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Sabemos apenas aquilo que podemos medir; todo o conhecimento científico que temos do mundo natural depende dos nossos instrumentos de observação – Marcelo Gleiser – da minha coleção de frases;

Quem quiser estudar os planetas deve ter um telescópio; as células, um microscópio. Aliás, quanto mais potentes, melhor.

E a sociedade? A Internet? As Redes Sociais?

É preciso de uma teoria, que nada mais é do que definição dos atores influentes e o peso de cada um para alterar o processo a ser analisado.

Ou seja, se conseguirmos definir:

  • 1- quem e como os atores exercem pressão sobre o sistema;
  • 2- que tipo de fatores cada uma destas pressões resultam no processo de evolução do mesmo;
  • 3- podemos definir, então, que tipo de mudanças tivemos, temos e, provavelmente, teremos;
  • 4- o que nos ajudará, só então, a montar estratégias;
  • 5- diminuindo as chances de darmos tiros no escuro!

Na análise da Internet, a meu ver, podemos começar a rastrear um DNA sistêmico, que tenho tentado desenvolver aqui no blog, a partir de todos os “inputs” que tenho recebido nas minhas aulas, palestras, consultoria, leituras, discussões em mesa de bar, comentários em cima dos posts.

Acredito que podemos aferir, até o momento, como uma teoria 1.0 experimental, que precisa ir se consolidando, os seguintes agentes e a relação entre eles:

  • 1- o crescimento da população é o ponto de partida do sistema, que gera um aumento de demandas por produtos e serviços na sociedade. É um ponto de partida, pois não é possível mudar essa realidade, matando gente, exterminando povos, por mais que já tenham tentado. Ou seja, é um fato inapelável com uma aumento constante, cada vez maior e invisível, um fato para o qual o sistema como um todo tem que se adaptar, pois ele é  o único fator que não permite mudança no presente. Pode-se fazer planejamento familiar, mas só terá resultados futuros;
  • 2- a partir do aumento da população, são formados setores produtivos (públicos e privados) que se organizam para atender a estas demandas;
  • 3- este setor produtivo luta, batalha, influencia, compra, suborna, cria golpes para estabelecer as regras do jogo do mercado. Estabelece, assim, através de um jogo de interesses, pressões e co-relações de forças, desde monopólios, concorrência, impostos, relação de consumo, etc), além das instituições de suporte necessárias para que o jogo possa acontecer: polícia, justiça, escola, congresso, etc;
  • 4- estabelece-se, no processo, uma ideologia vigente (conjunto de premissas e ideias que passam a ser hegemônicas na sociedade), que justifica, corrobora,  a forma com que estas relação entre demanda e oferta são realizadas;
  • 5- como prerrogativa para que este modelo seja aceito, passa-se a dominar ou influenciar fortemente os principais meios de comunicação vigente para manter os “problemas” do atendimento das demandas em níveis de pressão razoáveis e  sem grandes crises, bem como, o modelo estabelecido da sociedade como um todo. Usa-se, assim, os meios de informação como canal de difusão em larga escala (e de forma repetida da ideologia vigente) para manter o “circo” funcionando.

É nesse equilíbrio fino que construímos o modus-operandi de qualquer sociedade. Na qual, os diferentes atores atuam.

Estes fatores combinados nos levam aos equilíbrios ou desequilíbrios sistêmicos sociais.

Quando uma destes fatores se altera, ou muda, em larga proporção, gera uma alteração geral no ambiente, impulsionando mudanças nos outros agentes e em todo o ambiente, com  ajustes finos ou radicais.

Sob esse ponto de vista, somos a civilização que foi formada, a partir da crise radical do aumento populacional da Idade Média.

Lá, uma população miserável enfrentou:

  • 1- o crescimento da população e o início da concentração nas cidades;
  • 2- necessidade de novos modelos produtivos “amarrados” pelo poder da Igreja e dos nobres;
  • 3- necessidade, portanto, de alteração das regras do jogo não permitiam que novos atores entrassem ou atuassem;
  • 4 – alteração da ideologia vigente, que impedia o conceito de lucro e da iniciativa privada, por exemplo, vital para a evolução do novo ambiente produtivo;
  • 5-e a forte dominação dos meios de informação e comunicação, através do não acesso às  bibliotecas (ver filmes Nome da Rosa Lutero), a linguagem culta toda em latim e a impossibilidade da circulação de novas ideias, através dos livros manuscritos, caros e difíceis de manejar, sendo que toda a dominação, se dava no modelo oral, principalmente, através dos padres na missa.

Uma situação como essa gera uma crise de inovação produtiva.

Mais população, mais demanda, necessidade de novos modelos produtivos, que precisam de dinamismo, um novo ambiente para poder criar os produtos e serviços.

Ou seja, pressiona-se o sistema como um todo para alterações no seu conjunto, visando a inovação produtiva.

O interessante que o primeiro passo para se sair do impasse, foi o surgimento de uma nova mídia: o livro impresso.

E este fato ocorre de forma espontânea e sem planejamento, sem mesmo os principais pensadores da época terem percebido a sua dimensão e importância para a solução de uma crise também invisível, pois se dava muito mais na latência interna de cada pessoa, que não tinha meios nem canais para se expressar, a não ser através de revoltas isoladas, que não compunham, por si só, revoluções com um propósito de um novo modelo.

Assim, sem nenhum tipo de articulação ou maquinação política (como ocorreu com a Internet), introduziu-se o livro impresso naquele sistema viciado e incompetente para os novos desafios,  a possibilidade da entrada de novas ideias, que passaram a circular, sem consentimento ou controle do poder vigente, através do que denominei aqui como uma mídia de oxigenação social.

(De 1450 a 1500, circularam na Europa 13 milhões de livros impressos, com mais de 27 mil títulos, uma verdadeira explosão de ideias e informação para a época.)

O que essa mídia permite, basicamente, na sua chegada é viabilizar o surgimento de novos líderes, vozes, ideias, que passam a identificar os problemas e sugerir as reformas práticas e conceituais de todo o ambiente.

A mudança da sociedade, a partir deste ponto, é uma questão de tempo e método de mobilização para a mudança, usando os novos meios, gerando uma contra-informação para se revisar toda a sociedade.

