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Cada geração, vivendo com os problemas do presente, interroga o passado pensando em suas próprias questões
– Peter Burk, da minha coleção de frases;

Existem várias formas de olharmos para o passado e registrar a história.

Podemos estudar pessoas, grandes personalidades, os impérios, as lutas de classe.

De fato, não olhamos a história sem antes termos um ponto de vista de exatamente o que vamos olhar – uma lógica de como o mundo evolui.

O que chamamos teoria da história, antes de olhar para ela propriamente dita. Ou seja, olhamos com determinado óculos (dada teoria).

E, só então, tentamos criar um cenário que nos faça compreender basicamente o presente e, tentar, estarmos melhor preparados para o futuro.

E aí vem o papel da história na história. 🙂

Os historiadores procuram entender por que os fatos aconteceram daquela maneira. Traçar determinadas lógicas que possibilitem entender como as coisas caminham, o que pode ser evitado, alterado, etc.

Mas há um hiato do papel das rupturas das tecnologias cognitivas.

E é fácil entender o motivo.

Elas são raras.

Porém, quando acontecem, são como Tsunamis –  poderosas.

Diria, assim,  que não se consegue-se entender o Holocausto, a II Guerra, ou mesmo a chegada do homem da Lua, em função de ruptura das tecnologias cognitivas não são causa direta, mas indireta.

Estes fatos históricos e até evolução de outras tecnologias, diria, são fenômenos do que vou chamar de  “micro-história”. Ou seja, fatos que se sucedem entre mudanças radicais das tecnologias cognitivas, que criam um ambiente de conhecimento para que vários acontecimentos ocorram entre elas.

Portanto, só é possível entender a micro-história, se levarmos em consideração as mudanças nas tecnologias cognitivas, que criam uma espécie de macro-história, pois quando seu muda a plataforma de conhecimento, influencia-se todo o resto.

Há estudos sobre a história das tecnologias e seu impacto na sociedade, mas as tecnologias cognitivas geralmente são colocadas de lado.

Entretanto, são o centro, a base, para que todo o resto aconteça.

Para produzir qualquer coisa precisamos conhecer e para conhecer precisamos expandir nossa capacidade cognitiva com tecnologias (fala, escrita, livro, computador, etc.)

Quando mudam, nos permitem expandir o cérebro,  memória, e, portanto,  dotá-los de mais capacidade.

Assim, mudanças nas tecnologias cognitivas significam mudança no tabuleiro geral.

E não apenas nas regras do jogo!

Digamos que se jogarmos uma pedra em um lago, a mudança da tecnologia cognitva é o centro que inicia as ondas. E o resto são as ondas que se propagam, a partir do primeiro impacto.

Obviamente, que há um cruzamento entre tudo isso, mas que deve ser aprofundado, a partir dessa graduação.

Hoje, a história não leva isso em conta e, por isso, o fenômeno da Internet não cabe em suas teorias. Da mesma maneira que a Ciência da Comunicação e, por sua vez, as Ciências Humanas.

A Internet está obrigando a sociedade a ver o passado de nova maneira, por isso será necessário dar um F5, um “refresh” na maneira que olhamos a história, na própria teoria da história,  para, só então, voltarmos ao passado e começarmos a olhar tudo de novo de outra maneira.

(Fenômenos sociais inesperados exercem esse papel, já que a Internet não precisou pedir licença a ninguém para tomar posse do planeta.)

A vida rola e as teorias correm atrás se reformulando!

Ainda mais quando as tecnologias cognitivas que eram lentas, passam a ser velozes, como lebre, que é também um fato novo, que encurta distância entre as eras.

E aumenta o cruzamento entre a micro e a macro-história!

Você, vai ficar aí parado? Ou vai comentar abaixo? 🙂

Diário de blog:

Conceito da macro-história e micro-história é novo, pois ajuda a perceber que a história das tecnologias cognitivas são maiores e esparsas e o resto vai no miúdo. Vivemos uma época de uma mudança na macro-história, o que nos dificulta ver sua dimensão.

4 Responses to “A macro-história”

  1. camila disse:

    Pensar as relações entre tecnologias da informação e escritas da História é um tópico fundamental nos debates contemporâneos. Muitos pesquisadores já vem fazendo isso há quase uma década, como Rolando Minuti (2001) [http://www.cromohs.unifi.it/6_2001/rminuti.html] e Roger Chartier(1998). Nos EUA, o debate em torno da “Digital History” é cada vez mais amplo, vendo-se emergir uma sub-disciplina que ainda carece ser melhor delineada. No Brasil,o debate está começando, mas a presença da Revista de História da biblioteca Nacional no Twitter já é um sinal dos tempos. Por isso, acho que que o “fenômeno da internet” já foi incorporado pela historiografia…Mas, certamente ainda há muito o que pensar e escrever!

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    Camila, legal as dicas…

    Mais do que incorporar, é preciso ampliar essa visão para darmos para essas rupturas o tamanho que merecem, para nos ajudar a compreender o momento que estamos passando.

    Valeram as dicas,

    Nepô.

  3. […] Luiz Eduardo GarciaPós MktDig No Comments Foto a última aula do Nepo, que deu o primeiro Módulo da pós – Ruptura 2.0. Resumindo bem superficialmente, estudamos as similiradades entre a internet e a introdução do livro impresso, e as revoluções infracionais iniciadas em cada um desses momentos macro-históricos […]

  4. […] Foto da última aula do Carlos Nepomuceno, que deu início à Pós em Marketing Digital com o Módulo – Ruptura 2.0. Resumindo bem superficialmente, estudamos as similiradades entre a internet e a introdução do livro impresso, e as revoluções informacionais iniciadas em cada um desses momentos macro-históricos […]

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