Conceitos são bons para namorar, mas não casar com eles – Nepô, da minha coleção de frases.
Consegui emprestado o livro “Gestão de Empresas – na Era do Conhecimento“, de Ricardo Vidigal e Ana Neves.
Curioso, pois há neste livro e em diversos outras tentativas de entender a ruptura que estamos passando, através do enfoque fortemente influenciado pelo aspecto econômico, o que nos leva à quase berração do termo “Sociedade do Conhecimento”.
No livro, na página 32, temos o seguinte quadro:
Era Industrial Era da Informação
Músculo X Cérebro
Tangíveis X Intangíveis
Massa X Diversidade
Hierarquia X Redes
Comando X Persuasão
Padronização X Customização
Sistemas fechados X Sistemas abertos
Capital X Conhecimento
Na verdade, estamos diante de um impasse teórico.
Os economistas não beberam na água da antropologia da informação. E estes ainda não conseguiram ainda fazer uma relação entre esta com a economia.
Defendo o que disse Castells:
1) não somos a sociedade do conhecimento, esse sempre foi importante;
2) somos a sociedade da rede.
Veja o texto literal, na qual ele questiona a idéia da sociedade da informação e do conhecimento:
” This approach is different from the conceptual framework that defines our societies as information or knowledge societies. To be blunt, I believe this is an empirical and theoretical error“.(pg.8)
Apesar de concordar em parte com Castells, também não considero que vivemos a primeira sociedade da rede, pois sempre vivemos em rede, só que não nos dávamos conta.
Hoje, vivemos a rede digital, que, com um ambiente informacional diferente, estabelece novas formas de controlar a informação, que afetam toda a estrutura social.
Não temos ainda uma Ciência que nos ajude a ver a relação das rupturas informacionais e seus impactos na sociedade. Que explique por que de tempos em tempos temos estas rupturas e como elas se dão.
Embarcar na canoa da Gestão na Sociedade de Conhecimento é tentar algo em uma sociedade pseudo-nova e diferente, abandonando o passado, sem história.
O navio vai encalhar na areia!
Assim, podemos repensar o quadro para dizer que sempre usamos nosso cérebro para fazer a diferença, sabendo utilizar de forma melhor o ambiente informacional da vez, ou como disse um historiador “Quem sabia ler, ficou com as melhores terras”.
Os valores Intangíveis sempre foram fundamentias, agora temos mais produtos intangíveis, em função do meio digital. Um piloto que sabia navegar era uma mina de ouro nas navegações!!!
A Diversidade é fato, mas sempre foi uma meta humana, viável hoje com a chegada dos robôs.
A hierarquia continua nas redes. De outra maneira, mas continua. Opor uma contra a outra é não ver que os organogramas atuais das grandes empresas são redes pouco eficazes para o novo ambiente, mas são redes!
O comando sempre foi persuasivo, mas hoje, o espaço da imposição apenas diminuiu. A Padronização X Customização se encaixa igual à diversidade, santos robôs.
Os sistemas fechados ou abertos não são consequência da nova sociedade, mas sempre opcionais, ambos conviverão no novo mundo, conforme o caso e necessidade.
Não existe e nunca existiu Capital sem Conhecimento. E nem conhecimento que gerasse valor sem algum tipo de capital.
É preciso ter muito cuidado, pois estamos vendendo um peixe, olhando o mundo com os mesmos olhos, com as mesmas ciências da era Industrial, o que nos coloca uma venda nos olhos
É preciso nessa ruptura uma nova ciência que consiga recolocar o papel fundamental da informação no mundo e sua relação com as mudanças sociais e econômicas.
Ruptura nova, ciência nova!
Queremos ser modernos, mas estamos usando ferramentas do passado.
Cuidado!
Que dizes?
Bom dia! Você disse tudo, Nepo.
Não há modernidade nenhuma no termo Sociedade do Conhecimento. Enquanto não formos humildes e mudarmos o olhar, continuaremos vendendo gato por lebre.
Abraços
[…] Já combati aqui a ideia que estamos em uma sociedade do conhecimento. […]