Naquele momento, se aponta uma alternativa para a solução do impasse da crise de inovação produtiva da Idade Média:

  • 1- a população continua a crescer;
  • 2- os novos setores produtivos (burguesia) estabelecem, com base no livro impresso, panfletos, livretos revoluções, que visam novas regras do jogo;
  • 3- criam um outro tipo de estado com liberdade para fazer negócios, baseada em parlamento e república;
  • 4- estabelecem uma nova ideologia, libertada de um Deus que não permitia o lucro;
  • 5- e se estrutura uma nova hegemonia em torno dos novos meios de comunicação, que começa com os jornais, depois o rádio e a tevê, que permitem, ao longo dos últimos 550 anos,  revoluções econômicas, políticas e sociais, passando a ser o lucro o centro de incentivo para estimular constantemente a inovação e atender ao aumento constante das demandas, que o aumento da população exige.

Depois destes 550 anos, chegamos a 2010.

Hoje, com o salto populacional duplicando o número de habitantes do planeta a cada 50 anos, estamos vivendo uma nova crise de inovação produtiva, similar a vivida pré-capitalismo.

Os setores produtivos por mais que tenham se repensado, criado reengenharias, se informatizado, se globalizado, na essência não mudaram a sua forma de atuar.

O modelo ainda é fortemente baseado na força dos centros, na hierarquia, no conceito do lucro sem ética, acima do interesse dos consumidores (que nunca têm razão, apesar do discurso contrário), do meio-ambiente cada vez mais violentado.

Este modelo se sustentou até aqui, impulsionados por uma forte capacidade de comunicação, desenvolvida e aperfeiçoada durante décadas (com grande carga de manipulação)  que conseguiu manter o  status-quo vigente praticamente intocado, empurrando, entretanto,  essa crise para um patamar insustentável entre o desejo das novas gerações, principalmente, com o que temos a oferecer.

(A latência por novos ares pode ser medida pela adesão da população à nova mídia, a troca de música pela rede, ao desenvolvimento colaborativo de softwares e de várias outras iniciativas no mundo. É o primeiro passo.)

Uma crise de qualidade (pois as pessoas estão querendo sempre algo melhor e diferente) como de quantidade (mais e mais pessoas para comer, se vestir, beber, etc.), com seus desdobramentos de sobrevivência, com fatores novos, como a degradação geral do planeta.

Portanto, a Internet – da mesma maneira que o livro impresso – veio, assim, ao mundo para resolver essa crise de inovação produtiva e toda a ideologia que sustenta o modelo anterior.

Veio, introduzir a Idade Digital colaborativa, da mesma maneira que tivemos a passagem da Idade Média para a Idade Mídia, visando reformular toda a sociedade, a partir de novos paradigmas, tanto do ponto de vista ideológico, com seus novos líderes e empreendedores, que criam a possibilidade, o estofo para as outras mudanças práticas em todo o sistema, como do ponto de vista prático, com novos ambientes de negócio e não apenas modelos.

Questiona-se, hoje, o conceito do lucro, da propriedade intelectual, do desenvolvimento sem sustentabilidade, do desrespeito aos colaboradores internos, dos modelos de organização do estado, da política. Há a mesma latência, que agora começa a ganhar novos canais de expressão e, mais adiante, projetos e métodos de mudança para um novo ambiente.

A pauta, talvez, seja a mesma de todos os críticos históricos do capitalismo. Mas só que agora há um ambiente de troca de ideias que não permite mais que a ideologia vigente seja propagada pela velha dominação da mídia. E o setor produtivo não consegue atender – nos mesmos moldes do pré-capitalismo – a latência de uma população cada vez mais mutante e diferenciada.

Vivemos hoje uma crise similar, a que deu origem ao capitalismo!

O mundo está vivendo, de novo, uma grande revisão civilizacional.

A nova mídia estabelece a possibilidade – pela primeira vez – da colaboração coletiva a distância, por conhecidos e por desconhecidos, um fator de impulsionamento da inovação que aponta uma saída viável para superar a crise atual dos modelos produtivos.

Esta nova opção – que não pode ser desprezada –  entretanto, cobra um alto custo de revisão de conceitos básicos de quem hoje está se beneficiando de alguma forma  na estrutura de poder vigente.

Ou seja, por um lado se quer inovação, mas a alternativa exige que se compartilhe ou mude as regras de poder. Eis o impasse do mundo 1.0 versus o 2.0!

Se o livro impresso popularizou a escrita pela primeira vez na história.

(Na verdade, o livro impresso foi a Escrita 2.0.)

Com ele, se viabilizou a troca de ideias a distância para sair de uma crise de produção.

A Internet vem criar a colaboração do muito para muitos a distância para superar em outro momento uma crise similar.

Portanto, ao terminar, como foi na Idade Média,  o controle da mídia nos moldes conhecidos, o jogo está de novo aberto. E abre-se a possibilidade de novos líderes sugerirem, terem voz e apontar os projetos do novo mundo.

(É o mesmo cometa que passa 550 anos depois. Portanto, é impossível entender a Internet sem estudar a chegada o livro impresso na sociedade.)

Ou seja, é uma mudança civilizacional, que se inicia com uma nova mídia, que vem resolver uma crise sistêmica, que só será resolvida, através da troca de ideias e da aceitação coletiva de um novo modelo social baseado na colaboração, deixando para trás a civilização anterior baseada em um estrutura uni-direcional.

Abre-se a placa de “vago” na chefia da civilização.

Espera-se uma nova classe dominante como novos conceitos colaborativos, a la Google e a la Amazon, que mostrará a saída da crise e cobrará num boleto bancário novas regras do jogo, pressionando as velhas estruturas para atender as suas novas demandas.

Ou seja, justiça 2.0, governo 2.0, congresso 2.0, escola 2.0…com uma conceito de lucro revisado, tendo um compromisso mais ético e compartilhado entre seus consumidores.

Os clientes terão mais razão do que tem hoje!

Estamos assim saindo da civilização do um-muitos, que estruturou a civilização atual e fundo as bases do capitalismo.

E passando para o muito-muitos que será o molde da nova civilização.

Um novo capitalismo?

Sim, provavelmente e até mais do que isso.

Porém, qualquer prognóstico nessa direção agora seria profecia.

É bastante provável, entretanto, que estejamos no primeiro passo de um novo sistema político, social e econômico, que deve ter como base o dinamismo para resolver a atual crise de inovação produtiva, fazendo, de novo, o mundo girar –  de forma diferente para cada país, ou região e mesmo classe social –  mais girar diferente.

