Escrevi aqui sobre os impasses do Taxibeat e mostrei que estamos chegando a um impasse interessante.
Note que já vivemos um processo intenso de Reintermediação das novas organizações. Organizações como o Facebook, Google, com seu Youtube, Amazon, Mercado Livre chegaram na frente e souberam usar o novo Modelo da Governança Digital.
O que elas fizeram na frente?
Usaram intensamente os Rastros Digitais e os Algoritmos de Colaboração de Massa para gerar valor. Simples assim.
Enquanto as organizações tradicionais operam ainda no modelo da Governança Oral-Escrita, que não consegue migrar para o uso intenso de Algoritmos de Colaboração de Massa, as nativas, que geraram valor, partir nessa direção.
Como estavam e continuam sozinhas no mercado, conseguiram atrair o capital, incharam e trouxeram para a sua administração a Velha Ordem Oral-Escrita.
Ou seja, a Governança Digital aparece no uso intenso dos Algoritmos de Colaboração de Massa, mas não conseguiram reproduzir esse modelo na posse das organizações.
É um modelo novo embaixo, mas não em cima. Isso tem provocado, mais e mais, contradições, pois a demanda de curto prazo e sem princípios do capital financeiro, bate de frente com um mundo mais aberto, participativo e transparente.
(Vide a grita toda do pessoal, por exemplo, contra os critérios de remuneração dos anúncios do Youtube.)
A análise que fiz do ambiente competitivo dos táxis, me leva a crer que não há mais o que competir do ponto de vista tecnológico com as organizações nativa já reintemediadoras.
Elas são uma espécie de lobo na pele de cordeiro.
É um pouco o que também vejo na política, quando novos partidos querem uma democracia digital, mas abrem partidos para isso, há uma contradição evidente, que precisa ser percebida e trabalhada, sob o risco de se perder no processo.
Vivemos nesse momento, a meu ver, uma passagem entre três momentos da nova Governança:
- – A Governança Oral-escrita pura – sem nenhum uso de Algoritmos de Colaboração de Massa;
- – A Governança Digital mista – com uso intenso de Algoritmos de Colaboração de Massa, mas o modelo de posse das organizações ainda do modelo da Governança Oral-Escrita;
- – E a Governança Digital “pura” – que será o uso dos Algoritmos de Colaboração de Massa para abrir o capital e a posse das organizações.
Muitos dirão que é algo revolucionário, mas eu diria que é da ordem da competição da espécie e o modelo mais dinâmico sempre acaba vencendo, mesmo que leve tempo.
E isso vai acontecer da seguinte forma.
Não restará a alguém que queira competir com o Facebook, com o Google, ou com o Youtube, através de novas tecnologias.
Nesse aspecto o binômio capital + tempo de desenvolvimento atual é imbatível. Restará a quem quiser competir inventar um novo modelo em que a Governança Digital estará presente no modelo de negócios e no modelo do capital.
O consumidor ou o participante da plataforma será, ao mesmo tempo, dono e participante, tendo uma remuneração por isso.
Quando tivermos um Youtube que remunere de forma muito mais aberta quem dele participe, através de um modelo de investidores com mais princípios, estaremos dando um primeiro passo em direção ao que estou chamando Colaboracionismo, que é o nome fantasia da nova Governança Digital, que caminha.
É isso, que dizes?