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 Somos, a meu ver, a sociedade que pela primeira vez tem 7 bilhões de pessoas convivendo no mesmo planeta – assim, podemos afirmar com certeza que somos a sociedade 7.0, sem nenhuma possibilidade de errar.

Versão 1.0 – 21 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Estamos vivendo um tempo interessante.

Muitos querem caracterizar essa nossa sociedade de alguma coisa (conhecimento, informação, pós-moderna, pós-industrial).

Sou refratário a qualquer definição que signifique que somos especiais na história. Qualquer “batismo” tem que levar em conta que não inventamos nada como seres humanos (diferentes dos nossos ancestrais), mas apenas repetimos ciclos, com novas particularidades.

Ou seja, no macro, aquilo que é nossa raiz, sempre repetimos e no micro criamos uma bossa nova a cada época.

Nessa direção, a nível macro, a única singularidade que podemos afirmar com garantia é a demográfica.

Somos, a meu ver, a sociedade que pela primeira vez tem 7 bilhões de pessoas convivendo no mesmo planeta.

Sociedade 7.0?

Parece-me que é um dado real, incontestável, numérico e significativo.

Nada é mais preciso do que isso, pois se há algo de diferente é isso e tudo que esse contingente de pessoas, qualitativamente e quantitativamente representa e demanda para sobreviver à procura sempre de mais qualidade.

Tal volume de gente nos causa algumas necessidades:

  • – uma demanda por nova forma de consumir, aprender, comunicar e produzir e distribuir energia, (como destaca Rifkin);
  • – uma demanda por nova forma de trocar informação para poder inovar mais rápido e com mais qualidade;
  • – uma demanda por nova forma de representação política e social, de gestão mais líquida, horizontal, lateral e menos sólida, hierárquica e vertical.

Não é, a meu ver, entretanto, nem a energia e nem a comunicação que determinam as atuais revoluções em curso, pela ordem: cognitiva, de energia, de inovação, industrial e, por sua vez, na gestão dos problemas.

É o aumento da demografia que gera a latência necessária para a adesão em massa a qualquer filosofia, teoria, metodologia e tecnologia que nos ajude a sair com menos sofrimento e mais qualidade das crises.

Podemos dizer, assim, que vivemos um momento de ruptura.

Revoluções Cognitivas têm essa característica.

Permitem que a interação que era feita de uma dada maneira ganhe velocidade e qualidade sendo feita de outra, através da mudança da maneira de se controlar processos, ideias e, por fim, as bases de dados.

Antes, havia um modelo de gestor mais absoluto e agora passa a ter vários outros modelos que permitem mais agilidade.

Foi, assim, com a chegada do papel impresso que permitiu que novas editoras pudessem também publicar livros, criando novas fontes de ideias e é agora assim com a Internet, através de um novo contingente de projetos, que mudam a forma de publicação e gestão da informação. 

O resultado disso é que as pessoas levam menos tempo para receber respostas e tomar decisões, pois o espaço se reduz com a força de novos meios. Foi assim com o som dos tambores, o telégrafo, o telefone, fax, telex, internet.

Com mais informação e interação mais rápida a distância, pode-se tomar decisões de forma mais eficaz, desde que se saiba as novas regras do jogo.

O que nos leva a uma relação de causa e efeito:

Quanto mais rápida for a interação, maior será a velocidade de inovação.

Podemos dizer, assim, que os ciclos inovadores da sociedade se encurtam.

Foi assim com a chegada da fala, escrita, que não temos tantos elementos para medir.

E assim também com a chegada do papel impresso, que foi nos levando a ciclos cada vez menores de mudanças, que demandaram um ciclo menor de inovação.

A chegada da Internet cria, assim, um fator novo no tempo das decisões, das trocas e da inovação, mais compatível com o tamanho atual da população.

Se antes inovávamos em um fator “x”, o processo se acelerou geometricamente.

Cada vez mais, os ciclos de produção, -> distribuição -> uso -> avaliação -> ajustes -> (re) produção -> serão menores e esse mudança no tempo produtivo nos leva a necessidade de rever todo o processo social, pois as organizações atuais foram planejada para operar com ciclos mais longos.

Simples assim: todo o esforço que está sendo feito é para que se acelere os ciclos das organizações, mas para isso é preciso mudar o método de controle e de gestão que estão acostumadas.

  • A escola, por exemplo, trabalha com um material didático que tem uma perenidade maior, o professor é um reprodutor desse material e os alunos apenas receptores, o que torna tudo muito sólido, pouco líquido (e extremamente chato);
  • A universidade imagina suas publicações com um tempo de vida mais longo, através de um modelo de aprovação por pares, pouco meritocrático e tremendamente lento;
  • As organizações públicas e privadas imaginam que os produtos e serviços vão permanecer mais tempo e não conseguem interagir e mudar, conforme a nova demanda.
Tudo isso está nos levando para uma crise do antigo modelo e a necessidade de migração para o novo. Qual a barreira? Cultural, pois temos medo de tudo que é novo, além de uma desconfiança que o novo modelo vai reduzir a qualidade, a desconfiança 1.0, que detalhei aqui.

Tal tempo mais demorado cria a falsa ilusão de processos muito mais sólidos do que líquidos.

O modelo de gestão organizacional, informacional, de tomada de decisões de todas as instituições da sociedade trabalham com esse tempo mais sólido, o que está ficando cada vez mais obsoleto com o tempo do lado de fora!

Foi-se o tempo do gestor todo poderoso, isolado, podendo contar com a sua experiência e intuição. O inimigo agora é outro: a complexidade veloz!

(Uma editora hoje, por exemplo, tenta adivinhar que livro publicar no mercado, sem usar as ferramentais novas para saber o que o mercado quer para depois se arriscar…cegueiras 1.0.)

Portanto, tal modelo de gestão começa a perder a capacidade de lidar com um ambiente muito mais complexo, mutante, com muito mais gente interagindo. Tal cenário, assim,  faz com que as organizações tenham que  ir se liquidificando para ganhar velocidade nas decisões.

Portanto, os elementos combinados:

  • – aumento demográfico de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos;
  • – novo ambiente cognitivo massificado pela demanda inovadora que 7 bi demandam;
  • – nos levam a um novo tempo de inovação para o qual o modelo intermediado atual não consegue acompanhar.

Ou seja, lá fora é cada vez mais rápido, mutante, líquido e complexo e aqui dentro tudo permanece na velocidade anterior! Precisamos reintermediar processos por dentro para tornar as duas velocidades, de novo, compatíveis!

E é justamente essa discrepância das velocidades entre o modelo passado para um mundo mais sólido para esse mais líquido que é a base e a meta das organizações para realizar o alinhamento com o futuro.

Tal ajuste deve ser a base dos projetos de uma nova gestão mais horizontal e participativa a serem implantados rumo à inapelável sociedade 8.0, que será ainda mais rápida e ainda mais complexa.

Por aí,

que dizes?

 

 

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