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A inteligência coletiva ao mesmo tempo que é remédio, é venenoPiérre Lévyda minha coleção de frases.

(Ainda sintomas distante do rico debate da RioInfo.)

A web é uma inevolução.

Ou seja, nem evolução nem involução, as duas, ao mesmo tempo.

Inevolui do ponto de vista da divisão social, aumenta as distâncias, apesar de favorecer muito quem está dentro. E cria problemas de várias naturezas cognitivos, psicológicos e filosóficos, ao mesmo tempo que resolve vários outros.

Adianta e atrasa, ao mesmo tempo.

É uma moeda com cara e coroa, sempre girando, que nunca cai.

Sem alternativa.

O que é preciso:

  • 1- ter consciência dessa características;
  • 2- fazer com que as instituições sociais (público e privadas) façam o contra-ponto para diminuir os aspectos involutivos, mesmo que seja muito difícil separar um do outro.

Amplia o fosso, mas você dirá, mas é preciso ir adiante.

E outros dirão e aqueles que não foram?

Para um excluído do interior do Piauí ou da África pode não haver nada pior no mundo que a chegada da Internet.

(Tudo vai depender de quem está dentro, ajudar a quem está fora a pular o muro.)

Não sabia ler, agora não saber o que é computador, muito menos pesquisar no Google.

Pode ser até que viva mais feliz, do ponto de vista do contato com a natureza, mas está condenado à miséria.

E, provavelmente, seus descendentes.

E estão, parados, iletrados, restritos as ideias do seu pequeno povoado ou da aldeia global da manipulação radiofônica-fechada-restrita-televisiva.

Como a maioria, infelizmente, do nosso povo.

Ao mesmo tempo que a rede é avanço, é atraso.

Sempre foi assim.

Sempre vai ser.

Cabe-nos ponderar entre os dois pólos para ampliar um, desde que se possa compensar o outro.

Uma utopia, como aquele maluco Sísifo, que precisava levar a pedra ao alto da montanha e quando rolava, começava do zero.

Assim, constato: uma tecnologia de comunicação sempre será elitista.

E excludente.

Faz parte de sua gênesis, do DNA.

O que se pode é evitar a tsunami com medidas inclusivas.

Mas não tem jeito: é sempre uma inevolução permanente.

Resolve ao mesmo tempo que trás, inapelavelmente, rastros de problemas.

Quem se beneficia dela, só vê o lado bom.

Quem perde com ela, o ruim.

E quem  nem sabe dela, não sabe na roubada que está deixando de se meter.

O problema é que o planeta é redondo e não tem esconderijo.

Quando vamos nos tocar disso?

Não importa muros, nem no México, nem em Israel e nem na Rocinha.

Sempre alguém vai aparecer e dizer de uma forma delicada ou violenta: oi, olha aqui a minha necessidade, esqueceu dela?

Só, assim, de foram paradoxal e dialética, como uma luta de foices, podemos entender a chegada de novas tecnologias.

De forma ponderada e nunca sectária, de um lado ou de outro.

É nesta estrada estreita que temos, nós que estamos nessa vanguarda, que nos situar, nos posicionar e agir!

O resto é ilusão ou opressão.

Concordas?

6 Responses to “Internet, uma faca de dois legumes”

  1. Luiz Ramos disse:

    Considero que ,

    1. por um lado, é na Ecologia que podemos buscar um entendimento para essa “inevolução”,com as teoria sobre espécies, comunidades, indivíduos e suas relações com o meio.
    2. por outro lado, devemos buscar na História as lições que as evoluções sociais nos deixaram.
    3. na verdade, é uma luta de interesses, oportuniddes e sobrevivência.
    4. a ilusão e a opressão são consequencias que devem ser estudadas sob o ponto de vista da Ética, pois, como dizem, somos animais racionais.

    Abraços

    Luiz Ramos

  2. cnepomuceno disse:

    Luiiz,

    Concordo, a ética, ou a reconceituação dela, faz parte da base filosófica que operamos.

    Valeu Luiz, como sempre, preciso.

    Nepô.

  3. Sou aluno do Nino Carvalho na UFRJ em Marketing Digital e semana passada tivemos um debate em sala de aula que foi por esse caminho. Focado na Comunicação e no Marketing (e que seu post amplia a discussão), como o Digital/conectado e suas regras implícitas de relevância, participação e tantas outras serão ou não mudadas por aqueles novos atores (vindos das classes sociais C, D e E), quando entrarem de vez na internet. É necessário esa ampliação, mas como será essa participação? Criaremos, espelhando o mundo real, castas digitais? Orkut é para pobre e Facebook é para rico ou outras frases que ouço por aí continuarão a ser ditas (e pior, pensadas)?
    Enfim, sem resposta, pensando ainda.

  4. Edson Vergilio disse:

    Informação barata e abundante, isto muda tudo. Vamos precisar primar pela reputação. O quantico está chegando por ai, é o exemplo da moeda acima não é mais cara ou coroa ( ou 0 ou 1) vai ser cara e coroa( 0 e 1) e ai adeus segredos, adeus criptografia, a maquina vai descobrir de qualquer jeito e rapidamente.

  5. cnepomuceno disse:

    Alex,

    vai depender um pouco de cada um tentar ajudar quem está para ser incorporado nesse mundo. Veremos. Tenho dúvidas tb.

    Edson,

    reputação é algo que podemos dizer relacional, mas acredito que temos que ter reconhecimento de um grupo. E isso se dará tb por mérito, o que é melhor do que antes, apesar da mídia tradicional continuar com seus Twitteiros de 1 milhão de seguidores…só pelo fato de serem “famosos”.

    abraços aos dois, valeu a visita,

    Nepô.

  6. […] mas não sabemos exatamente como, algumas coisas vão melhorar e outras piorar, num processo de inevolução, como já discuti […]

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