Tudo na direção de ajudar a manter viva as 7 bilhões de almas humanas do planeta, que não param de copular e crescer.

Que dizes?

58 Responses to “A Internet e a crise da inovação produtiva”

  1. Como sempre brilhante e com ramificações muito vastas para ser comentado depois de uma única leitura, mas enquanto navegava pelo mapa que você traçava minha mente tergiversava visitando os territórios que venho explorando há anos: as raízes da nossa consciência que orquestram a necessidade de inovação e o crescimento exponencial da nossa complexidade informacional e cultural. Vou tentar fazer uma ponte entre essas duas pontas depois.

    Por hora o que me ocorre é que ainda há muitos que colocam em dúvida que a Internet é um instrumento de uma mudança estrutural de paradigma que, como você bem observou, deve nos levar a uma estrutura social, econômica etc. totalmente novas.

    Creio que um ponto central nessa nova estrutura está na transição de uma sociedade marcadamente conduzida pela evolução genética para outra onde a evolução da consciência (no sentido de “bens cognitivos”), ou seja, uma virada da sopremacia do meme sobre o egoísmo do gene (não que o meme também não seja egoísta).

    Isso ficou meio confuso, mas em outras palavras quero dizer que talvez uma civilização exponencial precise de uma economia, produção e cultura que girem em torno de “produtos” congnitivos que podem ser infinitamente reproduzidos.

    A substituição do consumismo de átomos pelo consumismo de dados pode nos ajudar a resolver a matemática do esgotamento dos recursos naturais.

    Por outro lado nos lança o desafio de aprender a lidar com uma rede hipertextual de dados e informações virtualmente infinita e que não terá reservas em nos transformar em máquinas escravas de produção de mais conteúdo.

    Há um vasto caminho a seguir, mas textos como o seu me dão a certeza de que sairemos do século XXI melhores do que estávamos na maioria dos séculos passados, senão de todos 😉

  2. Lucia disse:

    Nepo,
    Não sei se concordo com Roney que iremos sair melhores do século XXI, mas com certeza sairemos bem diferentes, de uma forma que a maioria não consegue nem imaginar.
    Estou terminando de ler “Presença” e o que mais me impressionou nem foram os conceitos de aprendizagem organizacional “quase” metafísicos, mas sim dele ter sido escrito em 2001. Toda aquela discussão de ruptura e reinventar o modelo sustentável, foi escrito em 2001 !! Acho louvável e inovador, apesar de não ver muita mudança efetiva de forma global. Já passaram 10 anos e cá estamos nós, praticamente no mesmo lugar. O que quero dizer é que estamos mesmo no meio da revolução, no olho do furacão e a oportunidade de refletir e discutir sobre esses conceitos é super positivo, será demais conseguir ver um pouco além. Ter um olhar diferente sobre essas questões.

  3. Alessandra Galdo disse:

    Nepô, vou ficar com esse seu texto na cabeça hoje, pois me colocou um monte de coisas pra pensar. Bom, vamos lá, a Internet e, posteriormente, a Web “emergiu”, vem emergindo. Não foi nunca planejada e nem imaginada. Nenhum futurólogo (lembra da Terceira Onda do Tofler?) conseguiu prever algo semelhante…
    Depois da minha defesa, numa conversa, o Aldo Barreto disse que, na opinião dele, o homem do século (passado) é o Tim Berner Lee. Concordo! E agora pensando… O Tim Berner Lee e todos cada um dos anônimos que faz a web.
    Agora, uma questão. A web poderia ter sido criada (tecnologicamente) mas nunca ter sido adotada pelo mundo todo como de fato aconteceu… É uma tecnologia revolucionária ou já havia uma “cultura 2.0” latente nas pessoas quando ela surgiu?
    Que condições culturais e históricas fizeram com que uma ferramenta tecnológica fosse apropriada da maneira que foi?
    As pessoas já estavam saturadas da revolução industrial e sua produção em massa? As pessoas já estavam saturadas da mass media? E nisso, “emerge uma solução que vem vontade de encontro ao desejo de romper com aquela sociedade massificada?
    Gostaria de ver uma linha do tempo comparando a evolução da internet e a evolução cultural e histórica… O que você acha?
    Nepô, esse seu texto é instigante!!!!
    Bjs, Ale

  4. Alessandra Galdo disse:

    Nepô, vou ficar com esse seu texto na cabeça hoje, pois me colocou um monte de coisas pra pensar. Bom, vamos lá, a Internet e, posteriormente, a Web “emergiu”, vem emergindo. Não foi nunca planejada e nem imaginada. Nenhum futurólogo (lembra da Terceira Onda do Tofler?) conseguiu prever algo semelhante…
    Depois da minha defesa, numa conversa, o Aldo Barreto disse que, na opinião dele, o homem do século (passado) é o Tim Berner Lee. Concordo! E agora pensando… O Tim Berner Lee e cada um dos anônimos que, diariamente, constrói a web.
    Agora, uma questão. A web poderia ter sido criada (tecnologicamente) mas nunca ter sido adotada pelo mundo todo como de fato aconteceu… É uma tecnologia revolucionária ou já havia uma “cultura 2.0″ latente nas pessoas quando ela surgiu?
    Que condições culturais e históricas fizeram com que uma ferramenta tecnológica fosse apropriada da maneira que foi?
    As pessoas já estavam saturadas da revolução industrial e sua produção em massa? As pessoas já estavam saturadas da mass media? E nisso, “emerge” uma solução que vem de encontro ao desejo de romper com aquela sociedade massificada?
    Gostaria de ver uma linha do tempo comparando a evolução da internet e a evolução cultural e histórica… O que você acha?
    Nepô, esse seu texto é instigante!!!!
    Bjs, Ale
    (submetendo meu comentário depois de corrigir os erros de digitação)

  5. SHIRLEI ZONIS disse:

    Brilhante e inaugura uma síntese!
    Viajando no seu texto, fiquei matutando como seremos chamados nós os ex-consumidores de átomos, como bem disse o colega, e atuais consumidores de dados.
    Cosumidores?
    Acho que valerá um outro termo já que as composições são interativas…

  6. Carlos Nepomuceno disse:

    Roney,

    vamos lá:

    “A substituição do consumismo de átomos pelo consumismo de dados pode nos ajudar a resolver a matemática do esgotamento dos recursos naturais”.

