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Teoria sem experimentos é cega, e experimentos sem teoria são aleijados Kant, da minha coleção de frases.

Não existe uma coisa mais chutada do que o conceito Web 2.0.

O Tim O´Reilly o pai da criança, que até tentou patenteá-lo, viu várias mudanças na Web e tascou a ideia que já era outra coisa e mandou Web 2.0.

Beleza, como diz o livro “Made to Stick” (Ideias que colam) foi uma verdade que colou geral.

Muitos amigos se revoltaram contra o termo 2.0, por achar que não tinha nada de científico, ou preciso nele.

Já optei por uma adesão ao conceito, pois acho que o Tim mirou no ganso e acertou no pato, mas acertou em algo.

Ou como naquele jogo da batalha naval quando se quer destruir um porta-aviões, mas…

…B32 – acertou em um submarino! 😉

De fato, há uma passagem em 2004, quando se definiu o termo, que foi a adesão ao mundo colaborativo.

Motivo: a banda larga que derruba o preço da conexão e permite ao usuário ficar mais tempo on-line por um preço cada vez menor.

O gráfico da banda larga cresce e o das redes sociais cresce junto!

Vejam abaixo, com dados do Brasil:

]

Vejam abaixo dados EUA:

(Não achei dados Brasil/Brasil – EUA/EUA, mas dá bem a noção da aceleração, a partir da redução de custos e melhoria da qualidade de acesso.)

Na verdade, a massificação da Internet, pela primeira vez, dá um sentido ao uso do computador na casa das pessoas.

E se populariza o computador, muito mais que apenas a Internet.

Isso já aconteceu na história?

Sim, a escrita e a leitura eram figurinhas difíceis no pré-capitalismo da Idade Média.

Livros manuscritos caros, grossos e escondidos em bibliotecas fechadas.

(Ver detalhes desse drama no filme baseado na obra de Umberto Eco, “O Nome da Rosa“.)

O livro impresso, portanto, derrubou o custo do livro manuscrito.

E criou o que podemos chamar a Escrita 2.0, permitindo que os cidadãos passassem pela “inclusão literária” e pudessem “acessar” as ideias nos livros.

(De 1450 a 1500 circularam na Europa 13 milhões de livros, com 27 mil títulos diferentes!!!)

Isso é que é latência de consumo de novas ideias!!!

Há, assim,  uma relação entre as novas mídias de oxigenação social e o custo de acesso.

Quando uma determinada mídia se expande e se massifica, só então, passa a criar um fenômeno social.

E pode ser carimbada como queiram de 2.0, como um símbolo da passagem de algo que estava sendo usado pelos visionários para uma expansão geral, ou mais geral do que a de antes.

(Um livro que fala sobre essa adesão inicial a uma dada tecnologia por “tarados” é o “Regras para Revolucionários“, de Guy Kawasaki.)

No último evento desse tipo, uma mídia de oxigenação social que se expande, há 550 anos atrás, liberou-se forças inovadoras, reformistas e revolucionárias.

Inventou-se, assim,  o capitalismo e com ele a república, a democracia parlamentar, os direitos humanos, etc para resolver a crise da inovação produtiva da época.

Não encontro nada na história da mídia impressa e nem depois nas de imagem e video que possamos chamar de escrita 3.0.

A não ser que a passagem do jornal para o rádio e depois para a televisão foi tão significativa, que teríamos algo desse tipo.

Que podemos dizer que foi uma mega-expansão do alcance não mais da escrita, mais do aprofundamento do poder de influência das ideias da época, através de um mesmo tipo de comunicação uni-direcional.

Dessa maneira, se estamos procurando uma Web 3.0 que vai complementar a 2.0 seria algo que potencializa a penetração do muito para muitos, em qualquer plataforma, expandido seu potencial.

Talvez a medida, assim,  para a 3.0 é quando essa mesma mídia atingir as camadas ainda mais populares, através da televisão, por exemplo!

