Hoje estarei gravando mais um episódio do Resumocast, com Gustavo Carriconde para falar do livro “A Estrutura das Revoluções Científicas“, o mais importante de Thomas Kuhn (1922-96).
Autores e livros ganham importância quando sugerem mudanças radicias ou disruptivas na forma de pensar – aqui é o caso.
Antes de Kuhn, havia um senso comum de que a ciência e o conhecimento humano eram incrementais, uma continuidade, construída tijolo após tijolo.
Muita gente considerava que o melhor caminho para a ciência era a indução (dos dados para as teorias) ou a dedução (das teorias para os dados), mas tudo ia devagarinho, passo a passo, sem grandes mudanças.
Kuhn introduz o conceito de Revoluções – que é uma quebra radical ou disruptiva na Evolução. RE + evolução – transformação radical. Trans + formação – mudança de uma formação para outra de forma bem diferente.
Kuhn, um físico americano, que tinha prática de pesquisa em bancada, defendeu a ideia de que a ciência é feita sim por momentos incrementais que chamou de ciência normal.
Mas que, de tempos em tempos, havia revoluções que denominou de ciência extraordinária.
E defendeu a ideia de que cientistas vivem dentro de paradigmas – que são válidos durante um tempo – mas que vivem anomalias: problemas passam a não mais ser bem trabalhados.
É quando surge um novo paradigma trazido por alguém de fora do status quo.
Quando temos novos paradigmas, segundo ele, vive-se a fase da ciência extraordinária para criar novos paradigmas, que permitem o retorno à indução e à normalidade.
Por que isso interessa a quem quer entender o Digital?
A meu ver, vivemos hoje uma crise de paradigma em todas as ciências sociais, uma anomalia, pois se procura entender as atuais mudanças, com os mesmos paradigmas, procurando fatos e não revendo teorias.
Temos um problema estrutural, filosófico/teórico na forma como:
- pensamos o humano;
- a sociedade;
- e a história.
Prova disso, que a Era Digital chegou sem previsão, tem promovido mudanças profundas na sociedade e nenhuma teoria social de plantão conseguiu prever, explicar ou prognosticar o que estamos vivendo e para onde vamos.
Isso é típico sintoma de momento de anomalia.
Quando começamos nossos estudos sobre o digital, optando pelo novo paradigma da Escola Canadense de Comunicação, apresentamos novos parâmetros:
- o ser humano é uma tecnoespécie;
- por causa disso, consegue crescer demograficamente;
- por crescer demograficamente, é obrigado a promover Revoluções Civilizacionais, que se iniciam com mudanças no modelo de comunicação, que permite alterações no modelo de administração.
Note que o paradigma acima apresentado, uma nova Teoria da História (com premissas e leis) é completamente diferente do senso comum hoje nas ciências sociais, na qual o papel das tecnologias, das mídias e da demografia são considerados periféricos e muitas vezes neutros.
Thomas Kuhn não explica, assim, o Digital, algo que falei mais no Resumocast ao detalhar meu livro (Administração 3.0) e o de Pierre Lévy (Cibercultura).
O recado de Kuhn que se aplica ao digital: deixar de entender os novos fatos com velho paradigma – e conseguir um mais adequado ao que estamos vivendo para obter melhores resultados.
É isso, que dizes?
A nosso ver, só passaremos a entender o digital plenamente quando o novo paradigma for, aos poucos, sendo adotado por cada vez mais gente, missão que a Bimodais – Futurismo Competitivo tem cumprido.
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Veja o depoimento de um dos nossos alunos: