Versão 1.0 – 09/09/13
Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto lÃquido, sujeito à s alterações, a partir da interação.
A ciência atual é produzida pela academia.
A academia é uma organização como qualquer outra que opera dentro da atual tecno-cultura hegemônica, fortemente baseada na produção escrita.
Como vimos, a escrita é definidora de uma cultura de produção da verdade que podemos chamar de monoteÃsta que, a tÃtulo de provocação, vou chamar de “Ciência Monja”.
A Ciência Monja, regulada pela escrita é produzida:
- – dentro de um ambiente fechado, no qual a validação é feita pelos pares;
- – há uma regulação do que vai ser publicado;
- – o tempo de produção é lento;
- – o que sai da produção, considerada “consistente” é repassado para a sociedade com um carimbo “isto é o mais próximo da verdade que chegamos”;
O modelo da Ciência Monja não é bom ou ruim, mas o possÃvel dentro da tecno-ecologia-cognitiva impressa monoteÃsta.
Não havia outra forma de se fazer ciência.
Isso criou uma tecno-cultura cognitiva e, como o tempo, três fatores distintos colocaram-no em crise:
- – o longo tempo de duração do modelo de produção de verdades sem alteração substancial nas suas bases, que permite que se aprenda com suas brechas, criando desvios não meritocráticos que de periféricos passam a ser padrão;
- – o crescimento da complexidade do mundo, com o aumento não só de pesquisadores mais de demandas da sociedade com agora 7 bilhões de pessoas;
- – a chegada de novas alternativas de produção de conhecimento, que não só torna os defeitos do modelo mais visÃveis, mas apontam novas alternativas, que o questionam.
Assim, a crise da Ciência Monja é na sua base principal, ou seja, de como se produzir a “verdade”, o critério de validação de sua produção. Estamos saindo da Ciência Monja (que é feita fechada em um mosteiro e repassada ao mundo exterior) para uma Ciência Ninja (que passa a ser feita de forma aberta pelo/com o mundo exterior).
Se analisarmos a história da ciência veremos o quanto ela foi influenciada pela chegada da escrita nas civilizações mais antigas, pois não há nenhuma que tenha avançado se não tenha criado ferramentas mais adequadas para preservar a memória. E depois com a massificação do papel impresso, a partir de 1450, que foi a base para a ciência moderna.
Podemos dizer, assim, que estamos à beira de uma guinada na produção acadêmica, mas, por uma questão de conservadorismo emocional estamos evitando uma discussão desse tipo em um espaço que deveria ser racional por natureza. Estão defendendo o modelo monoteÃsta de produção do conhecimento atual como se fosse uma religião da produção da verdade, porém não é. A Ciência está aà para resolver os problemas da sociedade, o sofrimento, da melhor maneira possÃvel, com as melhores ferramentas possÃveis. E será alterada quando a tecno-ecologia for alterada.
Sem o papel impresso não estarÃamos com 7 bilhões de pessoas no mundo e sem uma Ciência Ninja, uma nova forma de produção, não conseguiremos superar os desafios que a complexidade do século XXI exige. A nova cultura tecno-acadêmica-digital nos coloca desafios interessantes que vou discutir no próximo post.
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[…] A crise da ciência Monja […]
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