Resumo do artigo feito pelo Tio Chatinho:
Neste artigo, Nepô desconstrói os conceitos de sucesso e felicidade, destacando a importância de adjetivá-los como endógenos ou exógenos. Ele propõe uma nova leitura desses termos a partir do ambiente em que vivemos — mais centralizado ou descentralizado — e apresenta três modelos: sobrevivente, instagrante e potencialista/missionário. O texto defende que, na Civilização 2.0, o caminho da singularização exige uma formação existencialista desde cedo, voltada para um sucesso com mais sentido e menos aplauso.
Aqui estão as melhores frases do artigo de hoje:
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“A palavra ‘sucesso’ vem do latim successus, que é o particípio passado do verbo succedere, que significa: suceder, acontecer, vir depois, prosseguir, dar certo;”;
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“Não existe, assim, sucesso sem que tenhamos a definição do objetivo;”;
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“Fulano obteve sucesso na vida. Porém, a vida dele é muito ruim, vive sozinho e é muito triste, e passa o tempo todo pensando em tirar a própria vida;”;
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“Felicidade não é o que os outros acham da sua vida — é o que você sente vivendo-a;”;
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“Centralização gera massificação; descentralização, singularização;”;
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“A centralização causa massificação do Sapiens e a descentralização a singularização;”;
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“O Potencialista mede o sucesso pelo sentido, não pelo aplauso;”;
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“O Sapiens 2.0 precisa trocar o palco pelo bastidor com sentido.”
“O sucesso não é a chave para a felicidade. A felicidade é a chave para o sucesso.” – Albert Schweitzer (1875–1965).
A palavra “sucesso” sempre foi problemática ao longo da vida do Sapiens.
A palavra “sucesso” vem do latim successus, que é o particípio passado do verbo succedere, que significa: suceder, acontecer, vir depois, prosseguir, dar certo.
Sucesso, assim, interpretando, é conseguir que algo dê certo.
Fulano teve sucesso ao tentar montar o armário que chegou do mercado livre. Fulano conseguiu montar o armário que chegou do mercado livre.
O sucesso, assim, é o resultado de um objetivo que foi conquistado.
Não existe, assim, sucesso sem que tenhamos a definição do objetivo.
Temos, assim, que dividir os diferentes objetivos na vida de cada um para saber de que tipo de sucesso estamos falando. A palavra sucesso sozinha é extremamente enganosa.
- Sucesso existencial — sucesso em vários aspectos da vida;
- Sucesso profissional — em relação ao trabalho;
- Sucesso familiar — em relação à família;
- Sucesso relacional — em relação aos conhecidos e amigos.
Fulano teve sucesso é algo completamente vago, pois é preciso definir de que tipo de sucesso estamos falando.
Em geral, as pessoas acreditam que sucesso é sinônimo de sucesso existencial. Quando na verdade, se confunde com sucesso profissional.
Fulano obteve sucesso na vida. Porém, a vida dele é muito ruim, vive sozinho e é muito triste, e passa o tempo todo pensando em tirar a própria vida.
Perguntei ao Claude a diferença entre sucesso e felicidade e ele me disse:
“Sucesso e felicidade diferem fundamentalmente: o sucesso representa conquistas externas medidas por padrões sociais como status profissional, riqueza ou reconhecimento, enquanto a felicidade é um estado interno de bem-estar e satisfação que independe de conquistas materiais, envolvendo paz mental, relacionamentos significativos e propósito de vida — sendo possível alcançar um sem necessariamente experimentar o outro.”
A palavra felicidade vem do latim felicitas, felicitatis, derivada de felix, felicis, que significava: fértil, fecundo, frutífero, próspero, afortunado, bem-sucedido.
Note que é interessante, pois o Claude diferenciou sucesso e felicidade de forma subjetiva, pois não é esta a separação que as pessoas fazem.
Eu vou ganhar muito dinheiro e vou ser famoso, vou ter sucesso e, com certeza, vou ser feliz.
Tanto uma palavra quanto a outra são vazias se não forem completadas com adjetivos:
- Sucesso e Felicidade Endógenos — que têm como referência interna da pessoa com ela mesma;
- Sucesso e Felicidade Exógenos — que têm como referência externa da pessoa com os outros.
Felicidade não é o que os outros acham da sua vida — é o que você sente vivendo-a.
Eis a regra que altera a relação do sucesso e felicidade na sociedade:
Quando temos centralização do ambiente, a tendência é termos um aumento da Taxa da Felicidade e do Sucesso Exógenos e a redução da Felicidade e do Sucesso Endógenos.
E vice-versa:
Quando temos descentralização do ambiente, a tendência é termos um aumento da Taxa da Felicidade e do Sucesso Endógenos e a redução da Felicidade e do Sucesso Exógenos.
Centralização gera massificação; descentralização, singularização.
Eis outra regra:
A centralização causa massificação do Sapiens e a descentralização a singularização.
Quando temos o aumento da singularização, temos um incentivo maior para que as pessoas possam procurar o sucesso e a felicidade a partir da sua singularização, menos preocupadas com o que os outros vão pensar.
A singularidade é o novo capital na era da descentralização.
Mais ainda:
Podemos desenvolver três modelos de sucesso e de felicidade:
- Sucesso e Felicidade Sobreviventes — é o mais básico. A pessoa está em um momento de superação e quer apenas atravessar os dias. Aqui, a métrica é: “estou conseguindo continuar?”;
- Sucesso e Felicidade Instagrantes — o foco é o olhar dos outros. A métrica é o aplauso. Se a plateia gosta, está valendo. Não importa se faz sentido para você;
- Sucesso e Felicidade Potencialistas ou Missionários — a busca é expandir os Potenciais Singulares. Sucesso aqui é estar em estado de fluxo, vivendo algo com sentido interno. A métrica é: “estou conseguindo colocar minha singularidade no mundo?”
O Potencialista mede o sucesso pelo sentido, não pelo aplauso.
Como nos ensinou Abraham Harold Maslow (1908–1970), os três estágios não são excludentes, mas fazem parte de uma pirâmide. Você precisa resolver os problemas de sobrevivência para poder chegar ao desenvolvimento do seu potencial.
O Sapiens 2.0 precisa trocar o palco pelo bastidor com sentido.
Por fim, hoje vivemos em um processo civilizacional de descentralização, o que nos leva ao desenvolvimento maior da felicidade e do sucesso endógeno, com forte tendência ao desenvolvimento do Sucesso e Felicidade Potencialistas/Missionários.
Por isso, há uma obrigatória demanda por uma formação maior dos jovens em um Aprendizado Mais Existencialista, que esse tipo de assunto seja abordado desde cedo, evitando o uso indevido dos conceitos tanto de sucesso quanto de felicidade.
O que estamos sugerindo neste artigo:
- Não usar os conceitos felicidade e sucesso sem adjetivá-los entre exógenos ou endógenos e separando-os por existencial, profissional, familiar, relacional para se saber do que estamos falando;
- Que a exogenia e a endogenia do sucesso e felicidade aumentam ou diminuem, conforme a topologia do ambiente;
- Temos três possibilidades de sucesso e felicidade (a sobrevivente, a instagrante e a potencialista/missionária);
- O Sapiens 2.0 demanda mais o Sucesso e Felicidade Potencialista/Missionário;
- Defesa de uma formação dos jovens em Aprendizados Mais Existencialistas para se tornar mais compatível com a Civilização 2.0.
É isso, que dizes?