    É preciso desenvolver mais, pois ainda – nesta humanidade – sem alterações genéticas precisamos de comida para sobreviver e água. E ar. Estes impasses estão colocados. Teria que ver mais o seu desenvolvimento para entender e poder rebater, mas, sem dúvida, no caso de consumo informacional, papel, etc, pode-se ter avanços significativos, mesmo em caso de computadores que aparecem em paredes, etc..

    Por fim:

    “Há um vasto caminho a seguir, mas textos como o seu me dão a certeza de que sairemos do século XXI melhores do que estávamos na maioria dos séculos passados, senão de todos”.

    Você continua com o seu tecno-otimismo. Veja bem que melhor é algo moral e relacional. Para um pobre da África a Internet é péssima, pois aumentou a distância entre ele e o mundo mais empoderado de informação.

    Acredito que toda mudança civilizacional vai na direção de se adequar as novas necessidades. A civilização 2.0 será mais adequada a 7 bilhões de habitantes, com tudo que vier ser teoricamente positivo (tem várias coisas) e teoricamente negativo (tem várias coisas).

    Vivemos sempre uma inevolução – perdendo e ganhando para seguirmos crescendo.

    Nossa possibilidade – e esta ainda é uma galera pequena – é tentar lutar para termos um uso sábio da tecnologia, que será necessariamente se olharmos para ela de fora, sem lado bom ou ruim, procurando nos relacionar melhor com ela, incentivando a verdadeira comunicação humana, que exige, como está lendo a Lúcia, “Presença”.

  7. Carlos Nepomuceno disse:

    Lúcia,

    “Acho louvável e inovador, apesar de não ver muita mudança efetiva de forma global. Já passaram 10 anos e cá estamos nós, praticamente no mesmo lugar.”

    Não sei se estamos exatamente parados. Existem muitas iniciativas tímidas, mas parto do princípio que sem a compreensão do todo, não iremos ajudar no processo. Essa procura de uma teoria, aliás, será um dos pontos que vou tentar levar no nosso grupo de estudo.

    beijos, valeu o comentário e a visita.

  8. Carlos Nepomuceno disse:

    Ale, vamos lá:

    “Agora, uma questão. A web poderia ter sido criada (tecnologicamente) mas nunca ter sido adotada pelo mundo todo como de fato aconteceu… “.

    Sim, veja o caso dos rádio-amadores, que era uma pré-web e não teve a adesão que teve.. Ou o caso do minitel na França. São casos, experiências pré-web.

    A Internet teve muitos fatores convergentes, basicamente, o custo e a facilidade de uso, que se encaixou no bolso e na capacidade cognitiva geral + o estreitamento que uma mídia uni-direcional provocava.

    Para um jovem hoje, a Idade Mídia é algo inconebível, uma tevê com cinco canais, sem Internet, sem celular, uma rádio AM, com poucas opções.

    Vamos olhar isso tudo cada vez mais de longe e ver como éramos (e ainda somos) oprimidos pelas mídias de massa.

    “É uma tecnologia revolucionária ou já havia uma “cultura 2.0″ latente nas pessoas quando ela surgiu?”

    A latência é de ter um mundo diferente em vários aspectos de consumo a liberdade de expressão, informação e comunicação. Isso estava maduro, esperando apenas o canal. A história do livro mostra que vários “Luteros” foram queimados antes do Lutero, pois não tinha o suporte do livro para divulgar suas ideias e ter uma adesão da massa em seu favor, quando a Igreja resolveu reagir.

    Temos que ver todo o processo do ponto de vista sistêmico com vários fatores agindo e contra-agindo para resolver um ponto que é imutável e principal: a necessidades das pessoas em sobrevier e, para isso, consumir e agora pro-sumir.

    “Que condições culturais e históricas fizeram com que uma ferramenta tecnológica fosse apropriada da maneira que foi?”

    Como está no texto, uma grande crise de inovação, que precisa de novos meios produtivos para ser resolvida, que precisa circular informação, que precisa, assim, de novas mídias.

    A primeira que passa voando e é aceitável pela maioria, vai adiante, envolvendo pessoas, empreendedores, capital, e vamos em frente.

    “As pessoas já estavam saturadas da revolução industrial e sua produção em massa? As pessoas já estavam saturadas da mass media?”

    Acredito que sim, pois veja que a adesão à Internet foi espontânea, não precisou de ninguém bater na porta de ninguém, mesmo caso dos celulares. Ou seja, é nítido essa latência, bem como de consumir diferente e não aceitar imposições de consumo (monopólios) ou imposições do tipo, para comprar uma música é preciso pagar um CD Inteiro, por exemplo.

    “E nisso, “emerge” uma solução que vem de encontro ao desejo de romper com aquela sociedade massificada?”

    É essa a ideia. Veja que na Europa se deu a mesma coisa com a chegada do livro impresso, mídias de oxigenação social, que aparecem, fora do sistema, e se encaixam na necessidade humana de reformar tudo.

    Gostaria de ver uma linha do tempo comparando a evolução da internet e a evolução cultural e histórica… O que você acha?

    “Bom, agora, acho que fechei o capítulo de um livro na minha cabeça, pois nunca havia conseguido juntar de forma tão simples, lógica e com tantos elementos, como nesse texto.

    Vou abrir um novo capítulo e vamos ver no que vai dar.;)

    Nepô, esse seu texto é instigante!!!!

    Que bom que gostou, espalhe e discuta.
    E, principalmente, questione…pois é no tapa, que nem bolo, que ele vai crescer. 😉

    Valeu visita e comentário.

  9. Carlos Nepomuceno disse:

    Shi,

    chama-se “pro-sumidores”, consumidores pró-ativos.

    valeu visita e comentário.

  10. Quando falo em consumo (e na verdade consumo realmente não é um conceito adequado no caso) de informação em vez de átomos não é no sentido de ver um fim da produção de átomos e muito menos do capital.

    A esposa de um amigo meu pediu a ele um clone do iPhone. Eles não podem comprar um iPhone original, mas poderiam comprar um smartphone que faria quase tudo que o iPhone faz e certamente muito mais que o clone tenta fazer.

    Ela não quer os átomos, ela quer a experiência, a informação cultural.

