Deus 2.0 escreve certo por códigos de programação tortos – Nepô – da minha coleção de frases.
Não estou inventando, está lá no Wall Stree Journal:
“Para fazer seu novo sistema operacional (Windows 7), a Microsoft Corp. precisava de mais do que consertar as falhas do antecessor (Windows Vista). A empresa também teve de resolver grandes problemas em seu processo de desenvolvimento de software”.
E continua, minhas marcas em vermelho:
O esforço de três anos para criar o Windows 7, que chega às lojas nesta quinta-feira, foi marcado pela colaboração mais próxima entre as milhares de pessoas que trabalham nos vários aspectos do produto — reduzindo lacunas de comunicação que contribuíram para atrasos e defeitos no Windows Vista, um dos maiores tropeços da empresa.
E mais:
Um grande problema era que a equipe do Windows havia se transformado num conjunto rígido de silos — cada um responsável por recursos técnicos específicos — que não compartilhavam seus planos abertamente. O código de programação que cada um criava podia funcionar bem por conta própria, mas causar problemas técnicos quando integrado com código criado por outros.
Por fim:
“Em vez de ser um plano controlado por um time, nosso plano era uma parte de todos os times“, diz LeGrow, que liderou a equipe da tecnologia de toque no Windows 7.
O que este mega-case do anos nos mostra:
- 1- a empresa mais tecnológica e conectada do mundo, não tinha uma boa rede interna de comunicação. Ou seja se tecnologia fosse tudo, a Microsoft não erraria (será que ela está passando esta experiência para seus clientes, ou só vendendo softwares?)!!!
- 2- não olhavam a empresa como uma grande rede, que precisava abrir canais entre as pessoas, as máquinas falavam e talvez falem mais alto!!!;
- 3- a palavra chave, me parece, foi ampliar a comunicação, para só então abrir colaboração, através de uma rede de conexão e não o contrário;
- 4- não foi por falta de micros, equipamentos, tecnologias, softwares que a Microsoft teve problemas, imagina, a mais poderosa do mundo era um conjunto de feudos. Pode ser que ainda seja, mas agora escancaram, depois da crise, o problema. Quanto perderam no negócio e quanto poderiam ter evitado, se tivessem investido na rede das pessoas?
(Talvez, o pessoal da rede aberta 2.0 do Linux e similares tivesse algo a ensinar ao Bill Gates, não?)
- Projetos de empresas 2.0 basicamente são projetos de melhorias das redes de comunicação interna, o resto é papo furado, este caso da Microsoft é um case exemplar. Vou abrir todas as minhas novas palestras 2.0 com isso…Grato Bill!
O que aprendemos com isso?
- 1- Conexão é o início, é algo fixo, um suporte. Comunicação, ao contrário, é todo dia, exercício diário, investimento, confiança, reputação, na qual se investe na presença de todo dia. O resto, para o bem ou mal, é consequência disso;
- 2- a rede das pessoas é o fator mais importante, mas não a física, a conceitual, da relação,, sendo a colaboração e a geração de valor o resultado tangível desse esforço e não dos canais disponíveis. Não é: “Estou usando bem a Internet?”. Mas: “As pessoas hoje se comunicam cada vez mais, a conexão não tem atrapalhado”.
- `Por fim, é cabo de paz e não de guerra!
É isso!
E você o que acrescentaria?
Nepo, tudo bem? Achei muito legal seu post, vou criar já já um trackback lá no meu blog para este artigo. Eu costumo solicitar o texto para publicar no blog, mas gostaria muito que meus leitores que ainda não conhecem seu conteúdo, venham até aqui. Grande abraço.
Leo, grato pela divulgação!!!
valeu a visita
Nepô.
[…] Leia aqui e depois reflita sobre o quanto a sua empresa perde sem a colaboração dos funcionários e clientes. Aproveite também para diminuir um pouco do orçamento em tecnologia para 2010 e investir um pouco mais no lado humano da empresa. […]
Prezado Nepomuceno,
Venho procurando a essência da colaboração e penso que “caiu a ficha” neste teu post com a frase abaixo:
3- a palavra chave, me parece, foi ampliar a comunicação, para só então abrir colaboração, através de uma rede de conexão e não o contrário;
De que maneira poderemos examinar melhor este assunto?
Felicidades,
Formanski
[…] Por causa disso, a Microsoft, a empresa mais conectada do planeta, lançou o Windows Vista e se esburrachou lá no chão dos projetos de rede sem comunicação. […]
[…] E a importância das redes de comunicação da Microsoft, que falharam ao fazer o Windows Vista e foram corrigidas no Windows 7. […]
Pessoal, notem que o problema de comunicação é algo geral, acabei de ler o bom livro do Ivan Santanna “Plano de Ataque“, comprado na Estante Virtual, e veja o que ele avalia sobre os ataques suicidas:
“Apesar de milhares de vôos comerciais que cruzam os ceús dos EUA a qualquer instante do dia ou da noite, não há, neste 11 de setembro de 2001, nenhum procedimento através do qual todos os vôos comerciais tenha condições de receber, ao mesmo tempo, ou com diferença de poucos minutos, um comunicado, uma notificação qualquer. Aliás, não há uma rotina estabelecida pela qual a FAA. a Força Aérea, o comando das Forças Armadas, a Casa Branca, o FBI, a CIA e o Serviço Secreto possam trocar informações urgentes e simultâneas. Os órgõas assim como as empresas aéreas e os centros de controle de vôo, são estanques, egocêntricos. Ninguém fala com ninguém”.
Incrível, não…ainda mais na era da Internet.