Talvez, o acesso à colaboração pela Tevê, rádio e celular?

A meu ver este marco estará diretamente ligado a expansão do muito-muitos a distância,  do que em detalhes dentro dela (tal como websemântica), se formos levar em conta o que aconteceu na história passada, que é sempre um bom parâmetro.

Portanto, se vamos falar em Web 3.0 é preciso:

  • 1- definir parâmetros para a Web 2.0;
  • 2 – definir parâmetros para a Web 3.0;
  • 3- e tentar situar os mesmo parâmetros na história, pois a era digital não é um disco voador que caiu na terra!

Se não for assim, fica um papo de maluco tomando todas na mesa de bar.

Diga.

E por falar em futuro, antes que me perguntem.

O que seria o ambiente de conhecimento pós-web?

Neste caso, também baseados na história, a nova era deveria criar um novo tipo de expansão de interação humana.

  • A oral permitiu a conversa um-um;
  • A escrita um-muitos a distância;
  • A digital o muito-muitos a distância.

A próxima – já que esgotamos as possibilidades humanas – é a introdução de elementos artificais nas relações cognitivas, através dos robôs, algo que está começando.

  • A relação um-robô

Podemos chamar o início da Era Digital Artificial nos primeiros experimentos que já estão aí, mas o seu avanço exigirá empreendedores para levar adiante e a latência social, que estará ligada ao aumento da população e aos impasses que a era digital colaborativa deixará em aberto, sem saída.

Nesse mundo da Era Digital Artificial teremos algo com o modelo 2.0, quando esse novo ambiente se popularizar, através da forte redução de custos de acesso, com todo mundo com seu personal assistente a tira-colo.

Nessa Era Digital Artificial teríamos a fase 1: Eu-Robô.

E a fase 2: Robô-Robô.

Note, portanto, que é preciso dar certa credibilidade aos termos, pois tá o samba do mouse doido.

Concordas?

Já desenvolvi mais o tema aqui.

9 Responses to “O mito da Web 3.0”

  1. Carlos Nepomuceno disse:

    No valor, saiu uma matéria:
    Qual é o futuro do “New York Times”?

    http://www.valoronline.com.br/?impresso/cultura/92/5427464/qual-e-o-futuro-do-new-york-times?
    (só se lê com senha)

    Nela, o autor da matéria, de várias páginas, Matías M. Molin, reforça a tese da banda larga defendida por aqui:

    “O que está ocorrendo é uma profunda revolução provocada pela internet e acelerada pela contínua expansão da banda larga, com efeitos de longo prazo semelhantes aos da introdução da imprensa por Gutenberg, no século XV. A revolução atual está afetando todos os meios – revistas, rádio, TV -, e não apenas os jornais, e também as maneiras de comunicação entre as pessoas. Ainda é cedo para fazer qualquer afirmação categórica sobre os efeitos das mudanças que a internet e a banda larga estão provocando. Mas pode afirmar-se que todos os meios sairão desse processo muito diferentes do que eram 15 anos atrás.”

  2. Lucia disse:

    Nepo,
    Você já percebeu que a escrita manual está por um fio? Fico imaginando que daqui a muito pouco tempo, ninguém mais usará papel e caneta. A caligrafia vai morrer. Vejo num futuro próximo, nossos descendentes olhando para textos manuscritos como nós olhamos para pinturas em cavernas. Será que é daí que vai surgir uma escrita 3.0?

  3. Carlos Nepomuceno disse:

    Lucia, meus garranchos sempre foram para lá de 3.0 😉

    Ninguém entende.

    O conceito, a meu ver, de evolução se deve ao uso massificado, que é a medida para a mudança social em torno de uma dada tecnologia de informação e comunicação.

    A escrita, na verdade, voltou com força, via computadores em rede.

    Houve um renascimento.

