Os dois problemas fundamentais e decisivos para o futuro do planeta são o demográfico e o ecológico – Eric Hobsbawm – da minha coleção de frases;
Existem três razões para a Internet existir:
- 1) O aumento populacional;
- 2) O aumento populacional;
- 3) O aumento populacional.
Todo o resto é consequência disso, olhem com atenção o quadro abaixo:
Desde 1800, viemos dobrando o tamanho da população em cada vez menos tempo e ficamos mais tempo vivos e morremos menos em massa, como ocorria frequentemente no passado.
Assim, é preciso um conjunto cada vez maior de dados para alimentar, vestir, educar, transportar, iludir, distrair esses 7 bilhões de pessoas que habitam nosso planeta.
Já disse aqui e repito: por dia, são necessários 21 bilhões de refeições, do café a janta.
Repito: por dia!
Quantos bilhões de dados isso gera e precisam ser bem administrados?
Note que o computador de grande porte (o Eniac) aparece na década de 40 quando passamos dos dois para os três bilhões. E as pesquisas da Internet aparecem na década de 60, quando começamos a virada para os quatro bilhões.
Hoje, com 7 bilhões não é mais possível imaginar um mundo tão cheio sem celular, sem laptops, sem uma rede digital nos moldes que temos hoje, que ficará obsoleta quando atingirmos os oito bilhões dentro dos próximos 10 anos.
Estamos indo em direção as redes digitais mais e mais sofisticadas para dar conta do recado, utilizando agora, além de tudo que já vemos, assistentes digitais, a rede digital dos robôs.
Ela está aí de fraldas, mas começa a dar suas primeiras engatinhadas.
Esse tamanho de população exige um banho de loja civilizacional.
O modelo hierárquico funcionou criando intermediários, gerentes, deputados, vendedores, corretores, por falta de opções.
Quando começamos a produção em massa, Henry Ford disse:
“Escolham todas as cores de carro, desde que seja a preta.”
Hoje, a rede digital, resgata o artesanato de massa. Algo assim:
“Escolha o produto que você quiser, desde que seja comigo, meu robô arruma para você.”
A rede, seu rastro, a reputação digital, a participação e a co-criação a distância, o acesso direto às bases de dados viabilizam uma nova forma de gestão menos centralizada, mais adaptada ao tamanho atual.
É o modelo de gestão do futuro, pois é mais coerente com 7 bilhões de bocas, que sempre quiseram personalização, mas não havia ferramentas que viabilizasse a massificação com a customização por cliente.
Agora, é diferente!
É inapelável.
Pode estrebuchar a la vontê, mas Inês é morta.
O problema é que nunca fomos tanto e nem crescemos tão rápido.
E nunca precisamos acelerar nossas plataformas de conhecimento nessa velocidade.
- O problema é adaptar nossa cognição para esse nosso planeta;
- O que vai nos levar à necessidade de criar uma ciência que explique tudo isso;
- Que esta ciência crie parâmetros para decisões estratégicas;
- E que a modulação das redes dentro e fora das instituições sejam cada vez mais maleáveis para absorver esse crescimento sui-generis.
Isso é um fato tão claro e óbvio que se pergunta:
Por que somos tão cegos para não encará-lo de frente?
Responde aí, vai!
E sem querer levantar alguma bandeira do ativismo pela inclusão digital (mesmo porque eu não concordo com esta, prefiro sim que exista uma inclusão CULTURAL primeiro, já que se você colocar um computador na frente de alguém que nem foi à escola, o máximo que ela vai fazer é acessar o Orkut), é curioso pensar que até hoje ainda existam pessoas que não sabem o que é luz elétrica, telefone etc.
Acredito que esse BUM da internet se deva ao fato da necessidade das pessoas se comunicarem com o maior número de pessoas possível mesmo. Desde as cavernas somos seres sociais, e quanto maior a tribo, maior são as chances de sobrevivência, não?
Quanto mais ouvintes, maiores são as chances de alguém concordar com suas idéias e passar a te ouvir mais constantemente, e sua tribo digital só tende a aumentar.