    Creio que no futuro os sonhos de consumo serão cada vez menos materiais, talvez fazendas virtuais no Facebook 😉

    Vou confessar que sou pior do que tecno-otimista: sou otimista mesmo 😉 Quando olho para a nossa história evolutiva só vejo que temos melhorado e não vejo porque não continuar assim. Mesmo essa sendo uma melhoria do ponto de vista da minha moral, claro.

    • Carlos Nepomuceno disse:

      Roney, pesquisei aqui no Wikipedia sobre otimismo, vi aqui desde o trágico, ao hilário:

      “Otimismo é a disposição para encarar as coisas pelo seu lado positivo e esperar sempre por um desfecho favorável, mesmo em situações muito difíceis. É o oposto de pessimismo”.

      O problema de partirmos para uma visão otimista nos leva necessariamente a não ter contato com o que é, pois partimos de uma premissa.

      Acredito que o melhor conceito para se trabalhar é a pro-atividade ou a assertividade.

      Que é inferir na realidade de forma a alterar a situação.

      O que coloco para você pensar é se o seu lado otimista não o tornaria pré-pronto para efrentar determinadas situações?

      Fica a questão… para te provocar veja as outras definições:

      Pessoa que, caindo da Torre Eiffel, no meio da queda afirma: Viu, eu ainda não me machuquei.

      Otimismo – A forma mais sorridente do desespero.

      🙂

      Abraços,

      valeu a visita!

  11. Vc tem razão, é claro, até procuro o caminho do meio, mas tenho que reconhecer que a minha tendência é ao otimismo. Não funciono bem quando raciocino tendendo ao pessimismo.

  12. Carlos Nepomuceno disse:

    Roney,

    tocamos em um ponto interessante.

    Estou inquieto, pois você e o Gil Giardelli são a minha expressão máxima e assumida, além da Aline, ex-aluna da Facha, que se assumem como otimistas.

    Eu diria que vocês não são otimistas, mas estão otimistas.

    Vou pensar mais e fazer um post sobre os riscos do otimismo para se pensar nosso futuro.

    Tenho ainda fragmentos, deixa eu juntar o cacos.

    Tá em processo,

    valeu, como sempre, o carinho de vir a esse humilde barraco tomar um café no copo.;)

    abraços,

    Nepô.

  13. Bia Martins disse:

    Oi Nepô,

    Entrando no debate um pouco mais tarde.

    Pra mim a ideia mais original é a de que o crescimento populacional gera uma crise de inovação produtiva que induz novos modelos de comunicação e de circulação da informação. Esta é uma bela hipótese que vale ser desenvolvida.

    Como a Alessandra, acho interessante tentar compreender por que as tecnologias são apropriadas de determinada maneira. Então, ao lado do crescimento populacional, teríamos também fatores históricos, socioculturais, que definiram o desenvolvimento e apropriação de determinada inovação produtiva em detrimento de outras.

    Concordo contigo que é necessário evitar as duas pontas extremas: tanto a do extremo otimismo quanto a do pessimismo paranóico. O melhor é tentar temperar com um pouco de cada.

    Não há dúvida de que a possibilidade de colaboração à distância é um fato que impulsiona a criação de inovação a níveis nunca antes realizados.

    Mas será isso capaz de, por exemplo, revisar o conceito de lucro a uma dimensão hegemônica? Isto é, poderemos pensar em um mundo mais colaborativo de fato porque hoje temos tecnologias de comunicação colaborativas?

    Me parece que falta aí um viés político, que autores como Bauman desenvolvem de forma muito perspicaz. Você pode achar que essa é uma leitura pessimista, mas acredito que ela é boa para o tal do tempero entre o otimismo e o pessimismo.

    Não há dúvida de que o mundo da comunicação melhorou muito com a Internet, com a possibilidade de romper o monopólio da informação. Algo mudou na relação de forças. Mas será isso suficiente para a construção de uma sociedade mais justa?

    Li recentemente um post sobre o “Ciberativismo de butique” – http://ow.ly/1eyJe que eu acho que levanta a questão que estou falando.

    Enfim, são questões para o debate 😉

    Bjs

    Bia

  14. Carlos Nepomuceno disse:

    Bia,

    Bom-dia!

    Vamos lá, você diz:

    “Mas será isso capaz de, por exemplo, revisar o conceito de lucro a uma dimensão hegemônica? Isto é, poderemos pensar em um mundo mais colaborativo de fato porque hoje temos tecnologias de comunicação colaborativas?”

    Realmente, pode parecer uma profecia e não um prognóstico embasado. Mas temos um trunfo teórico para nos basear e não ficar tão soltos.

    Comparo a chegada da rede com a chegada do livro impresso, ambas têm a características similares, que desenvolvi nestes posts sobre oxigenação social:

    http://nepo.com.br/2010/01/04/a-internet-e-uma-midia-de-oxigenacao-social/

    Note que as mudanças que ocorreram na Europa, vistas do ponto de vista de uma crise de inovação, foram todas na direção de abertura, de tentativa de tornar mais agéis a produção de produtos e sua comercialização.

    Houve mudanças em todas as áreas da sociedade, incluindo a questão política que você aborda mais abaixo:

    “Me parece que falta aí um viés político, que autores como Bauman desenvolvem de forma muito perspicaz. Você pode achar que essa é uma leitura pessimista, mas acredito que ela é boa para o tal do tempero entre o otimismo e o pessimismo”.

    (Não li ainda Bauman, tem algum livro em especial que você recomenda?)

    Mas note que, se adotarmos a visão de que o mundo caminha para esse equilíbrio entre a demanda e a oferta, com o crescimento da população, a sociedade se ajustará ao ritmo necessário e eficiente para que isso ocorra, sendo a política um destes viés, pois o ambiente de produção precisa ter na sociedade algo compatível.

    Um puxa o outro na direção de que o dinamismo não se perca.

    O capitalismo foi um salto quântico de dinamismo em relação ao feudalismo!

    Você questiona?

    “Não há dúvida de que o mundo da comunicação melhorou muito com a Internet, com a possibilidade de romper o monopólio da informação. Algo mudou na relação de forças. Mas será isso suficiente para a construção de uma sociedade mais justa?”

    Bia, prefiro ao invés de adotar, evoluiu, avançou, se adequou.

    Pois qualquer conceito moral de melhoria ou piora, nubla a mente, pois há pontos digamos “positivos” ou “negativos”, dependendo do ponto de vista e de quem olha ou se beneficia ou se prejudica.

