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Vi dois vídeos separados no tempo e na ideologia.

Um é de Olavo de Carvalho, intelectual dito conservador:

Outro de Millor Fernandes, intelectual dito anarquista:

Se você tiver paciência de ouvir os dois, verá que há algo em comum entre eles.

Usam várias vezes os adjetivos de “burros” e “idiotas” para classificar pessoas e sempre com o argumento de que aqueles não têm “cultura” suficiente para dizer o que dizem, ou fazer o que fazem.

As atitudes vão contra o que considero o debate honesto de que tanto precisamos.

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Ao se classificar alguém de burro ou idiota temos algumas consequências imediatas:

  • a) quem diz que o outro é burro/idiota já se considera acima, superior;
  • b) já se considera capaz de classificar, ou de ser um certificador de quem é ou não é burro ou idiota;
  • c) traz o ego do xingado para o meio da sala;
  • d) foge-se dos argumentos, pois se desqualifica o interlocutor.

E há algo ainda mais grave que é mais estrutural.

Há uma visão de conhecimento, hoje completamente em voga, de forma mais light, de que o importante é o acúmulo de conhecimento sobre um dado assunto e não a capacidade de alguém em minimizar o problema que tem pela frente.

São duas visões do que é e para que serve o conhecimento e quem tem capacidade de poder dizer algo.

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Nos dois discursos, claramente egos problemáticos em ambos os casos, há uma defesa de que para ser alguém “importante” na sociedade é preciso ter lido “x” livros de “x” autores, como eles certamente devem ter lido.

Só que o conhecimento pode ter essa visão, que é, aliás, a visão atual dominante dos certificadores elitistas.

Porém, em um mundo mais aberto e interativo isso não é o ponto principal.

  • Voltamos a um estágio anterior da eficácia do conhecimento, da volta da meritocracia, que será relevante não é o intelectual por metragem quadrada de livros livros, mas aquele que tem a capacidade de tornar o que conhece útil para a sociedade.
  • A capacidade de aliar conhecimento e minimização de problemas, tendo sempre uma leitura adequada para cada tamanho do problema a ser minimizado.
  • E a capacidade de interagir fazendo do conhecimento um aprendizado, abrindo-se para a conversa com aqueles que querem dialogar sobre o problema.

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Ou seja, em uma expansão cognitiva o conhecimento valoroso não é o cumulativo, como no passado, quem sabe tem poder, mas como o mundo se torna mutante, o conhecimento que passa a ter valor é o interativo, tem poder quem tem a capacidade de interagir e mudar na interação.

Veja, portanto, nos dois vídeos que o problema dos certificadores elitistas, fechados nos seus próprios egos, devem fazer parte de um passado.

Quanto mais rápido, melhor, espero.

Que dizes?

Versão 1.0 – 18/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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