E a internet chega quebrando paradigmas. Por exemplo, em nenhuma escola brasileira temos aulas de história sobre a parte Oriental do nosso planeta. Aprendemos muito pouco e bem por alto, mas sabemos muito mais sobre a guerra de secessão, sobre a Ku Klux Klan do que sobre a dinastia Ming, ou sobre a dominaçao cultural que a China teve no Oriente. Para muitos da minha idade, Gengis Khan era só um grupo que cantava “Comer, comer. Comer, comer. É o melhor para você crescer”.
Com a internet, isso tudo vira pó, ou bytes… acaba essa idéia absurda de Oriente e Ocidente, e passa a surgir a noção de unidade.
Claro que isso é um pouco demorado, ainda achamos os japoneses um povo muito esquisito e nos chocamos com as diferenças culturais. Mas se pensarmos, antigamente nem esse choque havia, para nós eles eram apenas uma grande loja de especiarias e animais exóticos.
Se o futuro será online, eu não sei… Mas que vai ser uma grande (e ótima) confusão, disso eu tenho certeza 🙂 Só espero que alguém descubra a fórmula da longevidade sem precisarmos comer legumes/verdudas… Afinal, também quero aproveitar o resultado, além de fazer parte do processo.
Vinicius, é isso…essa ideia da opacidade da nossa visão do mundo oriental é fato….principalmente sobre a filosofia deles que, a meu ver, tem muito a contribuir, valeu o comentário e visita, abraços, Nepô.
Gosto da sua idéia de comparar o contexto atual com a chegada do pós-livro industrial na Europa do século XVII.
Realmente são momentos com peculiaridades muito parecidas, e não acredito no surgimento de uma nova ciência para explicar tudo isso. A ciência já existe, e infelizmente há muito está esquecida dos currículos escolares. FILOSOFIA!
Vivemos numa sociedade cada vez mais imediatista, degradada de princípios e valores, onde cuidam-se mais das cascas e menos do conteúdo.
Talvez fruto desse mesmo crescimento demográfico onde o ditado: “Farinha pouca meu pirão primeiro” represente esse comportamento social.
Precisamos realmente criar um novo olhar, repensar o mundo, o humano, o consumo… São os pensadores modernos no Iluminismo 2.0 que criarão novas oportunidades, subverterão abordagens e reinventarão negócios.
Casa contrário, parafraseando Raul Seixas: “Parem o mundo que eu quero descer.”
[…] Um detonador de momentos como este: o crescimento populacional. […]
[…] A Internet vem ao mundo, portanto, resolver uma crise de retroalimentação para resolver os novos problemas de uma população de 7 bilhões de pessoas, que consomem por dia 21 bilhões de pratos de comida!!! […]
Para efeito de dados, vamos ao que publicou o Valor no dia 26/02/2010, sobre o Brasil, dados IBGE:
Primeiro censo realizado em 1872 – 9,93 milhões;
1890 – 14,3 milhões;
1900 – 17,43 milhões;
1940 – 41,23 milhões;
Concentração nas cidades:
População urbana em 1940: 30,24%
Em 1950 – 36,16 %
Em 2000 – 81,23%
Em 1970 – 55,94%
Taxa de crescimento:
1940 – 1950 – 2,39%;
1970-1980 – 2,48%
1991-200 – 1,64%
São dados para análise posterior em outros posts.
[…] Hoje, com o salto populacional duplicando o número de habitantes do planeta a cada 50 anos, estamos vivendo uma nova crise de inovação produtiva, similar a vivida pré-capitalismo. […]
[…] A Internet vem ajudar a resolver as duas. […]
[…] Mas estão atrapalhando o mundo de 7 bilhões e almas do pós-capitalismo. […]
[…] Um destes agentes do sistema, são as mídias, como detalhei aqui neste post. […]
[…] Um destes agentes do sistema, são as mídias, como detalhei aqui neste post. […]
[…] As razões para a Internet existir […]
[…] Nossa macro-crise de excesso de informação é um processo crônico, desde que o ser humano apareceu na terra, agravado pelo aumento da população, que cresceu seis vezes nos últimos 210 anos. […]
[…] Motivo: crescimento populacional. (Mais sobre isso aqui.) […]