    Arrisco dizer, entretanto, que o modelo de comunicação passado era incompatível com nossas necessidades. Ou seja, ele se ajustou ao que deveria ser (ou o que vai devendo ser), que faz parte desse eterno (des) equilíbrio sistêmico.

    O conceito de justiça ou de sociedade mais sábia não ocorreu com a chegada do livro impresso, pois logo uma nova classe dominante percebeu como podia consolidar o modelo vigente e, de revolucionária, passou à conservadora.

    Só vejo como possibilidade de ajudar a puxar para um outro lado talvez mais sábio o ambiente e suas forças contraditórias, através de ações, que visem, com um método constante, uma movimento para estimular de forma permanente o questionamento das suas respectivas “caixas condicionadas”, através de um trabalho permanente de conscientização e de livre arbítrio.

    (Seria todo dia tomar a pílula vermelha para sair de Matrix, que não é um lugar, mas um estado de espírito.)

    O ambiente do livro não garantiu nada disso, vide a Alemanha e Hitler, com sua biblioteca de 36 mil livros, durante a segunda guerra.

    Falo um pouco mais desse método aqui:

    http://nepo.com.br/2009/11/30/brasileiros-anonimos/

    Ou seja, conhecimento e tecnologia, sem sabedoria, não nos levam a um mundo mais justo.

    O ambiente, ao contrário, exige que haja uma doutrina de consolidação e ela, por natureza, trabalha na manipulação e na opressão.

    Para sair disso, deveria haver movimentos constantes para não se alinhar nem naquela doutrina, nem naquela outra, mas na capacidade de estimular a criatividade das pessoas.

    O objetivo: evitar que as “novas caixas novas”, virem “velhas caixas velhas”, como a história demonstra em cada capítulo.

    A meu ver, estamos agora entrando em uma nova fase revolucionária, gestando uma nova classe dominante, modelo Google, a partir de novos conceitos, no qual o lucro está na berlinda.

    Por incrível que pareça, ele não vai ser questionado pela esquerda, mas pelo próprio novo capital produtivo, pois, no modelos que temos hoje, ele vai começar a atrapalhar a colaboração entre as pessoas, que é nossa chave para abrir a porta da nova civilização.

    E, por isso, só por isso, vai se revisto!

    Tudo que atrapalhar a inovação adequada colaborativa será revisto.

    Não se imagina convocar funcionários e os consumidores para colaborar, se eles não tiverem motivos mais nobres do que encher o bolso de quem promove a rede.

    Tem uma certa lógica, não?

    Sobre a questão do lucro, na qual tenho dois textos que aprofundo isso:

    http://nepo.com.br/2009/03/04/o-capitalismo-colaborativo/

    http://nepo.com.br/2009/12/01/capitalismo-2-0-a-revisao-da-etica-do-lucro/

    Essa revisão parte de uma nova doutrina emergente.

    A doutrina anterior era feita na base de determinado tipo de dominação ideológica social, que agora se desfaz com as novas fontes de informação.

    Ou seja, o lucro do jeito que está hoje precisava do “curral ideológico” baseado na Idade Mídia, no controle dos canais, e na desarticulação dos consumidores, impedindo que novos líderes surgissem do anonimato para a influência social em pouco tempo.

    Linus Torvald é um exemplo disso, o cara do Napster, outro. Jeff Bezos, da Amazon. Novos líderes, ideias e produtos. Não temos ainda, mas teremos, líderes sociais e políticos, baseados na rede, o Obama foi um sopro nessa direção.

    E aí começaremos um novo ciclo de revisão de governos, congressos, justiça, etc…

    A porteira abriu e não pode continuar do mesmo jeito, pois não tem campanha de mídia que consiga dar conta das comunidades produzindo novidades e, principalmente, dos concorrentes começando a se relacionar com elas de forma pro-ativa, reduzindo lucros por um lado, mas ganhando por outro.

    E é isso que as empresas têm começado a fazer, no conceito geral ainda incipiente e com muito marketing em torno, da “sustentabilidade”.

    Saiu na Folha ontem:

    “Concentração obsessiva nos lucros faz com que uma empresa corra o risco de perder a oportunidade de lucrar” – John Kay.

    Um exemplo de lucro contando com a colaboração: Iphone da Apple, cuja a força das vendas, se deve ao número de softwares desenvolvidos pela rede de consumidores/colaboradores, prosumidores.

    Essa hipótese que lanço aqui, ou tentativa de nova lógica baseada na revisão civilizacional é um caminho que me facilitou bastante compreender o fenômeno geral e ir na história de forma mais eficiente.

    Estou aplicando em todos os lugares possíveis. Vou aprofundando de forma coletiva nas aulas, palestras, consultorias e nos comentários, como este seu, no blog.

    Espero – junto com todos – construir uma lógica com autoridade e não autoritária, veja o post de hoje:

    http://nepo.com.br/2010/03/15/os-conceitos-autoritarios-e-os-conceitos-com-autoridade/

    Valeu a visita,

    beijos

    Nepô.

  15. Bia Martins disse:

    Oi Nepô,

    Antes de tudo, muito legal o debate.

    Eu vejo suas afirmações sobre a transformação na lógica do lucro como uma hipótese, como vc mesmo diz. A ser testada…

    E, sem dúvida, vejo que existem muitas iniciativas no sentido de reformatar a ideia de lucro nessa dinâmica da dádiva que rege muitas das práticas da rede.

    Mas do meu ponto de vista, penso que estamos numa disputa entre os valores mais conservadores e os revolucionários, ainda sem definição sobre quem sairá vitorioso. Ou em que medida o lucro será transformado. Talvez seja mais por aí o resultado – uma combinação entre as duas variantes. Um ajuste do capitalismo à cultura da rede.

    Sobre o Bauman, são muitos os livros. Indico o Globalização: As consequências humanas.

    bjs

    Bia

    • Carlos Nepomuceno disse:

      Bia,

      valeu a dica do livro.

      Sim, será um embate, mas é preciso perceber que tipo de tendência teremos. O caminho da participação x a cultura do lucro me parece tender para o lado da colaboração, reavaliando e recolocando a questão do lucro.

      Com certeza, estamos iniciando algo novo, que não será como antes.

      Com que base?

      Partindo da análise da chegada do livro impresso e o que veio depois.

