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No meu livro azul defendo a ideia de que estamos mudando de forma radical a governança da espécie.

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E isso é motivado por sermos uma tecno-espécie que modifica a forma de governança quando aumentamos a complexidade demográfica.

Quanto mais gente mais complexidade e quanto mais complexidade mais sofisticados terão que ser os tecno-aparatos de construção das percepções da realidade para que possamos tomar decisões mais eficazes.

Esta talvez seja uma hipótese básica do meu pensamento sobre a chegada da Internet e suas consequências para a sociedade.

Porém, temos algo que podemos avançar ainda mais.

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Há mudanças no passado na governança que podemos dividir em duas, mas que ficam todas no âmbito da governança dos mamíferos, com a necessidade dos líderes-alfa, baseada na comunicação, inicialmente oral e depois registrada em aparatos pedra/papel/silício:

  • Líderes-alfa escolhidos/indicados/aceitos por Deus;
  • Líderes-alfa escolhidos pelos homens.

O modelo dos mamíferos, que implica em líderes-alfa mais fixo e permanente, é sustentável até um certo tamanho da espécie.

Quando chegamos a um determinado tamanho de população, (podemos dizer que 7 bilhões é esta marca e o adensamento que isso significa em termos de cidade), nos leva a procurar novas alternativas no aparato de produção das percepções, bem como, em novos modelos de tomada de decisão. Apelamos para o modelo dos insetos, que tem experiência em populações muito maiores.

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O que percebe-se nos novos projetos da Internet é o uso cada vez maior de formas de comunicação que não são as dos mamíferos, que se limitam a sons e visual. A novidade é o uso de rastros para que as decisões sejam tomadas mais rápidas e com mais proximidade dos fatos.

(Conseguir aproximar percepções de fatos menos fantasiosos é o grande objetivo de qualquer profissional que lida com projetos sociais.)

Na verdade, quando começamos a utilizar desse tipo de aparato digital, a partir do fim do século passado iniciamos uma longa, macro, radical e tríplice mudança:

  1. – no tecno-aparato da produção das percepções (do impresso/eletrônico para o digital);
  2. – na governança da espécie (de líderes-alfa mais escolhidos pelos homens para líderes-alfas mais rotativos e, em alguns casos, já sem a necessidade de líderes-alfa;
  3. – e mudamos o modelo do reino dos animais que nos inspira a governar, migrando lentamente dos atuais mamíferos para a governança dos insetos, principalmente as formigas.

Por isso, a mudança é tão radical.

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No passado, por exemplo, com a chegada do papel impresso, tivemos mudança em 1 e 2, mas não na 3. E podemos dizer que foram mudanças incrementais radicais, mas não totalmente radicais, como agora.

(Defino as inovações como inovação incremental, incremental radical e radical).

A guindada é grande e a explicação está aqui, de forma inapelável, no quadro abaixo, com o qual defendo claramente que não vivemos na sociedade do conhecimento, nem da informação, nem da rede, nem na pós-modernidade, mas na sociedade dos 7 bilhões de habitantes e na complexidade que isso nos traz.

 

ProjecaoHistoricaPopulacaoMundial (3)Se você gostou do tema, sugiro ouvir este vídeo em que pincelo, de forma menos embaçada, algumas destas ideias.

Que dizes?
Versão 1.0 – 15/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

2 Responses to “Da governança dos mamíferos para a dos insetos”

  1. […] A Internet vem justamente ser a saída para a crise, o que nos leva a uma guinada no aparato de tomada de decisões. Estamos colocando uma sofisticação a mais na nossa tecno-sociedade,  a tomada de decisões dos insetos e abandonando o dos mamíferos. […]

  2. […] Estamos indo para a meritocracia dos insetos, como detalhei aqui. […]

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