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A gestão do desconhecimento
Antes de tudo, sou um agnóstico, aquele que não acredita nem desacredita, mas suspende o julgamento.
Gosto bastante da visão de Marcelo Gleiser, um físico, que defende que temos que ter respeito pelo desconhecido.
Que a Ciência quanto mais descobre, cada vez menos sabe, pois amplia as possibilidades.
Assim, teoricamente a Ciência faz a Gestão do Conhecimento e as Religiões de plantão se arvoram no direito
de fazer a Gestão do Desconhecimento.
E concordo com o Toynbee, historiador, que a única guinada humana possível é a espiritual.
Entende-se espiritual como relativo ou pertencente ao espírito (por oposição à matéria).

A fé brota da nossa dificuldade de lidar com o imprevisto com o que está além do nosso controle ou compreensão – Marcelo Gleiserda coleção;


Antes de tudo, sou um agnóstico, aquele que não acredita nem desacredita, mas suspende o julgamento diante do que não consegue explicar e não gosta de ser enrolado com crendices.

Gosto bastante da visão de Marcelo Gleiser, um físico, que defende que temos que ter respeito pelo desconhecido, mas também é preciso respeitar o que já se sabe.

Que a Ciência quanto mais descobre, cada vez menos sabe, pois amplia as possibilidades.

E concordo, por fim, com o Toynbee, historiador, que depois de analisar todas as civilizações antigas, já com 80 anos, nos diz que a verdadeira  alternativa humana  é ampliar nosso espaço  espiritual.

Toynbee

(Entende-se espiritual como relativo ou pertencente ao espírito por oposição à matéria).

Tenho acompanhado o movimento dos Anônimos (Alcóolatras, Narcóticos, Comedores, etc), pois é um exemplo de rede colaborativa, que se inicia em 1930, inspirada em muito pela figura do Bill Wilson, um dos caras mais importantes para o estudo de redes descentralizadas do século passado, que ainda não ganhou as luzes devidas.

(Quem lembra os anônimos é o livro “Quem está no Comando?“.)

Nos grupos anônimos,  o compulsivo passa a trabalhar com um poder superior.

Cada um pode ter o que quiser, pode ser até uma lata de Coca-Cola, mas desde que ele passe a respeitar algo acima de suas vontades incontroláveis.

É fundamental que se coloque a ideia é de que existe algo além de cada indivíduo seja as outras pessoas, a sociedade, a natureza, as leis, os ideais, o bem comum, etc.

Estamos saindo de uma civilização baseada fortemente no incentivo de cada um por si.

Da onipotência individual.

Eu posso tudo.

Vide todos os heróis de Hollywood e afins: Duro de Matar, James Bond, Rambo, etc…

Eu posso, posso, independente do mar, do céu, da terra, das nuvens, da lei da gravidade, eu posso tudo.

Onipotência egóica de última grandeza.

E se todos podem tudo, por que não também dirigir de qualquer jeito, matar, roubar, corromper, ser corrompido, não respeitar nada, pois eu tudo posso, pois acima de mim só existe a fama.

O problema atual é de que há uma dicotomia entre essa necessidade de um poder superior, que nos balize enquanto seres humanos e as religiões empacotadas.

Se a Ciência faz a Gestão do Conhecimento as Religiões de plantão se arvoram no direito de fazer a Gestão do Desconhecimento.

Dão explicação ao que não se consegue explicar.

Difundem que alguém recebeu a palavra de Deus, embrulham para presente e saem por aí dogmaticamente fechados difundindo algo que a maioria das pessoas, que tem meia dúzia de neurônios, não consegue engolir.

Ou seja, de um lado a necessidade de termos um poder superior.

E do outro uma receita fechada do que seria esse poder.

A religião vive também do mundo 1.0, no qual a informação era filtrada.

É preciso de um poder superior 2.0, que consiga aliar a Ciência e a Ética, o respeito ao desconhecido, sem crendices, para que possamos estabelecer parâmetros de uma nova humanidade menos individualista e mais solidária.

Sugiro ler “Levar adiante” do Bill Wilson.

Que dizes?