      A meu ver, a única possibilidade de trabalharmos com o movimento atual, baseado em algum passado, pois nenhuma mudança da mídia foi igual a esta.

      Vou postar mais adiante sobre a diferença de profecia e prognóstico.

      É isso,

      valeu a visita, vou dar uma olhada no livro,

      Nepô.

  16. Nepo e amigos que já comentaram,
    esperei até que tivéssemos nosso primeiro encontro no grupo de estudos para poder entender melhor essa lógica que desejamos criar. Analisando a linha da história que você conta no post, entendo que não há outra saída para o mundo se não repensarmos o modelo vigente e tentarmos contemplar mais pessoas beneficiadas por ele. Tenho plena convicção que é necessário um novo modelo teórico que seja mais humano e menos ganancioso. Isso é meio utópico, eu sei, mas ou a gente pensa em um mundo feito por mais pessoas para mais pessoas, ou iremos perecer. Acredito que o consumismo de dados possa congregar mais pensadores para que esse modelo seja definido. Em contrapartida, é preciso que todos diminuamos o nosso consumo de átomos. Que ele seja inteligente, sem nos deixar com fome, para que não caiamos na obesidade da burrice.

  17. […] talentos são necessários agora para resolver a crise de inovação produtiva em que […]

  18. Carlos Nepomuceno disse:

    Fábio, gostei disso:

    “Acredito que o consumismo de dados possa congregar mais pensadores para que esse modelo seja definido. Em contrapartida, é preciso que todos diminuamos o nosso consumo de átomos”.

    Acredito que temos que discutir melhor consumo, necessário, do consumismo, que é o desperdício.

    Ou o consumo sem consciência que também gera problemas.

    Abraços,
    Valeu a visita e comentário,
    Nepô.

  19. Lucia disse:

    Também gostei dessa idéia de de consumo de dados, e ainda acrescento, está ficando compulsivo! A Veja dessa semana tem uma reportagem sobre os viciados em internet, já existe até tratamento formalizado, como qualquer vício.

  20. Carlos Nepomuceno disse:

    Lucia, twittei:

    Veja: “Quando a rede vira um vício” – http://bit.ly/aCe5YN – Vc está plugado ou viciado? Qual a medida para se saber?

    valeu a dica.

    Nepô.

  21. Lucia disse:

    Você fez o teste? Eu fiquei com menos de 12. Por enquanto estou só plugada, rs, vamos ver até quando…
    Beijos

  22. Carlos Nepomuceno disse:

    Lucia,
    o interesssante que compulsão é cíclica, uma relação com nosso piloto automático.

    No meu caso, preciso de um meio ambiente (estado de humor e espírito) bem arrumados para evitar que ela se amplie.

    E acho que precisamos de algo como o AA para os viciados na rede.

    Valeu.

    Nepô.

  23. […] Que dificuldades senti ao desenvolver o modelo, a partir de uma proposta inicial, que pode ser lida neste post que relata o primeiro encontro? […]

  24. […] Acredito que estamos vivendo hoje uma crise permanente de crescimento populacional, que nos leva a uma outra, que é a da exigência de uma inovação permanente do setor produtivo. […]

  25. […] Estamos vivendo uma crise de grandes dimensões, se nem sabemos qual é ela como podemos atuar? […]

  26. […] Cada um é especialista da unha encravada de um mundo em profunda crise da explosão populacional não planejada. […]

  27. […] Cada um é especialista da unha encravada de um mundo em profunda crise da explosão populacional não planejada. […]

  28. […] Este é um modelo de uma empresa 1.0, que vive na pele a crise de inovação produtiva. […]

  29. […] e com ele a república, a democracia parlamentar, os direitos humanos, etc para resolver a crise da inovação produtiva da […]

  30. […] um é especialista da unha encravada de um mundo em profunda crise da explosão populacional não planejada. Os valores humanos se perdem na briga pelo pão nosso de cada […]

  31. […] nosso  grupo de estudos, José Magno levantou a questão sobre os produtos supérfluos, que não fazem parte, digamos […]

  32. […] maior de uma empresa 2.0, que vem resolver a crise da inovação produtiva de um mundo de 7 bilhões de almas, cada vez mais exigentes, diferentes e com […]

  33. […] maior de uma empresa 2.0, que vem resolver a crise da inovação produtiva de um mundo de 7 bilhões de almas, cada vez mais exigentes, diferentes e com […]

  34. […] Esse fato não só ocorre em função da nova mídia em si, que recebe uma massiva adesão, devido às  latências, como vimos no modelo anterior, fruto do aumento populacional, que nos leva para um crise de inovação produtiva. […]

  35. […] Esse fato não só ocorre em função da nova mídia em si, que recebe uma massiva adesão, devido às  latências, como vimos no modelo anterior, fruto do aumento populacional, que nos leva para um crise de inovação produtiva. […]

  36. […] talentos são necessários agora para resolver a crise de inovação produtiva em que […]

  37. Carlos Nepomuceno disse:

    Para ilustrar o assunto, eis a matéria do Globo, que aborda a questão do aumento da população e sua complexidade:

    http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.asp?ID_RESENHA=693433

    Destaques em negrito:

    Economia globalizada

    Oscilações de temperatura são normais.

    Tempestades tropicais tampouco são inéditas.

    Mas, segundo alguns especialistas, os últimos acontecimentos podem ter sido turbinados pelo aquecimento global. A elevação da temperatura média tende a tornar cada vez mais frequentes eventos climáticos extremos.

    E há ainda um outro fator crucial nesta equação, como aponta o historiador ambiental José Augusto Pádua, da UFRJ — a complexidade e a globalização cada vez maiores da atual civilização. Exemplo: a erupção do vulcão Eyjafjallajokull, na Islândia, não matou ninguém, mas bloqueou completamente o tráfego aéreo na Europa por quase uma semana, com sérias consequências econômicas em todo o mundo.

    — Vivemos numa civilização de risco — diz Pádua. — Não porque os movimentos da Terra estejam mais intensos do que antes, com a exceção importante do aquecimento global. Mas porque dependemos da reprodução cotidiana de um fluxo de matéria e energia numa escala muito elevada. Se um problema geológico ou climático interfere nessa geração de energia, da qual dependemos para nos alimentar, trabalhar, viajar, há uma pane no sistema.

    Para ele, o momento é de reflexão.

