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O problema é que estão implantando os projetos de redes sociais corporativas acreditando que vai se conseguir repetir na organização o que se vê do lado de fora no Facebook, Twitter, ou projetos inovadores, tais como o Google ou o Wikipédia, mas sem mudar a gestão. Isso tem criado forte problema para os profissionais responsáveis pelos projetos, pois promete-se algo que não será, de forma alguma, entregue.

Versão 1.0 – 27 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Há uma certa confusão no ar nos novos projetos de redes sociais corporativas.

Fala-se muito em colaboração, mas é preciso entender que, com a chegada da Web 2.0, temos  duas bem diferentes, com limites e potenciais distintos.

  • A colaboração tradicional –  oral, eletrônica e impressa – que é a utilizada, bem ou mal, nas organizações, que pode se aproveitar das das novas ferramentas das redes para fazer inovações incrementais. Aqui não se muda o modelo de gestão, apenas procura-se melhorar a comunicação, através de um uso parcial do novo ambiente, de forma bem planejada.
  • A nova colaboração – digital – que é feita também através dos rastros voluntários (comentários, curtir, estrelas) e involuntários (cliques), que gera inovação radical. Aqui se muda o modelo de gestão, pois introduz-se uma nova forma de tomada de decisão, através de um uso completo do novo ambiente, de forma bem planejada.

O problema é que estão implantando os projetos de redes sociais corporativas acreditando que vai se conseguir repetir na organização o que se vê do lado de fora no Facebook, Twitter, ou projetos inovadores, tais como o Google ou o Wikipédia, mas sem mudar a gestão. Isso tem criado forte problema para os profissionais responsáveis pelos projetos, pois promete-se algo que não será, de forma alguma, entregue.

O melhor livro do ano de redes sociais em 2012, “Mídias sociais nas organizações” tem o mérito de afirmar que esse modelo de implantação de redes sociais corporativa sem uma visão adequada está fracassando. Depois de pesquisar em 400 organizações americanas constatam que não está funcionando: 90% dos projetos não estão gerando resultado positivo para os negócios, por falta de visão. Veja o áudio que produzi aqui.

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Vamos compreender que colaborar é a junção de co (junto) com laboração (trabalho).

Assim, colaborar é trabalhar junto, através da melhoria da comunicação, que são dois lados da mesma moeda (trabalho/comunicação). Assim, crises de gestão são crises de comunicação e vice-versa.

Projetos de redes sociais corporativas visam, assim, aumentar a comunicação entre as pessoas para permitir que o trabalho possa ser feito cada vez melhor, de forma mais eficiente e inovadora.

Ao se implantar redes sociais corporativas, sem dúvida, há uma possibilidade de melhorar a comunicação e a colaboração tradicional, mas não deve se esperar um novo tipo de colaboração mágica ou miraculosa.

  • A colaboração tradicional trabalha dentro de uma topologia, na qual existe um modelo piramidal de gestão, com seus limites claros. A colaboração melhora a performance, mas não altera a topologia da gestão da organização. As decisões continuam a ser tomadas pelos atuais líderes, quase da mesma maneira, o que não prepara a organização para os desafios que temos pela frente: mais complexidade a ser resolvida de forma mais barata em menos tempo.
  • A nova colaboração digital introduz uma nova topologia, na qual existe um novo modelo em rede de gestão, com novos limites e possibilidades.  A colaboração melhora muito a performance, pois altera a topologia da gestão da organização. As decisões passam a ser tomadas de uma nova maneira, modificando o posicionamento e a atuação dos atuais líderes, gerenciando uma plataforma colaborativa, dividindo poderes com robôs e colaboradores. Essa nova colaboração prepara a organização para os novos desafios que temos pela frente: mais complexidade a ser resolvida de forma mais barata em menos tempo.

Assim, é muito importante saber os limites e os potenciais dos dois projetos.

  • A rede social corporativa tradicional vai apenas introduzir elementos para melhorar a atual colaboração tradicional, permitindo dar mais voz para os colaboradores, porém não terá forte impacto na inovação ou numa mudança de gestão, pois não estará se utilizado do que a rede digital tem mais forte: os rastros digitais para gerar um novo modelo de gestão, através de uma plataforma colaborativa inteligente;
  • Numa segunda etapa, de forma a criar zonas de experimentação/inovação 2.0, deve-se procurar resolver problemas complexos com a  nova colaboração digital, na qual os colaboradores começarão a usar de uma plataforma colaborativa, em uma nova topologia, uma nova maneira de tomada de decisões, mais ágil e eficaz, utilizando todo o poder dos rastros, dos robôs e da colaboração digital, nesta nova plataforma.

Veja as duas fases na figura abaixo:

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Tal divisão ajuda bastante, pois permite escalonar a mudança e não se iludir com falsos resultados, seja na fase 1 ou na fase 2.

O grande diferencial é de visão: a rede social corporativa não é apenas uma nova maneira de se comunicar, mas de se experimentar um novo modelo de gestão mais ágil, que é utilizar todo o potencial da colaboração digital para resolver os problemas complexos de forma mais ágil e com menor custo.

É isso, que dizes?

One Response to “As duas colaborações”

  1. Basicamente focamos na tecnologia, quando ela não é o elemento fundamental. Nova tecnologia não é sinônimo de nova colaboração.
    Reli e repensei bastante sobre o manifesto Cluetrain http://www.cluetrain.com/portuguese/index.html
    Em 1995 ele já falava que a pirâmide está ruindo (nova topologia) e que as pessoas, mercados, funcionários, clientes, etc, estão se interconectando e que es melhores “intranets” (não tinha redes sociais digitais na época…)são as que surgem de baixo pra cima, as intranets feitas de cima para baixo são chatas, menos criativas.
    Lendo seu texto penso que as organizações já estão dizendo “ok redes sociais, vamos lá!” mas existe toda a herança topológica (a pirâmide) e redes não tem topo ou centro, são centros e são móveis e mutáveis. Sem contar essa mesma herança na cultura das pessoas.
    De fato o que o Cluetrain colocava num mítico 1995 já era real com as comunidades open source que desenvolveram o Linux em 1991, por exemplo, e de lá só ampliou. Mas a fórmula pra tornar isso popular não vai ser tão simples ou rápida assim.

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