6 Responses to “A gestão do desconhecimento”

  1. O problema não está nas coisas (religião, política, futebol, conhecimento, etc…) o problema está no homem. O problema de dominar é humano e vemos tudo isso há muitos milhares de anos até hoje. É só ler as famosas palavras de Carl Sagan sobre O pàlido Ponto Azul. Discordo do acreditar po que não entende, eu busco estudar pra entender, mas como minha limitação é física e por falta de conhecimento, procuro ir adotando pra mim comportamento que me diga ser o mais correto, afinal de contas sou produto de um meio, de uma vida, de experiências que me fizeram fazer crer em determinadas coisas, emfunção do que vi, por que geralmente se acredita mais no que se vê do que no que se desconhece, claro. Mas tenho fé em DEUS e na espiritualidade auxiliar do bem e do amor. Sem viagens.

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    João, legal.

    O equilíbrio entre o conhecer e o desconhecer que é difícil.

    Entre o impotente, potente e o onipotonte.

    vamos em frente,

    valeu a visita,

    Nepô.

  3. Precisamos, os homens (genéricamente falando – homens e mulheres, sêres), daquele anjinho (não do diabinho) nos alertando sobre o nosso sentimento de grandeza. A tal Síndrome de Hubris. Sabe aquela cena do Império Romano, onde o grande Tribuno chega de uma vitória que somava aos territórios romanos a mais nova região submetida, aumentado sua área de poder? Pois é, o Tribuno, entrando na Praça Central, a caminho de César, na outra ponta. Ao seu lado um singelo auxiliar que o ajuda a conduzir a biga. Sabe qual era uma das funções dele? Dizer no ouvido do Tribuno: “Calma, lembra-te que és um reles mortal”. E aí a gente pensa assim: Poxa que César legal, né? Fazer o seu Tribuno se sentir no chão, com conciência. Mas que nada, César apenas queria que o Tribuno soubesse que César é superior e que a vitória é devida à Cesar, à Roma. Mas é o que acontece, quando temos um sêr humano, por exemplo, PhD dando aula pra reles universitários, iniciantes no conhecimento. O Professor, PhD, sente a Hubris tomando-lhe conta, e transborda de sentimento de poder e superioridade. Um exemplo. Tive um prof de Banco de Dados que nos deu como um simples exercício, construir 15 atbelas relacionadas entre sí de forma complexa. Aí pensei: “Uái, que exercío é esse, gigantesco, estamos apenas aprendendo sobre tabelas e relacionamentos em Bancos de Dados, não estamos fazendo especialização em MySql”. Resultado, dias depois ele nos comunicava que iria fazer o final do seu pós doutorado no rio e não poderia dar aula na semana seguinte. Conclusão: ele sofria da síndrome de Hubris. Passou um big trabalho super complexo, e que ele mesmo não coneguiu resolver, e mesmo a prova ele não corrigiu depois, prejudicando pelo menos a metade da turma, Hubris. Por esse motivo tbm (foram tantos outros) foi que deixei a faculdade, muitos professores Hubris-idiados.

  4. O fenómeno foi baptizado com o nome da palavra grega “Hubris” que designava o herói que, uma vez alcançada a glória, deixava-se embriagar pelo êxito e comportava-se como um Deus capaz de tudo. Em consequência, começava a acumular erros, encontrando a sua Némesis, que o devolvia à realidade.

  5. Carlos Nepomuceno disse:

    João, legal, boa intervenção,

    Vamos jogar os hubris todos fora!

    valeu!

    Nepô.

  6. Bruno disse:

    Isso tudo vem se ocasionando,pela falta de reflexão, nos tempos de hoje é tudo pra ontem ,as pessoas estão cada vez mais corridas,mais estressadas ,esquecendo até mesmo que estão vivendo dentro de uma sociedade, esquecendo as vezes até mesmo de si próprio,enquanto o homem agir dessa forma ,vai ser díficil mudar o cenário que estamos vivendo.Nunca tinha tido tanta violencia no transito brasileiro ,como está tendo agora,pessoas entram em turbulencias a qualquer momentos,até quando vamos viver assim. Não podemos viver somente para nossos interesses ,é preciso ter o momento de reflexão e colaboração para se desligar um pouco desse ritimo imposto nos tempos modernos,valorizar pequenas ações ,são fudamentais para as mudanças acontecerem ,por isso se cada um fizer sua parte ,encontraremos uma sociedade com um forte poder de expressão e vista de uma forma totalmente diferente do que estamos presenciando no momento atual.

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