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Não tenhamos ilusões, a internet não veio para salvar o mundo – José Saramago; – da minha coleção de frases.

Bom, vamos a algumas reflexões.

  • Mudanças na forma de gestão das organizações e instituições são trazidas e muitas vezes impostas por novas tecnologias informacionais, de tempos em tempos. O livro impresso moldou nosso modelo atual, depois lapidado pelo rádio, tevê e computador;
  • Em fases de rupturas cíclicas dos ambientes informacionais, inauguramos mudanças radicais nas formas de gestão, introduzindo uma nova Era da civilização e, portanto,uma reestruturação das instituições sociais, que acontecem ao longo de um longo período. Estas mudanças são fruto do aumento populacional, que pressiona os ambientes informacionais a se sofisticarem para ganhar velocidade;

(Esta relação rupturas de gestão e ambiente informacional começa a ser compreendida e ainda não tem uma Ciência que a embale);

  • São assim, mudanças tecnológicas que iniciam o processo, mas encontram latências de mudanças sociais  prontas para eclodirem, que se aproveitam de dada tecnologia, para se realizarem, em um processo dialético, de uma alimentando a outra, como foi o caso da Reforma Protestante, Revolução Francesa, Soviética, que se utilizaram do livro impresso;

  • O novo ambiente de troca informacional define a nova competitividade entre empresas, na luta entre diferentes classes sociais, grupos, pessoas e países;
  • São, em última instância, introdução de mudanças na forma de gestão da produção de bens e serviços, na relação interna e externa das organizações, no relacionamento com seus fornecedores e parceiros, e, principalmente, com os seus “clientes” ou cidadãos, que passam a pensar de nova maneira, pois o novo ambiente permite um novo tipo de circulação de novas ideias, que questionam as anteriores. E, no caso da  Internet, de trato com a informação e consumo;
  • Parte-se do princípio que quando vêm, atendem a uma necessidade, que impõe uma nova gestão que não consegue mais resolver determinadas demandas;

(É o nosso caso contemporâneo, em um planeta de 7 bilhões de habitantes, que precisa consumir (e rápido) para sobreviver, necessitando de organizações que consigam prover essa demanda;)

  • Mudanças na forma de gestão radicais são mudanças nas estruturas da sociedade;
  • Mudanças na estrutura da sociedade são datadas e históricas, pois o que hoje é novidade, ganha corpo e se estabelece, necessitando se renovar, quando surge um novo ambiente informacional, que é criado para atender ao aumento populacional;
  • As empresas hoje são fruto da gestão iniciada pós-ruptura do livro impresso, a escola idem. Estamos agora chegando ao limite dessa era e entrando em outra, reestruturando algo que funcionou até aqui, mas que não funciona mais. O humano no mundo se multiplicou, somos mais, vivemos mais e nos falamos mais. Isso é explosivo;

(Quando nasci em 1960 éramos 3 bilhões de habitantes, em uma geração, já somos 7, quase dobramos. Ver mais!!!)

  • Um mundo mais habitado, assim, exige novas formas de comunicação/informação, que impõem uma nova gestão, que atenda a nossa velocidade dos novos ambientes;

  • Ou seja, a tendência é que a neo-colaboração seja incorporada pelo sistema e vire mainstream, como já ocorre no Google, censurando a Internet chinesa. A nova era é uma fase instigante, mas faz parte de um ciclo na luta pelo poder de alguns querendo impor sua nova filosofia de uma nova gestão para dominar o planeta, em outras bases, mas dominar, em um ambiente que a mudança é regra e não exceção, por isso pede-se instituições mais dinâmicas.

Assim, não estamos entrando em um novo e sui-generis mundo colaborativo, mas em um novo ciclo de revisão do mundo, pré-web que não dava mais conta das necessidades informacionais humanas, mais colaborativo do ponto de vista passado e menos, certamente, do futuro, com novos modelos de gestão, radicalmente diferentes do que conhecemos hoje.

Trabalhar de forma isolada não é mais eficiente como já foi, ou melhor, como já não devia ser, mas a velocidade anterior, permitia que organizações mais lentas sobrevivesse, continuarão agora?

É preciso readequar.

Normal e natural.

É um mundo tão colaborativo do que foi pós-livro impresso, que criou nossas instituições, que estão apodrecendo de velhas.

Como as novas, assim o farão.

Ou seja, vamos viver grandes transformações, que tendem a se tornar engessadas pelo próprio ciclo de (inovação – consevação), que o mundo humano vive, na eterna luta pelo poder fazer e se estabelecer e não deixar que o outro se estabeleça.

Por fim, mudanças como a que vivemos, são propícias ao surgimento de grandes líderes, que revisam as atuais religiões e visões do mundo também engessadas e, procuram estabelecer novos paradigmas filosóficos-espirituais, que, por sua vez, tem a sua fase.

Havia uma ideologia liberal quando o capitalismo surgiu e constitui a base da nossa sociedade!

E, de certa forma, serão utilizadas nesses novos modelos de gestão, como pano de fundo, como a necesidade de colaboração humana, troca livre de conhecimento, etc..

As ideias se espalham até que uma estrutura burocrática as formatam dentro de determinada “tipo de igreja” para, aos poucos, deturpar o que realmente muda e usar os ensinamentos para o seu interesse pontual.

Nem tudo vai mudar, nem nada vai mudar.

Mudanças necessárias virão, quanto podemos ampliá-las, aí sim, temos um desafio!

O que depende de cada um em alargá-las, ao máximo, humanamente falando!

É isso?

Que dizes?

2 Responses to “O mito da gestão 2.0”

  1. Synesio disse:

    Olá Nepô!

    Essas questões são muito estimulantes, e na linha de raciocício que você desenvolve existe um conceito difundido por Tim Brown (autor do livro Change by Design) que ele chama de Design Think.

    Não sei se você já conhece ou ouviu falar, talvez sirva para colaborar com as questões que você levanta, mas o importante nessa idéia do Brown é o foco nas necessidades humanas como ponto de partida para a transformação das organizações e, principalmente, para a inovação.

    Essa idéia extrapola os limites da atividade de design como atualmente ela é concebida e percebida (estética, imagem, modinha), e a posiciona enfatizando o processo colaborativo que transforma, reinventa e inova.

    Obviamente, o conceito de Design Think envolve também questões – não só sociais, culturais e antropológicas – mas também tecnologicas e econômicas.

    Confira o discurso do Tim Brown:
    http://www.ted.com/talks/tim_brown_urges_designers_to_think_big.html

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