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A Internet tem a inteligência nas pontas e é uma obra inacabada –Sérgio Amadeu – da coleção;

Não considero eficaz tais palpites:

Agora no mundo das redes…na era da colaboração, na era da informação, na era do conhecimento…

Já disse e repito.

Tudo é um pouco mais….

–> Mais rede, mais colaboração, mais informação, mais conhecimento.

Pois não se inventou a civilização com a Internet.

A civilização está resolvendo problemas com a Internet que não podia antes, o que é bem diferente.

E os problemas continuam os mesmos de sempre dos tempos do Matusalém: sobreviver (o melhor possível), ser, curtir, se reproduzir, criar, conhecer, transcender e lutar para adiar o morrer.

Sim, de fato, é uma rede mais descentralizada, com novas opções de troca, mas o rádio, a tevê, o livro tinham lá sua dose de rede, de troca, de colaboração, muito mais lenta.

Com uma taxa baixa, mas tinham.

Que era maior do que foi o do mundo oral, preso ao tempo e espaço.

E depois ao livro manuscrito, que era muito caro para deslanchar.

Uma mídia digital em rede nos permite mudar tudo mais rápido e por muita gente a distância e isso gera mudança no ambiente geral.

Não podemos, entretanto, achar que tudo muda (tecno-otimistas) e também que nada muda (tecnofóbicos).

Perceber o que de fato muda é o grande desafio dos pensadores modernos.

Os tecno-realistas, um clube onde procuro ser sócio. 🙂

Isso exige, como em toda crise, mais história e mais filosofia.

Ver o que é macro-histórico e mais permanente e o que está se alterando justo agora com a nova rede mais aberta.

Ou seja, há a tendência e o modismo.

A maioria acha que a tendência é modismo, os que lutam contra.

A minoria acha que o modismo é a tendência, os que estão na crista da onda da nova tecnologia.

Mas ver a tendência e o modismo articulados é algo pra lá de complexo e exige muita gente, muito tempo, muito diálogo e muita sabedoria.

É modismo achar que somos novos humanos, uma nova sociedade A, B, C, pós isso e aquilo.

Chega de umbiguismo e de micrismo!

Mas é preciso ver que essa rede mais aberta, mais colaborativa, mais relacional, mais dinâmica nos leva a uma percepção de mundo muito mais incerta do que tínhamos antes.

Estamos em um tipo de conhecimento mais líquido do que o anterior que nos faz ter que mudar muita coisa na nossa maneira de pensar e sentir.

Estamos começando.

Talvez tenhamos que passar 40 anos no deserto, como Moisés e os Judeus depois que saíram do Egito, até que todos os escravos do mundo 1.0 morram, para a civilização poder chegar  terra 2.0 prometida.

Lá, onde tudo isso não precisará ser explicado, discutido, simplesmente, já será. Lá, onde lerão (e vão rir muito) do que nós escrevemos nesse tempo de dúvidas.

 

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