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Todo o conhecimento humano parte de duas angústias próprias da espécie:

  • – a de não conhecer;
  • – e a de não conseguir viver.

Precisamos conhecer para viver e sobreviver para conhecer, pois do que adianta viver se não matamos a nossa curiosidade?

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Quando conhecemos, acabamos por poder viver melhor, pois sempre, ao final de tudo, conseguimos dar um sentido prático a novas descobertas (aquilo que revelamos) ou invenções (aquilo que desenvolvemos).

Porém, a existência precede de um sentido ético.

Vivemos e precisamos dar a vida um significado.

A falta de significado, conforme sugere Viktor Frankl, gera uma tremenda angústia, pois não, diria eu, temos motivos para acordar na segunda feira animados.

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Assim, não podemos pensar o conhecimento como algo fora da ética.

Conhecimento sem ética, portanto, é um falso-conhecimento, pois não é humano.

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Hoje, na saída de uma Contração Cognitiva é natural que tenhamos uma ciência mais voltada para a curiosidade do que para problemas,

Hoje, se perguntar para a maioria dos cientistas eles dirão que acordam todo dia de manhã para conhecer a “verdade”.

Uma verdade sem sentido, diga-se de passagem.

Por isso, cada vez mais me alinho com a Escola Pragmática ou Pragmatista, na qual só vê sentido no conhecer se estiver em função de problemas.

William James e sua turma, na verdade, não fazem uma discussão da verdade, a partir da lógica, ou dos melhores métodos para se chegar a ela.

Eles dão uma rasteira numa ladainha que durava de muito.

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Fazem o questionamento do ponto de vista ético.

Para que ciência se não ajuda as pessoas a viver melhor?

E isso não elimina a curiosidade, pois a ciência vive dois pêndulos entre a curiosidade e a necessidade de resolver problemas. E isso varia, conforme a Conjuntura Cognitiva, como vemos abaixo:

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Há que se estabelecer um critério de curiosidade e solução de problemas.

E eu diria que isso pode começar a se resolver se dividirmos a ciência em duas partes.

  • A humana – que trata das forças regidas pela nossa sociedade;
  • A não humana – as outras, que se dividiriam ainda em:
    • as deste planeta;
    • as de fora do planeta.

Parece-me que temos que pensar o problema da ciência e sua respectiva ética em separado, com pesos entre estas partes.

Não vejo como pensar as ciências humanas que não seja voltadas no curto, médio e longo prazo para que haja redução de sofrimento humano, obviamente separando ações simplistas de complexificadas, como discuti aqui.

As não humanas em muitos casos vivem de entender para dominar a natureza, em que a curiosidade está cercada de interesses humanos.

Mas existe também as que querem apenas entender.

E, por fim, as de fora do planeta que mata a nossa curiosidade de universo.

Há que se equilibrar investimentos para não conhecermos tudo de Plutão e na esquina onde mora o cientista há alguém que morre de uma doença desconhecida.

E, a meu ver, de pronto e da hora, não me parece possível agir no mesmo método científico para todos os casos.

  • Onde é possível aferir resultados, onde se pode haver ação e atuação, é passível de se trabalhar com o método da problema-hipótese-solução-reavaliação.
  • Onde é apenas observação do não humano, sem intervenção, vai se trabalhar com lógica, confrontação de lógica e de discurso, análise de linguagem (seja de palavras ou números), na linha do Wittgenstein.

wiit

Por enquanto é isso.

Que dizes?

 

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