiroso ético é aquele que quer a melhorar a sua mentira enquanto está vivo.

Sabe que a mentira é provisória.

É igual a um nadador que quer bater todos os recordes, enquanto estiver competindo nas piscinas.

A vida adora cortar cabelo de mentiras cabeludas.

Mentiras, assim, precisam criar metodologias para serem testadas.

É só no momento que estão sendo testadas diante da vida que uma camada mais profunda das mentiras emerge.

Uma coisa é convencer pessoas, facilmente iludidas, de que a mentira faz sentido. Outra bem diferente é ver se a vida aceita aquele papo furado.

A vida é a verdadeira prova definitiva de todos os mentirosos.

A vida é o Mentirotômetro final e definitivo.

Obviamente, que podemos durante um período conseguir esconder os resultados que mostrem os furos da mentira. Ou a mentira é a melhor mentira que temos por enquanto.

Mais dias, menos dias, contudo, a mentira começa a criar problemas e demanda uma mentira melhor.

Mentiras como sabemos, têm pernas curtas.

Os grandes mentirosos são aqueles que conseguem criar mentiras e fazer com que as metodologias em cima destas mentiras durem mais tempo.

É isso, que dizes?

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One Response to “Mentirotômetro: o caçador de mentiras”

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