O erro deixa de ser indispensável ao processo de conhecimento e passa a ser, ao contrário, claramente prejudicial, quando se repete – Gustavo Bernardo – da minha coleção de frases.
Aquela cena do aluno copiando várias vezes uma frase no quadro negro é o reflexo da escola.
Se não da escola, mas da maneira que somos e estamos nos educando e vivendo.
É melhor repetir e nos acomodar, pois o mundo depende da conservação, certo?
Errado!
Até aqui, sim, amanhã não sei.
Vivemos um tempo sui-generis na história da humanidade.
Teremos que nos acostumar a um novo mundo.
Um passado, que crescia a taxas demográficas razoáveis, visitado por pestes, catástrófes e guerras com mortandade de massa.
O mundo 1.0.
E outro que hoje dobra nossa população na faixa dos bilhões (Ver mais sobre isso aqui.)
O mundo 2.0, no qual a inovação precisa ser fast para levar food para servir as 21 bilhões de refeições diárias (café, almoço e janta).
Não, não é fácil, 21 bilhões é um número razoável, não?
(7 bilhões de boca x três refeições por dia.)
E pior: resolve morar todo mundo junto em grandes cidades!!!
E isso faz com que o problema se agrave ainda mais.
Precisamos de solução, solução, solução, rápida, rápida, rápida…
Esse fator implica em mudar constantemente para atender quem chega, cada vez mais com demandas novas.
E quem fica cada vez mais, mais tempo.
(Calcula-se que 50% dos bebês de países ricos que nascem hoje viverão mais do que 100 anos!!!)
Assim, hoje não funciona mais a nossa cabeça de conservação, pois ela não é compatível com o mundo da mudança.
Não estamos mudando mais e mais, tecnologicamente falando, por capricho, mas por necessidade para atender mais e mais gente.
Assim, é preciso revisar, mudar como ensinamos e como vivemos.
- Temos que fazer gestão do desconhecimento e não de conhecimento;
- Temos que ensinar a desaprender;
- Temos que ensinar a não acreditar;
- Temos que mostrar que um conceito é uma coisa separada das pessoas;
- Temos que fazer com que cada professor seja um aluno, sempre e saia do pedestal, ele estará sempre com a verdade da vez;
- Temos que filosofar mais, ler mais poesia, viajar mais e nos prendermos menos nos detalhes;
- É preciso ensinar a história das disciplinas em contextos e mostrar que tudo é um resultado histórico, um processo e nada está parado;
- Temos que estimular o erro, pois é daí que vem o acerto.
Como diz o Horácio Soares no seu excelente livro, “O Tiro e o Alvo“:
“É preciso fazer auditorias rigororas do que deu certo e não o contrário.”
Isso implica em mudar, antes de tudo a escola.
E depois as instituições.
E chegar na filosofia zen-budista secular:
A única certeza da vida é a mudança. Precisamos viver para ela. E não contra ela.
Antes era um papo zen, agora é necessidade, tem que fazer parte da estratégia.
O mundo – com a nova velocidade – só demonstra que os monges carecas do alto do Tibete estavam certos.
Nós é que não víamos!
Pergunta-se: conseguimos colocar isso em prática?
Diz aí!