    Se começarmos a falar com os computadores, como acho que vai acontecer e ditar, ao invés de teclar, podemos dizer que teremos um retorno da fala.

    Já reparou como estamos falando menos?

    Saímos do fone para o teclado.

    Mas isso, a meu ver são nuances, detalhes, o que pega para uma visão civilizacional sempre é a adesão da população, que empoderada pela nova mídia, passa a mudar o mundo.

    Por enquanto, estou nessa caixa.;)

    beijos

    Nepô.

  4. […] Vi no excelente blog do nosso amigo Nepôsts – Rascunhos Compartilhados […]

  5. Carlos Nepomuceno disse:

    Um exemplo claro que demonstra o post acima sobre Web 3.0:

    1- Wall Street (operadores e usuários) e São Paulo (cidade) ( em função da velocidade e volume de dados) são os locais que sempre serão os primeiros a usar as tecnologias e metodologias de informação que se tornarão mundiais.

    Olhar para eles é básico para saber para onde vamos.

    A matéria do WSJ apresenta que será a tal Web 3.0, que é a relação humana com os robôs:

    http://bit.ly/aBGLYt

    Me digam.

  6. Ricardo Maruo disse:

    Fiquei com uma dúvida martelando aqui. Não sei se estou viajando muito, mas vale a pena perguntar. Para que exista uma definição de 3.0 antes não precisa ter uma linha limite na 2.0? Digo… Sei que a web 2.0 não eliminou a 1.0, mas existiu uma certa mudança de comportamento e valores agregados a ela. Agora, a mudança da 2.0 para 3.0, com todas as alterantivas que algumas pessoas estão propondo me parece mais uma extensão do que já existe do que realmente uma mudança dramática que envolva este novo conceito. Será que estou viajando demais?

    Na minha confusa cabeça, a mudança de ferramentas e possibilidades que consigam modificar o status atual dos valores e comportamentos da web 2.0 fica ainda dentro da nossa própria máquina e é timidamente chamada e mente. Já pensou o pode sair do experimento do Miguel Nicolelis? Acho que ai sim a web 2.0 teria seu fim… rs. http://migre.me/129fC

  7. Carlos Nepomuceno disse:

    Ricardo, todos estes termos são arbitrários.

    A Ciência é algo arbitrário, mas aceito, pois é o discurso, teoricamente, menos arbitrário que teríamos, no momento.

    A ideia de 2.0, 3.0, nada + é do que ajudar-nos a definir o que estamos vendo na prática.

    Assim, feito o desconto, podemos dizer sempre no mundo cognitivo que nada muda nada, mas se altera, em dois níveis, mudanças pequenas e grandes.

    A passagem da Era da Mídia de Massa para a Digital foi radical.

    E a era digital 1.0 para a 2.0 foi apenas de massificação, assim prefiro analisar o processo.

    Estava tudo lá, encapsulado, esperando baixar o custo.

    Seria como uma doença incubada, que precisa de algo externo, ou uma baixa de imunidade para se espalhar.

    Concordas?

    PS – vou ver esse link sobre provocações.

  8. Ricardo Maruo disse:

    Nepo. Concordo contigo e acho até que no fundo as discussões não são voltaas para ver o que virá ou como virá. Mas sim. Tenho controle sobre isso? Afinal que vai mudar vai.

    Assisti em uma palestra do Augusto de Franco dizendo algo +/- assim, não vou lembrar exatamente as palavras… Que não vemos as mudanças pelo fluxo que seguem as massas, mas sim pelo sútil movimento que as ondas das possibilidades provocam nas massas. E acho que é isso que disse… Tudo já está lá e é possivelmente questão de tempo. Outro agente que ainda não conseguimos entender… rs.

    O link certo é este: http://www.youtube.com/watch?v=PTVVYYxY9Cs

    Abraço.

  9. Carlos Nepomuceno disse:

    Valeu Ricardo…

    Fiquei curioso.

    abraços,

    Nepô.

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