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Vivemos hoje algo parecido com o fim da Idade Média, quanto todos que iam contra a Igreja Católica eram considerados hereges, que eram moralmente incapazes de ter presença ou voz no mundo, conforme a fogueira.

O final de uma Era Cognitiva marcada por forte concentração de poder.

O que ocorreu no século passado foi resultado de um ciclo liberal anterior. Alguns conceitos liberais, mas adaptados de forma grosseira para a nova conjuntura.

O século passado foi tudo menos de empoderamento do indivíduo. Diria que foi um século de resistência dos indivíduos, da forma que deu.

Portanto, hoje um liberal é oposição aos modelos sociais, políticas e econômicos que estão aí no mundo, naquilo que sobrou deles, mas não nos seus princípios.

É preciso reformular os conceitos no novo cenário para retomar a estrada.

O neoliberalismo (como foi chamado o liberalismo do século passado) não foi propriamente liberal, pois vários monopólios estatais e privados passaram a ser o centro de poder, oprimindo indivíduos e sociedade.

O rabo balançando o cachorro. Foi um liberalismo meia boca, ou um liberalismo oportunista. Por isso, hoje o termo liberal está por baixo, mas é preciso separar o que é a sua força e contribuição do que foi a sua deturpação.

Melhor, muito melhor do que o nazismo e o comunismo, mas ainda totalmente longe do que se imagina que podemos chegar  agora nas asas da Internet, que abre um novo ciclo liberal,  pois quando o centro se fortalece o indivíduo perde força e vice-versa.

O liberalismo é um conceito forte e reúne que expressa o retorno da força do indivíduo.

Muita gente me diz que é uma marca que perdeu força.

Eu imagino muitas outras “marcas” que sofrem preconceito, desde homossexual ou judeu. Pela mesmo lógica deveriam ser evitadas?

Não é o preconceito que deveria guiar se alguém se define na sociedade, pois, como prega o liberalismo, a verdade de cada um vem de cada um, de dentro para fora e não de fora para dentro. Não é o centro preconceituoso que me define, mas eu que me defino e imponho a minha consciência, como milhões de outros, ao centro. Esta é a ideia.

Se houvesse outro nome que definisse o liberalismo ou o liberal, como até usam libertário para ficar mais simpático, mas, no fundo, o que se está falando é devolver a força ao indivíduo frente a um centro de poder e isso une um conjunto de pessoas.

E isso é a base do liberalismo e é algo que une as pessoas com propostas sociais, políticas e econômicas.

Ninguém, a meu ver, começa nada se envergonhando de pensar como pensa.

Muitos dizem que os liberais são de direita ou que defendem os poderosos.

Se fosse assim não teriam sido perseguidos em vários momentos, assassinados, com livros queimados.

Se um liberal defende empresas, não é liberal, pois o liberal defende a livre concorrência para que o cidadão/consumidor possa ter o melhor produto e serviço. As empresas que querem impedir a livre concorrência são anti-liberais. Simples assim.

Já escrevi aqui que o conceito esquerda-direita é vago e é oportunisticamente usado por quem conseguiu passar a ideia da esquerda boa e direita má.

Já conheci marxistas republicanos, por exemplo, que se dizem de esquerda.

A luta de classes não admite a república, ou seja, ou se é marxista ou se é republicano.

Se você tira o epicentro do marxismo que é a luta de classes, você é um marxiano (que estuda Marx), mas rejeita a metodologia marxista.

  • Assim, tem esquerdista que é liberal, mas não assume.
  • E tem quem se diz liberal que acaba centralizando poder e sendo estatista e até se unindo a ideias marxistas, tudo na confusão de conceitos vazios.

O problema é que as pessoas têm amigos e ninguém quer brigar com amigos e a pessoa se diz de esquerda para continuar tomando chope com uma galera. E o pessoal que é liberal tem vergonha de ser chamado de direita.

É tempo de acabar com as fogueiras!

Assim, ao não ser marxista e ser liberal não me considero de direita.

Sou um descentralizador de poder e não existe nada que me dê mais orgulho do que dizer isso, como sempre disse, e até achei que era isso que o PT propunha ao país, mas vi como estava equivocado no meu marxismo  ingênuo e tacanho. Sou um ex-marxista e um pós-liberal 3.0.

Vivemos, assim, é o que descobri com meus estudos, que vivemos um movimento de descentralização de poder, devido à mídia, que é a mãe de todo o renascimento da força dos indivíduos e, com ele, surgem movimentos pós-liberais, ou novos ciclos liberais, como na Grécia com o alfabeto grego, depois da idade média com a escrita impressa e agora com o digital.

Assim, ser liberal no século XXI é refazer  o liberalismo, resgatando os conceitos principais e adaptando-os ao novo mundo.

Assim, se resgata – e deveria ser feito com orgulho – uma longa escola de pensadores que construíram (pela sua capacidade de perceber o mais eficaz) a sociedade moderna, com a república e um sistema econômico dinâmico e inovador.

Se dizer liberal é aceitar um conjunto de ideias de longa data que nos levam a pensar uma sociedade a partir das pontas (em aberto) e não do centro (fechada e muitas vezes totalitária).

É, no fundo, o que pedem todos os jovens que fazem inovação digital.

Aqueles jovens que criaram um site de vizinho empresa dinheiro para vizinho, que ideia liberal, que foi impedido de funcionar pelas regras do Banco Central, que nada mais é também do que um agente defensor da não concorrência do setor financeiro, avesso à inovação que vem de fora.

Nada mais liberal do que os jovens que individualmente colocaram seus cartazes nas ruas em 2013. A frase “não me representa” é 200% liberal, pois exprime o final de uma era e o início de outra. Procurar o que representa a nova sociedade é o desafio para os intelectuais liberais!

Este conjunto de pessoas, pode não saber ou assumir, mas quando questionam o centro são liberais e não sabem.

Não aceitariam nunca um novo centro impositivo.

O problema do liberalismo é que ele vive profundas crises quando a população cresce e a mídia se concentra, pois há um esgarçamento da sociedade liberal, que sai do individualismo e tende ao estatismo, com variações distintas, tais como nazismo, fascismo, comunismo/socialismo e mesmo o capitalismo de estado de baixa concorrência de monopólios públicos e privados, como agora.

Sim, um liberal pode dizer que o século passado não foi bom para o movimento liberal.

Foi um século em que o liberalismo mostrou a força de resistência.

Criou um sistema econômico e político, que, a despeito do aumento demográfico, da concentração de mídia, que nos levou a concentração econômica, social e política ainda assim permite que possa ressurgir novas mudanças sem violência.

E mais.

Que mesmo assim, na maior parte do mundo, sem coerção, ou impedimento de que se saia dos países, se goza hoje, com toda a concentração que precisa ser combatida, uma melhor qualidade de vida e liberdade, se compararmos com nosso antepassados.

É preciso agora resgatar bandeiras, onde se inclui a defesa do meio ambiente, com propostas e inovações liberais.

Há muito que aprimorar e é justamente agora a missão dos pós-liberais ou dos Liberais 3.0, que têm como missão reinventar o liberalismo para um mundo, a partir de 7 bilhões de pessoas, com uma mídia como a Internet.

  • Há muito o que fazer no futuro.
  • E muito que se orgulhar do passado.

Bora?

 

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