    — Essa série de catástrofes precisa servir como instrumento para pensarmos o futuro. Estou preocupado com as próximas décadas. A população deve chegar a 9 bilhões até meados do século — sustenta. — Este é o momento de aprendermos a viver no planeta no contexto de uma civilização global de alta tecnologia. Precisamos repensar seriamente a relação entre ciência e política. Temos que fortalecer o monitoramento e também criar novos sistemas de gestão na relação com o planeta, capazes de gerar respostas a curto prazo. A Terra é muito mais resiliente do que se imagina, ela aguenta alterações geológicas e climáticas. Mas será que os padrões de produção e consumo da civilização moderna aguentam?

  38. […] primeira fase,  é dar o quanto antes voz aos agentes de mudança para que eles possam começar a rever a civilização, que já está com 7, caminhando para 9 bilhões de almas perdidas e com […]

  39. Carlos Nepomuceno disse:

    Interessante este artigo:
    “Comida cozida ajudou a forjar evolução da humanidade” diz RICHARD WRANGHAM

    http://realidade.org/forum/index.php?topic=10596.0

    Pois o fogo nos deu um novo patamar em termos de evolução e uso dos alimentos, resolvendo, através do domínio de tecnologias, um problemão de resolver a fome.

  40. […] Acredito que estamos vivendo hoje uma crise permanente de crescimento populacional, que nos leva a uma outra, que é a da exigência de uma inovação permanente do setor produtivo. […]

  41. […] no Feudalismo e no Capitalismo a população de tal maneira que o ambiente de produção começa a entrar em um certo colapso para inovar precisa sofrer um choque cognitivo para pensar os problemas do mundo de outra […]

  42. Carlos Nepomuceno disse:

    Ainda sobre o tema, saiu outra matéria relevante para este estudo:
    http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/cebds-apresenta-vision-2050-bjorn-stigson-wbcsd-557516.shtml

    Marcas em negrito.

    CEBDS apresenta Vision 2050
    O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável trouxe Björn Stigson, presidente do WBCSD – World Business Council for Sustainable Development para o lançamento do Vision 2050, relatório que mostra como garantir que um mundo com 9 bilhões de pessoas possa oferecer bem-estar a todos
    – A A +
    Thays Prado
    Planeta Sustentável – 07/05/2010
    O CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável realizou, hoje, na sede do Grupo Abril, o lançamento do relatório internacional Vision 2050, resultado de um trabalho com mais de 200 empresas de cerca de 20 países, que teve como preocupação pensar no que será necessário fazer para que, daqui a 40 anos, as 9 bilhões de pessoas no mundo tenham acesso a saúde, educação, alimentação, moradia, energia, mobilidade etc.

    Coube a Björn Stigson, presidente do WBCSD – World Business Council for Sustainable Development –, apresentar o relatório. Segundo ele, o mundo está em fase de transição para a sustentabilidade, o que implica em mudanças tanto na sociedade quanto na economia para lidar com as pressões sobre o meio ambiente. E os desafios a serem enfrentados nas próximas décadas não serão poucos.

    De acordo com Stigson:
    – 70% das pessoas viverão em países em desenvolvimento, como o Brasil, o que significa que a maior parte dos investimentos financeiros estará nesses locais;
    – dois terços do PIB virão dos países em desenvolvimento;
    – 6 bilhões de pessoas vão morar em áreas urbanas, o que exigirá avanços significativos em termos de infraestrutura, qualidade de vida e mobilidade;
    – o Brasil já está se urbanizando mais do que as outras economias emergentes e seus investimentos em infraestrutura realizados pelo setor privado também são superiores;
    – para atender às necessidades de alimento no mundo, em 2050, será necessário dobrar a produção atual de comida.

    Diante desse cenário e da limitação de recursos naturais, Björn Stigson convidou os CEOs presentes no evento a se questionarem sobre qual será o papel das empresas no futuro. “Se fizermos da maneira errada, não será fácil alcançar a sustentabilidade”, afirmou.

    O presidente do WBCSD observou que, até então, a história do mundo foi marcada por uma visão de crescimento, no entanto, estamos próximos de uma situação-limite em que esse paradigma deverá ser repensado. “O Visão 2050 foi formulado para que 9 bilhões de pessoas vivam bem, dentro dos limites do planeta. O desafio é chegar aonde nenhum país chegou ainda e melhorar a qualidade de vida da população mundial sem aumentar nossa pegada ecológica”.

    Para ele, isso só irá ocorrer se forem feitas ações coordenadas e radicais, realizadas por muitos parceiros. Entre as tantas iniciativas que serão necessárias, é preciso pensar na eficiência dos sistemas energéticos, na construção de edifícios auto-sustentáveis e mesmo geradores de energia, no aproveitamento das florestas em pé, na mobilidade sistêmica de baixo impacto nos centros urbanos e no desperdício zero. “Precisamos de uma revolução verde”, resume Björn.

    Ele ainda acredita que boa parte dessas mudanças caberá ao empresariado, já que, muitas vezes, os governos não demonstram a mesma habilidade em fazê-lo. “Haverá muitas oportunidades para as empresas que compreenderem o que este momento significa”. Björn também diz que será necessário transformar o mercado interno e a economia se quisermos vencer a corrida verde.

    Sua opinião é de que o Brasil ainda não entrou, de fato, na jogada, como já fizeram os países da União Européia, os Estados Unidos, a China – determinada a ser líder mundial em exportação de tecnologia verde – e mesmo a Índia, que tem procurado soluções simples e locais que melhorem as condições de vida de sua população pobre.

    No entanto, Björn Stigson diz que o Brasil tem muitos pontos fortes para participar de maneira significativa nesta corrida. “Vocês têm uma situação energética única, muitos produtos renováveis e uma grande biocapacidade, mas, se quiserem ser líderes no futuro, é preciso começar agora”.

    “O mundo não será bem sucedido se o empresariado não oferecer soluções para o planeta e estiver realmente comprometido com isso. E empresas não podem ser bem sucedidas em sociedades fracassadas”.

  43. […] soluções de outro quilate.Crescemos no Feudalismo e no Capitalismo a população de tal maneira que o ambiente de produção começa a entrar em um certo colapso para inovar precisa sofrer um choque cognitivo para pensar os problemas do mundo de outra maneira.E é esse […]

  44. […] que migram e se relacionam com o mundo da Internet, no sentido de se agilizar para sairmos da crise de inovação produtiva que nos […]

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